One, two, three, four, five, six.
One, two, three, four, five, six.
Trick or treat.
I give you treats and tricks!
ONE, TWO, THREE, FOUR, FIVE, SIX!
Excerto do filme: The exorcism of Emily Rose.
One, two, three, four, five, six.
One, two, three, four, five, six.
Trick or treat.
I give you treats and tricks!
ONE, TWO, THREE, FOUR, FIVE, SIX!
Excerto do filme: The exorcism of Emily Rose.
Ser rendada mas sou tosca e inacabada.
Vestida de trapos e buracos.
Trago misérias e abismos.
E os ossos do constante permanecem tão visíveis…
Às vezes, a perfeição parece luxúria vã e caduca mas a donzela que trago comigo é feita de cetins e veludos solenes.
Assim, ganharia forma de violeta, daquelas que o vento conserva intocadas e imaculadas.
Perfeita de cristal e chuva.
O maquinista
Há coisas que simplesmente se relembram embrumadas.
Ora, se o futuro parece vago, o passado é desenhado e moldado com o distanciamento.
Portanto, se somos a ideia que fazemos de nós mesmos, eu receio que aquilo que penso de mim possa não ser real.
A mente humana é mesmo um poço enlameado, escuro e incerto.
E se abrisse as mãos e me visse?
E se abrisse o corpo para te ver?
Às vezes quando chove, às vezes quando chove muito, chove em mim demasiado... e ela, que guardaste cá dentro, sente-te e sai de mim.
... dizem que o Supremo está morto.
Já alguma vez sentiste que tudo o que estavas a experienciar era tão avassalador que as palavras não te chegavam?
Pois, é isso que eu sinto.
Para além de me esquecer de como escrever.
Hoje foi mais um daqueles dias em que me sentia demasiado violácea para sair à rua.
Aquela vontade de chorar tresloucadamente sempre presente.
Hoje dormi razoavelmente mas acordei como se nem tivesse descansado uma mísera hora!
Desde que entrei naquela sala que tenho vontade de desistir... e como é preciso coragem... mas ao invés de o fazer (assim como em tudo na minha vida) vou me deixando levar.
Se é correcto?
Não, mas não há outro caminho... eu sei que tu sabes de outro caminho, eu sei que tu sabes o quão forte tem sido o fogo que me consome... mas tu nunca chegas.
Por mais que cerre os olhos até doer, tu nunca estás lá e eu tenho de continuar.
Quem era eu há um ano?
Quem sou eu hoje?
Queres mesmo saber Supremo?
Nos dias de carvão negro sinto que já deveria ter prescrito da tua receita.
A vergonha e a pena são tão pesadas nesses dias que sinto a caixa torácica a apertar-se, literalmente.
Até chorar me assusta, da última vez, parecia que ia desmaiando, não achas que eu tenho direito a fazê-lo?
Às vezes saio de mim e olho-me devagar, e sinto tanto desgosto...
Com os olhos sempre vazados, sempre à espera do que não pode ser esperado.
Cravas-me a espada nas costas e abres-me brasas nos pés e mesmo assim dizes, com as tuas palavras, que eu tenho a liberdade de escolher?
Das pessoas já eu me retirei há muito tempo.
Sim, tenho de lhes falar às vezes mas eu sou mais que uma... do amor?
O amor é coisa que desconheço.
Tu sabes do que falo, falo da fome que tenho de mim, da desilusão que foi este caminho.
Como se nunca o tivesse calcado.
Não, não sei que direcção seguir mas agora não faz qualquer diferença.
Como se tivesse passado fome por tanto tempo que nenhuma comida do Mundo me satisfaria.
Lembro-me de ter sete anos e estar encostada ao pátio da escola e lembro-me.
Lembro-me de ter sete anos e ser noite, o quarto do hospital era demasiado branco e anti-séptico.
A minha mãe teve de deixar-me e eu lembro-me de sentir pela primeira vez solidão.
Ou talvez não, talvez a tivesse sentido antes... não me lembro.
Só me lembro de sentir contentamento em casa, assim como da primeira vez que chorei de olhar vago e prostrado na janela.
Lembro-me da tristeza, do céu estrelado de cetim e do cheiro a álcool etílico do quarto.
