“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

03
Ago 13

 

Já tenho o vestido e ele ama-me e elas já voltaram e o meu mês já aqui está e há céu azul e o sol vai espreitando pelo meio das videiras e tal como vamos à confissão, deveria existir uma saleta com uma figura de capuz para nos espancar sempre que disso necessitássemos.

Estou triste, não me apetece falar com ninguém, nem estar com ninguém, sinto-me inútil, danificada, destruidora, anulada e não prossigo porque me faz mal e porque é humilhante, repetitivo e foda-se.

É culpa, é insatisfação, mas de que raio preciso eu?

Tenho a sensação de que mesmo se tivesse isto e aquilo, esta merda haveria de voltar na mesma.

É Líam que toca e apetece-me chorar, já não sei o que fazer e dizer que me sinto revoltada por não sair desta merda de túnel, é um eufemismo.

Porra… é que isto, raios que ódio, sinto-me injustiçada porque é como se estivesse condenada ou uma merda do género, mesmo que tenha feito isto e aquilo, tenha isto ou aquilo, há sempre uma traça ali dentro, uma ratazana, um não sei quê, vindo não sei de onde.

Uma vez um amigo disse-me que eu necessitava disso, de cair, da melancolia, se o faço não é de propósito, se está tudo bem e sou eu que enegreço a paisagem, então não me culpes, culpa a outra de mim, a que viveu antes porque eu já não sei quem sou ou se há remédio para isto de que, aparentemente, sou feita.

E não, não vale a pena falar, só escrever para os mortos e para as almas vadias, não quero que venham com braços e mãos e sorrisos, só de formular a situação ainda mais me enterro e escondo e procuro adagas e arame farpado para manter tudo isso do outro lado da escarpa, odeio-me e quero morrer mas foda-se Supremo cala-te bem calado e ri-te apenas da minha invertebralidade e imperturbabilidade porque eu sou aqui há tanto tempo, eu sou aqui há tanto, tanto tempo, que abro sorrisos e vontades de ouvir e ajudar sempre que quero, mesmo que me sinta a mais reles das criaturas debaixo do sol, já agora que se foda o sol também, se ele não fosse tão novo já os meus problemas teriam acabado sem que eu movesse uma palha, sem que me pudessem culpar ou descobrir pela salvação.

 

publicado por Ligeia Noire às 10:57
sinto-me: Vamos sem olharmos para trás.
música: "II" dos Líam
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