Vestida de branco, a virgem descia as escadas.
Os braços longos que seguravam o vestido.
As mãos finas e quebradiças.
A boca vermelha e pequena.
Os olhos grandes e indescritíveis.
Os cabelos longos e volumosos que contornavam o peito pequeno e apetecível.
Ela descia porque ele queria que ela descesse.
Ela descia coberta de inocência e desejo.
Perdendo-se a olhá-lo.
Ele era belo.
Ele era a beleza que a ultrapassava.
Ele era a complexidade que a anestesiava.
Que a deixava à sua mercê.
Desprotegida e embevecida.
Os cabelos dele eram ondulados de cor estranha, ornamentavam o rosto.
A pele era cândida, ligeiramente rosada como se a candura seduzisse a morte e esta se deixasse envergonhar.
Quando ele a fixava, ela perdia-se de palavras.
Esquecia-se de como falar.
Não sabia como controlar a respiração...
E ele divertia-se vendo-a a ultrapassar a fronteira.