Engraçado, acho que nunca tinha colocado letras nestas sensações.
E, hoje, olho para trás e vejo-me da mesma forma: pequena e incompleta.
O quarto continua a ser branco.
A solidão ficou.
Continua a busca pela chave, pela resposta.
Quando me encontrar contigo espero que seja a primeira coisa a ver nos teus olhos.
Tens olhos?
Não tenho nada a que aspirar.
O peito transborda do que jamais encontrará receptáculo.
Só preciso de ficar sozinha e imaginar que adormeço sem precedentes.
A minha vida…
O que foi a minha vida?
Qual foi o propósito pelo qual me puseste cá?
Desiludi-te?
Queimei o caminho?
Não tenho ambição.
Não quero ser.
Nunca me falaste da morte em vida.
Nunca me disseste de onde veio toda esta tristeza.
Nunca me mostraste a cara.
Tu que estás, tu que és.
Tu que te desfazes em todos nós, não me deixas ir embora.
Colocas a navalha nas costas para que não possa deitar-me.
Dás-me dores que não consigo carregar.
Mas eu lembro-me bem de ter sonhado contigo.
Não sei se eras como nós, mas sei que tinhas mão e colo… e lembro-me do altar frio onde se achava a minha cabeça na qual a tua mão se depositou.
Não me lembro, ou talvez não me deixes lembrar, se falavas as minhas palavras mas sei que te entendi.
Sei que nesse sonho consegui ir-me.
E, uma vez ida, a tristeza cresceu e cresceu como se eu fosse feita de partidas.
Não me lembro de ter sentido leveza, ou liberdade.
Lembro-me de teres vindo da tua casa, que não é igual às casas, e me teres dito coisas sem palavras mas que o meu íntimo percebeu.
Lembro de me teres concedido o retorno.
Por que fizeste isso?
Esperavas que eu soubesse ser-me?
As palavras são rudimentares, parcas... e eu não me sei dizer o que tu me disseste.
Sei de ter acordado completamente avassalada com a tua presença.
É estranho ter o Supremo tão perto.
Podias ter deixado que eu me enrolasse no teu colo, só um bocadinho, somente um instante para saber o que é ser una.
Às vezes, pensamos que se mantivermos a porta fechada o vento manter-se-á do outro lado, sem sequer o conhecermos.
Acontece que, as rajadas têm sido fortes e, hoje, a porta abriu-se mesmo.
O futuro deveria ser embrumado mas, às vezes, o passado parece-me mais obtuso do que o porvir.
Desde o meu despertar, que a música tem sido a minha corrente de suspensão.
Começa mesmo a ser um mundo à parte.
Como se estivesse enrolada no colo de Deus e tivesse um lírio vestido.
Meto-me dentro dela e o mundo desaparece ou pelo menos esbate-se.
E consigo vomitar o excesso de asco, a dor incrustada, a raiva violácea, o cansaço comatoso.
Para, enfim, poder chorar o meu corpo inteiro e deixar a alma em ferida.
Há dias em que lá fora, nada interessa.
Tenho a cabeça alagada de coisas mas ainda não estou preparada para as transformar em palavras.
Hoje voltei a sentir aquela tristeza descontrolada e espontânea.
Tão silvestre que o movimento da urbe me fazia chorar por dentro.
Já não posso dizer que estou cansada disto porque o adjectivo se desvalorizou.
Talvez esvaziada sirva melhor.
Can you hear me now?
Can you feel
Can you see me now?
And reveal
Which way from here?
(Feel)
Which way from here?
Look away
Your time has come
Turn away
Are you happy here?
Open the door
Let me in
Face me now
And burn within
Awake in us
Don't you throw it all away
There's a place for us
I know another way
How does it feel
Every time?
Now you will feel
That I'm on your side
How do you feel?
Does it burn inside?
Do you know
Things to come?
Don't you know?
Do you, Nephilim?
Say it...
Send down the light.
A new blush
Until you feel inside
Not for them
Which way from here?
Lyrics by Fields of the Nephilim/Letra dos Fields of the Nephilim
Post Scriptum: alguma gralha será culpa do "caído" que tem uma voz brumosa e inexplicável...