“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

28
Abr 11

 

E os olhos, os meus olhos, o que mais me inquieta são eles... sempre foram eles porque sei que têm pessoas dentro, uma, duas, não sei...

 

Não perdeste tempo.

Tomaste-me a espada e foram eles, foram os olhos que me castigaste.

É essa a tua retaliação? Golpe baixo.

Não sei se cobres os pés mas, se eu estivesse neles, teria sido humana e teria optado pela alforria mas tu preferes ir mais longe, tu preferes que eu me enterre e saboreie o lodo.

Queres que te mate em mim também?

Não gostas de estar vivo é?

Consideras o teu estado vida?

Para onde foi a tua compaixão?

O que é que resta? Ah já sei... mas até isso estás a foder...

Quando cheguei a casa não havia força nos braços para levantar as coisas do chão, as enzimas corroíam o estômago mas o mostrengo apertava-me as costelas... pensei em anestesiar-me mas tenho todos os músculos a fermentar.

Não digas que sou eu que me desfaço, me destruo e me como, não ouses dizer que a culpa me cai nas mãos porque estou em ebulição.

Porventura, riste-te ao ver-me a atitude ante o prenúncio de desgraça mas não tive forças, senão, para me apagar e adormecer com olhos de ribeira.

Nunca em mim, o desejo de estar a sonhar foi tão pesado e ansiado

És mestre na arte de atingir as carnes mais frágeis, os instrumentos mais sagrados.

Contra tudo o que me naufraga nada posso fazer, sou o eterno tecido infectado, a dádiva muito querida que desgasta mais os bolsos que os sorrisos. 

Prefiro não saber o que fariam os possuidores se pudessem volver no tempo.

Não me faças isto…

Sabes que não tenho espírito de mártir e rasgaria o cenário de uma golfada.

Não tenho medo de o fazer.

Podes condenar-me a outro receptáculo mas a vitória não te sairá incólume e não precisas dizer que não é a vitoria que procuras.

Se querias carregar-me de tão pesadas pedras, espessasses-me os ossos.

Ainda espero acordar e ver-me limpa.

À cabeça apenas acorreram violadores de pele e aos olhos as doses de sal do costume, não te ameaço, é a forma de me colar para prosseguir a tua história.

Quando o corpo nos falha, que interessa a alma?

Que interessam as palavras?

Que interessam as obrigações e as pessoas?

E perguntas-te então porque escrevo… porque és a única criatura que me pode ajudar.

Satisfeito?

Achas que estou com medo?

Não é medo, é terror.


publicado por Ligeia Noire às 23:55

26
Abr 11


Se calhar, tudo isto é o paradoxo com pernas.

Se calhar, só consigo amar a mim própria, loucamente, excessivamente e gravemente.

O amor obsessivo que prefere o nada se não tem o tudo.

A paixão pela perfeição inteira que desfaz, devagarinho, tudo o que lhe contradiga os olhos.

Não me peças para explicar.

Há dias em que me sinto o lírio mais belo para que, em outros, me possa comer as pétalas e culpar-me pela morte do caule em estertores.

Às vezes, sinto isto tenuemente como se esse eu (seja lá quem esse eu for) não quisesse que me apercebesse.

Como se deixasse de ser eu, se soubesse as teias em que me emaranhei, desde que o ar me inchou as narinas.

Serão todos caprichos, volúpias, jogos de sedução de que me canso?

Amores que verto de demasiado alto para que nunca ninguém lá consiga subir.

Não sei se me obrigo a fazer-me companhia ou se estou obcecada comigo toda.

As unhas, o coração que me lateja na carótida, o cabelo que me tapa o torso, as mamas que me resvalam para as mãos… e os olhos, os meus olhos, o que mais me inquieta são eles... sempre foram eles porque sei que têm pessoas dentro, uma, duas, não sei.

Não sei, não sei, sinto-me tão irrequieta e infectada, como assustada e reticente.

Quero continuar a aguçar-me e a escavar-me mas tenho medo de não ter migalhas suficientes para me alimentarem o caminho de volta.

E os amantes?

(ir com calma, caminho minado).

Queria senti-los muito mais do que no cadáver mas nunca deixei que me descobrissem, nunca achei que o soubessem fazer.

Aquieto-me sempre, plantando palavras em todos os cantos do cérebro, para me alimentarem a certeza de que eles não me sabiam, de como nunca seriam capazes de me atordoar.

Havia sempre um lanho no rosto, uma mordacidade que faltava, um beijo que dormia, um inebriamento que nunca sucedia.

Sempre fechei os olhos.

Mas, por certo, nunca deixei que fossem algo, sempre os reduzi a si próprios e, alguns, temo, a meros lenços de seda mas, depois, sinto-me rosa florida de sangue e apraz-me amar o mundo e todos e todos, sinto-me a virgem pura que quer aperfeiçoar o Homem, a Mulher Escarlate que abarca a imensidão e sorrio sem nada, só pelo prazer de ver o sorriso.

