“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

29
Jul 13

 

Estou exausta, ontem cheguei a casa depois do trabalho e só me apetecia dormir até à semana seguinte, por falar em semana seguinte, tenho de ir buscar o vestido, pois é, tenho... e enquanto escrevo as letras que compõem a palavra -tenho- pergunto-me o que me aconteceu... não me apetece mais nada, não quero isto nem aquilo e sabes a melhor?

Agora, cada vez que a flor-selvagem fala comigo, sinto um enfado terrível!

Garantindo a premissa de há uns tempos (que alguns pensavam ser uma defesa acentuada) de que nunca gostei dele como achava que gostava, toda a minha obsessão foi apenas com o sentimento, com o mistério, a periculosidade, comigo e com a forma como o mundo se desenrolava cada vez que me aleijava, escrevi tanto inspirada no que ele me fazia sentir, ou no que eu me fazia sentir, maravilhosa a forma como tudo funciona, maravilhosa.

Sou até capaz de te confessar que nem, ai como lhe chamei aqui... hmmm nada, pois.

Bem, mas nem esse meu amigo me apetece encontrar e dirias tu: «ora bolas falling quão apaixonada te encontras?» e te diria eu: «meu caro amigo, não sei se é do enamoramento mas sinto-me assim e nada posso fazer ou quero fazer.», alheada do passado e do futuro, assaz enlevada, como se me tivesse, também enamorado, pela rapariga que o Cavaleiro despertou, pela forma serena e desprendida com que me trajei para viver aqueles dias, sim eu sei que tenho de ir buscar o vestido e tu sabes o que arrasto quando digo isto.

E há música e a música constringe-me, como um espartilho e como gosto, ah como gosto.

Sinto-me ninada, protegida, escondida, alcançada e tudo e tudo eu me sinto neste lagar, sono de berço.

E, perdoa-me, mas terei de falar do Neige e dos seus Alcest, por mais estranho que te possa parecer, esta entidade, que inicialmente julguei ser o meu ponto mais distante, fez com que abrisse os olhos para a leveza, a serenidade, a fantasia de melancolia doce, o mar, os gestos lentos e educados que eu, uma presa de violências espontâneas que se fazia de adagas e pingentes de gelo, sempre desdenhei.

Essa rapariga de entraves que rejeitava tudo o que lhe parecesse mar calmo e poesia... ah, como essa rapariga abriu carreiros, como essa rapariga se fez fruta madura.

Está agora compreendido o anjo do lado de lá, o anjo cheio de acalmias, sem os movimentos bruscos e as insurreições e rebeldias que esta procurava nos que, apenas, lhe excitavam os sentidos.

Como esta entidade a fez parar e colher flores: rosas e violetas e lírios, até chegar às glicínias sem sequer lhes conhecer o nome.

Pode parecer jocosidade minha, não a encubro, mas há similitudes entre eles. Encetei por carreiro tal, graças a um amadurecimento e perda de peso que só calcar tal carreiro me poderia ter ensinado.

Como sou apaixonada por Alcest, foda-se é maravilhoso, tudo ali é maravilhoso, tenho de lhe agradecer a forma como me abriu os olhos, a acalmia que me proporcionou, o berço, o caminho certo para fora do labirinto...

Há muita beleza nas cidades por esse mundo fora, a arquitectura, as igrejas, as pontes, os jardins, há pessoas agradáveis, coisas bonitas mas nada me atinge como a música, por mais miserável que seja a situação ou por mais eufórico o ambiente, a música é dona de mim.

Não consigo sequer pôr por palavras o que sinto enquanto ouço é como explodir de amor, tenho vontade de anunciar ao mundo como se fosse o evangelho, partilhar a beleza indescritível, deixar que outros sejam abençoados também.

Não sei para onde vou mas sei de onde vim e onde quero estar e continuar.

 

publicado por Ligeia Noire às 11:13
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