“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

22
Jun 09


Ele diz que nada sara, nada cresce.

O pano negro.

E depois ele.

As mãos esculpidas.

O suor que me inundava a pele.

Os ossos apertados contra corpos alheios.

A alma ficou tão branda…

Tu arrancaste-me pedaços de carvão.

Durante aquela noite, fiquei drenada do grande mundo branco.

Estava tudo lá fora, demasiado longe.

Os olhos fechavam e o corpo balançava.

O cabelo caía-me pelo peito com violência.

Pensei que o tempo pudesse ser generoso mas encurtou-se tanto que, quando me apercebi, lá estava o grande mundo branco a entrar outra vez.

Todavia, eu havia ficado sem gravidade por umas horas.

E, aos olhos dos outros, seria álcool a elevar-me.

A tempestade apenas havia começado.

Levaste-me ao cimo da montanha e eu não quero descer.

Ainda intoxicada, repete-se e repete-se.

Uma espécie de feitiço que tento encenar para que a minha cabeça continue escoada.

Sinto que nestes últimos dias tenho sido conduzida.

E que estou nalgum local, sentada com as mãos sobre o peito, a observar-me…


publicado por Ligeia Noire às 13:35

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