“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

28
Nov 13

 

E se eu escrevesse e se eu te contasse o que já sabes mas libertasse, assim, espaço no disco para erguer mais as costas? Não era isso que eu fazia, que eu sempre fiz?

Hoje lembrei-me da rapariga de cabelos de trigo encaracolados, a alta e esplêndida Bretã, está tanto frio que me custa escrever, está tanto frio que os meus duches gelados, estão ainda mais gelados.

Gosto deles, dos dois, amo o Cavaleiro-das-Terras-Brancas e tenho a minha alma espelhada e a cumplicidade de crianças que nunca cresceram com o do outro lado, com o gato cor-de-laranja.

Há uns tempos, pensei nunca conseguir espelhos onde banhar os olhos e agora isto... e agora isto que, às vezes, pesa que deveria ser leve mas há toda esta insustentabilidade...

No entanto, são eles que me mantém longe do abismo, não penso, não penso e se penso não salto.

Quanto a elas e a ela, em particular, já nem sei se quero ir, se posso ir, já não gosto dela e o gostar tanto que gostei, perdeu-se no tempo, é engraçado como isto circula aqui pela Terra, quando estava de mãos e peito abertos, insistiam em ir para outro lado, viver outras coisas, desconfiar do abraço, agora posso dizer com certeza de anos que não sinto absolutamente nada.

E sinto-me toda.

Acabaram-se elas, agora são eles.

publicado por Ligeia Noire às 14:18
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