(...) E enquanto te arrumo na caixa, para que quando voltares eu seja lago finlandês às tuas palavras consumidoras...
Riria se não fosse tão trágico, choraria se não estivesse tão coalhada de vontades pouco ortodoxas.
(...) E enquanto te arrumo na caixa, para que quando voltares eu seja lago finlandês às tuas palavras consumidoras...
Riria se não fosse tão trágico, choraria se não estivesse tão coalhada de vontades pouco ortodoxas.
Vá, deixem-me prosseguir cá dentro.
Agora que passou o prazo de temer que regressasses a qualquer instante.
Já me nasceu a certeza de que te enovelaram outra vez.
E enquanto te arrumo na caixa, para que quando voltares eu seja lago finlandês às tuas palavras consumidoras, encontro mais um fragmento para a construção do meu Frankenstein.
A beleza que existe e que aparece nas esquinas do tempo.
É tão desoladoramente belo e eu sou tão infantilmente fantasiosa.
Já o cativei para dentro de uma caixa de música feita de cedro e agora canta só para mim.
É o cabelo, eu sei que é o cabelo, é sempre.
É tão solarengo aquele cabelo, tão de veludo e tão dele e o rosto que emoldura, é dual em toda a sua plenitude, esconde-se e tem olhos de cetim.
Corpo de cavaleiro, porte de cavaleiro, voz de poema nocturno.
Ah senhor... que subversão!
Provo-te em doses demasiado elevadas e reparo que não quero saber quem és, não quero que adulteres a construção.
Quero apenas a paixão perfeita que te devoto.
Quero apenas continuar a beber-te, encher-me de ti o suficiente para me embriagar em noites de quebranto.
E quando sonho que existes, olho para dentro dos teus olhos e eles brilham muito.
A beleza tem de ser comungada em silêncio.