“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

03
Mar 11


Um dia destes, quando estava nas escadas à espera, vi uma pessoa dispersa.

Cabelos e barba ruiva, cheio de chuva. Foi a primeira vez que vi um olhar assim.

Ele olhava em frente para algo que não existia, ele fumava o cigarro lentamente. Ele sentou-se no autocarro e encostou a cabeça ao vidro.

A desvontade das suas mãos, os olhos dele estavam tão longe e tão irreparáveis que cheguei a casa e os meus agitaram-se.

Outubro de 2010


E hoje voltou a aparecer, mas desta feita, estava cheio de sol, reconheci-lhe o cabelo enquanto estava sentado nas escadas, como um lagarto a aquecer o sangue liso.

Como é belo, como é ruivamente belo.

Tem um rosto estranho de tão preclaro e brinca com as mãos.

Na calmaria do seu cigarro, na certeza dos seus passos, deixa deliberadamente transparecer o seu jeito áspero e distanciado.

É delicioso presenciá-lo.


publicado por Ligeia Noire às 22:27
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