Deixando que a minha vontade se prenda a si mesma pela impossibilidade de te arrancar daí e afastar o mundo de perto de ti.
Para que possa deixar cair as palavras no teu peito aberto e, assim, as possas pelo menos saber.
Acho que sei o teu gosto de cor, o sabor dos teus beijos, a inigualável sonoridade do teu riso.
Às vezes, sinto-me a enlouquecer, procuro nos beijos mortais o teu sabor mas acabo a provar durante as madrugadas precedentes, vinho azedo.
Tenho medo de um dia não saber onde viver, se na realidade crua e sem fantasia ou se na demência inebriada dos meus sonhos…
Pergunto-me se porventura me sentirei assim… preenchida…
Sabes, acho que mesmo se um dia te perdesse, apenas ter-te tido comigo, saber que alguma da tua existência cruzou a minha, já me faria volver no caminho.
Mas o tempo passa e nada e já vivo com essa rotina, a rotina do nada…
Talvez a minha ansiedade, a minha mania de perfeição te tivessem afastado, ou te tornassem impossível neste mundo, no mundo onde o meu corpo vive.