Surpreendo-me com a minha capacidade de suportar aquelas aves de rapina fastidiosas, chatas e triviais ao cubo.
Às vezes, dou por mim, parada no corredor a olhar para o parque de estacionamento e com vontade de rir tresloucadamente, não sei se de desgosto, se do grotesco que tudo me parece.
Estes dias têm sido cheios de empreitadas e decisões, canso-me e não tenho tempo para pensar, o que é bom.
Não me apetecia muito estar com ela mas confesso que preciso de me afastar disto, sinto-me branda e solta sempre que abalo.
Amo tanto isto, quanto odeio, soube-o enquanto olhava para a lua cheia de ontem e o frio me ameigava os braços.
E falta tão pouco tempo… «Não pensar em problemas e deixar o ribeiro correr, vai ser divertido, bom», respondeu-me o cavaleiro, ontem, quando lhe disse que estava ansiosa e nervosa, concordei… mas continuo na mesma, é difícil não pensar mas estou a tentar, tento muito.
No Domingo, estive a falar com o gajo nebuloso, confesso que me apraz imenso, o problema é que a minha margem de manobra é restrita e isso irrita-me, tenho de saber pesar o inexequível mesmo que seja cheio de nébulas, mesmo que assim seja.
E, por último, o meu elefante no salão de cristais… pois, às vezes, falo, outras vezes… deixo por aí, tracks will fade in the snow, certo?
O problema é que estamos no Verão, e não posso acabar estas linhas contornando esse bicho rotundo no meio de tudo, mas não, não vale a pena, não mexer, deixar apanhar pó que conserva.