“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

21
Jan 10


Come, come inside

There's many places here where you... can hide

Don't, don't be afraid

It only hurts the very first time


Fall fast asleep

Fall fast asleep


Dried up and changed my name

Drift back, behave the same


Want to believe in something else

Digging my hole to hell


Dried up and changed my name

Drift back, behave the same


Want to believe in something else

Digging my hole to hell


Sleep with a gun


Dried up and changed my name

Drift back, behave the same


Want to believe in something else

Digging my hole to hell


Dried up and changed my name

Drift back, behave the same


Want to believe in something else

Digging my hole to hell


Sleep with a gun

Drive away, drive away


Drive away as fast as you can

Drive away, drive away


Drive away as fast as you can 

 

Autoria de Goon Moon/Lyrics by Goon Moon
publicado por Ligeia Noire às 13:25
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17
Jan 10


Por isso não pensou em suicídio: existem angústias tão desoladoras, tão infinitamente cruéis, que nós temos a sensação nítida de que já passámos para além da morte, em muitos dias da vida, por coisas de bem menor importância, por mil complicações enervantes e mesquinhas, lembrámo-nos de desertar com uma bala, chegámos até a pegar no revólver.

 

Porém, em face de uma catástrofe horrível nunca admitimos a hipótese de a vermos consumada, não pensamos nem por um segundo nessa libertação. Não pensamos porque a nossa dor foi tamanha que mesmo na morte não acharíamos refúgio para ela, a nossa dor foi tamanha que realmente morremos já.

 

E como morremos já, não importa que continuemos vivos. Demais, ao peso dessa angústia, toda a nossa vontade ficou abolida. Ora, digam o que disserem, ainda é imprescindível uma grande força de vontade para desfecharmos uma pistola sobre nós próprios, para nos precipitarmos de uma ponte, para emborcarmos um frasco de veneno.


-Ah, quer dizer: Você não considera o suicídio uma covardia?

Mas de forma alguma! Acho até que um suicida é uma criatura de enorme coragem. Escusam de me interromper…

Sei muito bem que um suicida é um desertor: a existência torna-se-lhe impossível; ele fugiu-lhe. Perfeitamente. No entanto, para fugir, teve que praticar um acto muito mais violento – logo, muito mais corajoso -- do que praticaria se continuasse a viver. Se continuasse vivo, conformava-se no fim de contas com a lei comum. -- «A vida é um sofrimento eterno» -- Sujeitava-se. Mas ele não se sujeitou, morreu às suas próprias mãos – isto é: revoltou-se. Ora, meus amigos, «revolta» foi sempre sinónimo de audácia, de coragem, de energia.


Os suicidas! Ah! Com que entusiasmo os admiro, como os respeito! Eles realizaram aquilo que quiseram. Eis a sua grande superioridade. Valem bem mais do que eu, que tenho tanto desejo e nunca serei capaz de despejar um revolver sobre o meu crânio. Quem vive bocejante, lazeirento como eu vivo, e continua a viver, não é só um covarde – é um miserável.


Rogo que não vejam nisto o pessimismo oco e banal da mocidade literária. Embora de um escritor, estas palavras por acaso são sinceras: tenho vinte e dois anos, e não creio em coisa alguma; olho em volta de mim e não vejo nada que me atraia, nada que me encante, nada para que viva. Sinto, verdadeiramente sinto, que me barraram todo o corpo com uma camada de gesso muito espessa que me prende os movimentos, me aniquilosa os músculos.


Para a doença física em que a vida se me tornou, só existe um remédio: o aniquilamento. No entanto, nunca terei a força de vontade necessária para absorver esse temível elixir. Os meus amigos podem estar perfeitamente descansados. Apesar de tudo, continuarei vivendo; apesar de nada me distrair, não deixarei de frequentar teatros; apesar de não crer em coisa alguma, irei compondo mais livros, sempre mais livros, na conquista de uma vã quimera de ouro… gritando sem cessar a minha desgraça, amaldiçoando a existência, irei gozando do que nela houver de bom – como a outra gente afinal. E escrevi tudo isto…

Literatura, meus amigos, literatura…

 

In O Incesto de Mário de Sá-Carneiro

 

publicado por Ligeia Noire às 21:52

14
Jan 10


Já dizia Mário de Sá-Carneiro: Eu, de evidente, tenho asco de mim.

 

publicado por Ligeia Noire às 00:26

10
Jan 10


Quando vinha colada à janela do autocarro, pensava se iria ficar presa na neve.

O vento estava agreste e os pedaços brancos voavam e voavam.

Estava com medo.

Medo puro e simples, nem sei bem de quê…

O que é belo é assustador.

Agora que cheguei ao reduto não sei por que razão desceu em mim tamanha tristeza que quase não cabe fechada.

Vejo-me fechada.

Fechada.

De tão fechada que me sinto, mais me fecho.

Um quarto branco, uma rapariga que não conheço, uma luz vazia, passos constantes no corredor…

Sinto outra vez aquela vontade tola de ir.

Ir.

publicado por Ligeia Noire às 20:27
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06
Jan 10


És uma farsa.

Cobres-te de lâminas na esperança de que ninguém te toque.

Tens o coração desmaiado e a alma podre.

Tudo o que respiras é desperdiçado.

Cada vez que te levantas, partes-te mais um bocadinho.

Há dias em que acordas e, os olhos já abertos, fecham.

Tens alma de puta e corpo de virgem sacrificada.

Não sabes uivar, uma vez que os uivos devem ser poderosos e desprendidos de vida.

A tua língua de lamentos se esconjura e tudo o que fazias de ti é hoje cinza bolorenta que alimenta vermes.

Não adianta chorar.

Pois não chores porque chorar... de nada adianta.

Não chores é cansativo.

És a vida apartada.

A morte desperdiçada.

O limbo permanente.

Tens olhos enfermos.

Olhos derramados.

És bicho condensado em corpo desvalido.

 

publicado por Ligeia Noire às 19:26
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Hurt


I hurt myself today

To see if I still feel

I focus on the pain

The only thing that's real

The needle tears a hole

The old familiar sting

Try to kill it all away

But I remember everything...

What have I become?

My sweetest friend

Everyone I know

Goes away in the end

You could have it all

My empire of dirt

I will let you down

I will make you hurt

I wear this crown of shit

Upon my liar's chair

Full of broken thoughts

I cannot repair...

Beneath the stains of time

The feelings disappear

You are someone else

I am still right here...

What have I become?

My sweetest friend

Everyone I know

Goes away in the end.

And you could have it all

My empire of dirt

I will let you down

I will make you hurt

If I could start again

A million miles away

I would keep myself

I would find a way

 

Lyrics By N.I.N./Letra dos N.I.N.

publicado por Ligeia Noire às 17:34
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