“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

19
Set 08


Vendam-se longe de mim!

Sinto nojo de tudo isto.

Sinto a cabeça a explodir.

Tudo à minha volta a impingir-me larvas, lixo, desespero.

Responsabilidades alheias a atormentarem-me a toda a hora com a realização e felicidade de filhos da puta que nem sequer conheço!

Sabem que mais?

Matem-se e vendam-se bem longe de mim... Deixem-me na minha mediocridade.

Deixem-me inerte e estanque a um canto... Quando morrer dar-vos-ei aviso.

Para que me possam, finalmente, desvendar e conspurcar à vossa mercê.

Facilmente se vai com a corrente mas, se olharem bem de perto, eu vou com a corrente para morrer mais cedo.

Já que ir contra ela é prolongar o que de vendável não há em mim...

Não consigo ver tudo isto sem fechar a percepção.

É demasiado.

É simplesmente demasiado...

Também estou cá dentro.

Também preciso sobreviver.

Foda-se!

Estou a dançar com um corpo de vidro no fio demasiado afiado da navalha do universo.

publicado por Ligeia Noire às 15:23


Sejam rebeldes e alternativos longe das vossas escolinhas e amiguinhos.

Partam as vidas que vos enojam.

Gritem.

Gritem.

Berrem.

Grunham, até que vos arrastem pelos cabelos e o sangue viole a brancura do chão dos vossos papás.

Têm coragem e vontade para isso?

Claro que não!

Tudo acaba quando a venda começa.

Todas as lutas que fazemos com palavras, gestos e atitudes acabam quando precisamos de um filho da puta dum buraco para viver e um mísero salário para o manter.

E, para isso, não há carneiros ou ovelhas tresmalhadas que alguém queira contratar.

publicado por Ligeia Noire às 15:14
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16
Set 08


Não descobri o que sou mas descobri que podemos deixar que os outros nos ajudem.

Nos façam sentir que estão lá para nós.

A atravessar a tortuosidade do caminho ao nosso lado.

E foi bom atravessá-la convosco.

Foi bom sorrir convosco.

Foi bom não estar sozinha.

Foi bom ter sido aceite por vós.

O tempo não espera.

O tempo corre e sabe o segredo para não nos acordar.

E, um dia, abriremos os olhos e as recordações estarão lá... porque o tempo sabe adormecer-nos mas não sabe fazer-nos esquecer.

E, chegado o final, ninguém me poderá abrir o peito para roubar o que vivi.

Estes três anos que passámos juntos estarão lá dentro.

As saudades das brincadeiras.

Das discussões.

Dos jantares.

Das manhãs ensonadas.

Das tardes arrastadas.

Mas, principalmente, as recordações de termos estado juntos até ao final, de nunca nos termos abandonado.

A travessia é sempre difícil mas tudo o que é difícil mais profundamente fica cravado.

Fiquei com cinco amigos. Há algo melhor que pudesse ter alcançado?

Tenho consciência de que o tempo nos fará perder uns dos outros mas também tenho a consciência (apesar da minha parca sabedoria) de que a amizade é a única coisa que vale a pena quando a luz se extingue.

Só precisamos de uma mão para nos erguermos do chão.

Um abraço para nos protegermos do Mundo.

Um olhar de cumplicidade para nos sustermos porque no final não há casa que caiba na sepultura.

Não há roupa que resista aos vermes.

Não há dinheiro que ludibrie a morte.

Só haverá e só caberá o que levarmos no peito e isso… parte com a alma!

Para sempre, não são três anos…

 

Dedicado aos técnicos de planeamento industrial

 

publicado por Ligeia Noire às 16:48
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