“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

24
Mai 10

 

I

 

  

As pessoas deveriam ter cuidado com os casebres em escombros.

Gostam de saborear o limite, gostam de se propor ao ousado e depois acham que basta abrir a porta.

Não, não e um não de negação cerrada.

Se entraste tens de ficar para jantar e eu… janto tarde.

 

 

II


   

A superfície não me satisfaz, não me sirvo de prostíbulos.

O único sangue do qual me sustento é o meu.

Se queres saber-me, não podes ficar-te pelas águas paradas e opacas, há que descer, descer ao lodo e emaranhares-te naquilo que não sabes.

Não podes aproximar-te, não podes olhar-me dentro dos olhos e depois tingires-te de medo.

Uma vez que os abri para ti, tens de ficar até ao fim.

 

III

 

O que é o fim minha doce bailarina?

Minha noite derramada de subtilezas.

O fim a que te esquivas não se te oferece de olhos fugidios.

Ou pensavas que eu era uma galeria na qual podias passear o teu vestido e ofertar-me as tuas palavras eloquentes sem haver respiração do meu lado?

Ah minha doce bailarina, a qual estima ser de aversão feita, aqui, na minha torre, os teus cabelos não tocam o chão e o cavaleiro...

...ah o cavaleiro não tem olhos.

 

IV

 

Pergunto-me o que tu te perguntas por deleite.

Respondo-me o que tu querias saber e não sabes.

Eu não gosto de ludíbrios.

Ou achavas que os meus olhos fechados e o meu corpo de recuo eram apenas horas de semana?

  

V



Vês-me a fechar-te a porta?

Vês-me a deixar-te do lado de fora?

Cerro novamente as pálpebras, como íntimas guardiãs, e sempre que me quiseres ver os olhos, abrir-me-ei em pântanos e podes tentar.

Tenta.

Folgo em ver-te do lado de fora reflectida no meu lodo.

     

publicado por Ligeia Noire às 20:11
etiquetas: ,

mais sobre mim
Maio 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
11
13
14
15

16
18
19
20
22

23
25
26
28
29

30
31


Fotos
pesquisar
 
arquivos
subscrever feeds