“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

14
Jul 09


A chuva não cai.

Há sol.

Não há vento.

Não está frio.

Está calor.

Não é dia, é noite velada.

A casa está vazia.

O quarto está vazio.

Ela está.

Ela nunca cessou.

Se foi, não dei por nada.

Onde estavam?

Não sei.

Para onde foram?

Desconheço.

Se te conheciam?

Não entendo o plural?

Existiu o batom.

O lápis preto.

As tranças que esperavam ser desfeitas.

Ainda esperam.

A roupa no corpo.

O quarto arrumado.

O cd toca.

Não há vontade de comer.

Os collants.

As pernas.

Os collants primeiro nas mãos, depois… pele.

Descalça.

O azulejo, ora frio, ora gelado.

O espelho.

A menina intragável.

Não há plural.

Não há garganta fresca.

Não há corpo calmo.

Há alma descida.

O corpo deixou a roupa.

O corpo e o debate pela quietude dentro da cabeça.

O cd continua às voltas...


publicado por Ligeia Noire às 18:22
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