Não descobri o que sou mas descobri que podemos deixar que os outros nos ajudem.
Nos façam sentir que estão lá para nós.
A atravessar a tortuosidade do caminho ao nosso lado.
E foi bom atravessá-la convosco.
Foi bom sorrir convosco.
Foi bom não estar sozinha.
Foi bom ter sido aceite por vós.
O tempo não espera.
O tempo corre e sabe o segredo para não nos acordar.
E, um dia, abriremos os olhos e as recordações estarão lá... porque o tempo sabe adormecer-nos mas não sabe fazer-nos esquecer.
E, chegado o final, ninguém me poderá abrir o peito para roubar o que vivi.
Estes três anos que passámos juntos estarão lá dentro.
As saudades das brincadeiras.
Das discussões.
Dos jantares.
Das manhãs ensonadas.
Das tardes arrastadas.
Mas, principalmente, as recordações de termos estado juntos até ao final, de nunca nos termos abandonado.
A travessia é sempre difícil mas tudo o que é difícil mais profundamente fica cravado.
Fiquei com cinco amigos. Há algo melhor que pudesse ter alcançado?
Tenho consciência de que o tempo nos fará perder uns dos outros mas também tenho a consciência (apesar da minha parca sabedoria) de que a amizade é a única coisa que vale a pena quando a luz se extingue.
Só precisamos de uma mão para nos erguermos do chão.
Um abraço para nos protegermos do Mundo.
Um olhar de cumplicidade para nos sustermos porque no final não há casa que caiba na sepultura.
Não há roupa que resista aos vermes.
Não há dinheiro que ludibrie a morte.
Só haverá e só caberá o que levarmos no peito e isso… parte com a alma!
Para sempre, não são três anos…
Dedicado aos técnicos de planeamento industrial