“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

25
Jan 11


Agora, que estou aqui a questionar-me se realmente foste embora, apercebo-me do murmúrio de todas as coisas como se toda eu fosse ouvidos.

Agora, que paro e olho para a imensidão branca deste quarto, choro.

Sei que tens sede e sei que a água te circunda há meses, provavelmente já deves ter consumado.

Consentido.

Bebido.

Embriagado.

Doce.

És.

A glória do que não pode ser.

E eu aqui, de peito raquítico e alma sentenciada ao limbo, perduro na consciência desperta de saber tudo isso de antemão e de nunca ter querido que me interpelasses uma vez mais, mas tu voltas sempre, e partes a minha campânula como se fosses dono e senhor do tempo.

É como se o tivesses guardado no bolso e tudo se tivesse cristalizado com o teu gesto.

Esperas que te espere com um sorriso florido, falas-me de coisas que te fazem sorrir e que a mim me trespassam.

Adocicas-me o copo e fechas-me as pálpebras com beijos, abraças-me enquanto o mundo me comprime as costelas até doer e anestesias-me a carne para que só te sinta a ti, sinto-te a ti e depois... depois...

...faz frio lá fora e por vezes neva e enregela-se a floresta e eu vou à janela e vejo os teus passos desenhados no manto virginal e o teu cheiro impregnado no nevoeiro.

Molho de sal tingindo os lírios que se aninham por debaixo da janela e garanto-me em palavras duras e seguras de que somos apenas aquilo que somos.

Não me prometeste e eu não te prometi, nunca prometemos e vais e eu vejo que foste e tu sabes que fiquei e tu vês que fico sempre.

E guardo-me da janela e fecho o casaco e recolho o sal ao peito e sei que nada disto faz sentido porque não somos e porque mesmo assim hás-de sempre voltar e eu hei-de sempre cá estar.

 

*Here we are

In the maelstrom of love

Waiting for the calm

To sooth our hearts

Here we are

And don't know how to stop

Waiting for the war

To end it all

 

*excerto do tema "Salt in our wounds" dos H.I.M./ Excerpt of "Salt in our wounds" by H.I.M.

 

 


 

publicado por Ligeia Noire às 23:43


Descoberto por acaso, e jamais será largado, tudo em mim está absorto.

publicado por Ligeia Noire às 00:05
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