“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

23
Nov 09


Às vezes sinto-me demasiado suja.

Quanto mais luz existe mais nojo tenho.

A minha pele, o meu cabelo, o meu rosto...

Como se tudo estivesse deteriorado e escamoso.

E, de manhã, tento imaginar que o espelho não está a debochar-me.

A solução adivinhada não é realizável.

E evito que falem comigo quando estou assim tão suja.

E pronto, não há droga que me termine.

publicado por Ligeia Noire às 22:18

19
Nov 09


Ela parou e perguntou-lhe:

O que és tu?

E ela respondeu-lhe:

Nunca me fui.

publicado por Ligeia Noire às 00:07
etiquetas:

18
Nov 09


Olho para ambos os lados e sinto que já não vale a pena.

Como se tivesse andado e andado e continuasse a não vislumbrar o final do caminho.

Pior do que morrer é viver.

Viver já sabemos o que é.

Sinto-me desapontada.

Desapontada, tão desapontada.

Quando penso na minha mãe… sinto-me desapontada comigo.

Quando penso no meu pai… sinto que nunca irei conseguir cumprir.

Quando penso nos meus irmãos… desejo que o tempo volte.

Será que naquele dia… quando andávamos à procura de santieiros sabíamos que iríamos crescer?

Fico a ver as pessoas andarem, falarem, manifestarem-se e percebo o que tenho: cansaço de viver, cansaço de andar, de comer, de falar, de estudar, de trabalhar, de ter de, de fazer.

Cansaço de me sentir desapontada, indiferente.

Cada vez me enrolo mais e não consigo parar.

Como se tudo fosse nada.

Na semana passada ocasionou-se beber um cálice de aguardente, já não bebia há tanto tempo (e não por falta de vontade) adormeci como um pântano.

publicado por Ligeia Noire às 00:25
etiquetas:

02
Nov 09

 

Cansaço é tudo o que tenho no meu corpo.

Tenho as pernas rasgadas.

As mãos desfeitas.

E das costas jorram os ossos esmigalhados.

Todos os dias me pergunto, se não posso inventar uma desculpa e engolir-me.

Todo o santo dia entro em colisão e desabo toda, toda…

É como se a casca escondesse um castelo de cartas ameaçador.

Quão ameaçador poderá ele ser?

Se se escangalhar ninguém vê.

Alem de que, é tão automático, que se refaz contra a vontade.

Por baixo das pálpebras maceradas acordar por acordar, estar por estar, comer por comer, sentir os lábios colados e a voz soar sumida quando digo um "boa tarde" ou "não sei" e por aí me restar o dia todo.

Estou assim… danificada.

Como uma foucinha velha e entorpecida.

Sentir-se o mundo lá longe e não dar um caralho para o facto de fazer sol, neve, chuva, furacões ou tsunamis.

Perdermo-nos a nós é assustador.

Olhar o exterior com olhos de espelho.

Os dias de gritar e berrar também acontecem… inventados.

Não há local para estremecer sozinha.

publicado por Ligeia Noire às 23:12
etiquetas:

mais sobre mim
Novembro 2009
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
20
21

22
24
25
26
27
28

29
30


Fotos
pesquisar
 
arquivos
subscrever feeds