Quando vinha colada à janela do autocarro, pensava se iria ficar presa na neve.
O vento estava agreste e os pedaços brancos voavam e voavam.
Estava com medo.
Medo puro e simples, nem sei bem de quê…
O que é belo é assustador.
Agora que cheguei ao reduto não sei por que razão desceu em mim tamanha tristeza que quase não cabe fechada.
Vejo-me fechada.
Fechada.
De tão fechada que me sinto, mais me fecho.
Um quarto branco, uma rapariga que não conheço, uma luz vazia, passos constantes no corredor…
Sinto outra vez aquela vontade tola de ir.
Ir.