As veias estão demasiado vítreas e o zimbro está a dar-lhe.
E ria muito.
E apetecia-lhe o céu azul de veludo mas o sol rebenta na janela.
E os olhos caminhavam por outros caminhos, estavam longe, ela tentava puxá-los para ali, para o quarto anti-séptico mas ia tarde.
As saudades disto, aguavam-lhe na pele mortificada de dentes que abrasam.
E ela desce completamente incompleta e cheia de negro e apomorfias.
E eles olham-na e os olhos entram-lhe no vestido e nas tranças e nos pés pequenos e nas mãos de unhas prontas a rasgar carne mole.
E ela olha acompanhada de um sorriso prolífico e desdenhoso... sou só minha.
Deita-se em azul e adormece.
Resultou, dormiste minha pequena, toda tu dormiste.
Mas com todo o veneno no corpo delgado e a percepção sorrindo, ele volta, ele ali, todo inteiro.
E ela queria-o e ela queria-o muito mas ele não a encontra, ele não é dela, ele pertence ao mundo.
E ela estica o corpo crescido e desfaz as tranças de fresco e dispõe-nas no peito e espera e espera e espera de olhos fechados e sorriso envenenado.
E ele abre-se e chega e ele aparece e mostra-se.
E ela molha os lábios vermelhos de zimbro e é toda dele.
E ele ri do veneno dela e ela acende os olhos e ele abrasa-lhe o corpo de lírio.
Ela gosta muito dele, ele é verdadeiro e fá-la sorrir e abraça-a quando o mundo a tolhe.
O veneno prossegue a correr-lhe nas veias inchadas e ele beija-lhe as têmporas e abraça-lhe as pernas, ela mostra-lhe os caracóis desfeitos e ele abre o sol numa boca que a amansa.
Ela gosta dele e ele amansa-lhe o coração violento.
Ela tem palavras guardadas nas mãos, ela treme e ele prossegue, ela tem medo, ele tem cetim.
O tempo, o tempo que corre e o tempo que corre prossegue correndo.
E esse tempo descrito pára, congela, ali, quieto e frio, e ela abrasada de língua e mãos e abraços e corpo e lábios e tudo o que lhe ofereceu, sabe-o ali e quer que o tempo a leve com ele para que nunca mais o sinta longe, quer que o mundo os guarde para que ninguém mais o tenha e nada mais a abstenha dele e o abraço da morte é seguro e forte e ele sorri com olhos de açúcar e ela é toda dele e ela gosta muito dele e a alta senhora, cândida e negra, leva-os abraçados e pertencidos.