Pudesse eu ser a tua inspiração.
O ser a quem recorres para chorar.
Aquela que se aninha no teu colo e a quem tu levemente acaricias os cabelos, como se de leves brisas se tratassem.
Pudesse eu saborear as gotas de vinho escarlate que se confundem nos teus lábios.
Beber do teu veneno e adormecer perpetuamente nos teus braços.
Poder aproximar-me o suficiente para contemplar o inferno e o paraíso que brotam desses teus belos olhos.
Deslizar pelo teu corpo com a delicadeza de um pingente de gelo numa noite profunda de um sono teu.
Sentir o teu cheiro e guardá-lo na minha pele.
Chegar-me perto e arrepiar-me com a tua exalação no meu peito.
E aí guardar a chave para voltar quando quisesse…