Acho que são as pessoas que tenho nos meus olhos que fazem isso.

Amo os que têm o meu sangue e por isso apenas, egoisticamente, conheço o amor.

Volto a ti e desço-me as mãos nas tuas, agora, que estás de branco vestido (outra vez) e de coração cheio, espero que me aches dentro de tudo isto.

Eles são todos eu?

E tu também me és ou eu é que te sou?

Vence-me e não digas que a vitória te é indiferente!

Eu que sempre quis ser a presa, eu que sempre quis a loucura, eu que sempre quis o extremo, sou a raposa sempre, a suicida consciente, a gata preguiçosa.

Deixa-o descer, deixa-o encher o receptáculo de carne, a carne de sangue e vence-me.

Mesmo que seja efémero, mesmo que ele seja um Filho-da-lua e tenha de voltar contigo.

Percebe-me o peito que te fala alto e lê-me o olhos.

Anseio que todos os espinhos das doces rosas se me enterrem nas mãos, desejo-os a cravarem-me o peito.

Não ter ossos suficientemente robustos para conter tudo o que ele me fizer sentir.

Desejo consubstanciá-lo e perpetuá-lo na morte.

Anseio por ser a sua viúva negra, de rosto rendado e de amor esfacelado mas sentido e sangrado.

Vá, prova-me que sou una e completa e que este é o meu último naufrágio.

Estou solene e vim sozinha, curvo-me e beijo-te a mão, empunho a espada e aguardo pela retaliação.

publicado por Ligeia Noire às 23:45

15
Abr 11


O que há na sala 101?

Tu sabes o que há na sala 101. Toda a gente sabe.

Ouviram-se botas lá fora. As entranhas de Winston contraíram-se.

Muito em breve, talvez já.

Esse barulho de botas anunciava ter chegado a sua vez.

A porta abriu-se, o oficial de rosto frio apontou para o vulto na penumbra.

Sala 101 proferiu.

O homem lá foi, o rosto vagamente perturbado mas sem compreender o que o esperava.

Não sabia onde estava, impossível saber ao certo. Tinham-no fechado numa cela de tecto alto, sem janelas, com paredes de azulejos brancos, brilhantes.

Lâmpadas invisíveis inundavam-na de uma luz fria e, ouvia-se um zumbido ininterrupto. Um banco com apenas, largura suficiente para uma pessoa se sentar, corria à volta das paredes.

Diante da porta uma sanita sem tampo. Quatro tele-ecrãs, um em cada parede. Sentia uma dor surda na barriga e uma fome corrosiva, doentia...

Não sabia e provavelmente nunca saberia, que horas eram ou há quanto tempo tinha sido preso.

A porta voltou a abrir-se, o oficial apontou para o homem esquelético:

Sala 101.

O homem atirou-se para o chão de joelhos num pânico indescritível. O seu rosto já muito pálido tornou-se de uma tal cor que não se julgaria num rosto humano, verde.

Matem-me! Degolem os meus três filhos à minha frente mas para essa sala é que não.

Sala 101, disse o oficial.

Naquele lugar ninguém conseguia sentir nada, senão a dor e a antevisão da dor. Nunca se podia desejar, fosse porque motivo fosse, um acréscimo de dor.

Da dor só havia uma coisa a desejar, que parasse.

Nada no mundo era tão terrível como a dor física.

Perante a dor não há heróis, não há heróis. Pensou ele, enquanto se contorcia no chão com terríveis dores.

Havemos de te esmagar a tal ponto que tudo morrerá dentro de ti, ficarás oco.

Havemos de te espremer até ao vazio e depois encherte-e-mos com a nossa própria substância e deves desistir de pensar que a posteridade te vai vingar, a posteridade jamais ouvirá falar de ti.

Vamos suprimir-te totalmente do curso da História.

Vamos transformar-te em gás e lançar-te na atmosfera.

Nada restará de ti, nem nome, nem qualquer recordação. Serás aniquilado no passado e no futuro.

Nunca terás existido.

Perguntaste-me uma vez o que havia na sala 101, disse-te que já sabias a resposta.

Toda a gente sabe o que há na sala 101.

É o pior do Mundo e o pior do Mundo varia de indivíduo para indivíduo.

Umas vezes é ser-se sepultado vivo, outras a morte pelo fogo ou milhentas outras formas de morte e sofrimento indizível.

Só por si, a dor nem sempre basta, mas para toda a gente existe qualquer coisa intolerável, qualquer coisa que não se pode de modo nenhum suportar…

Um Homem afirma o seu poder sobre o outro fazendo-o sofrer, a obediência não basta.

O poder consiste em infligir dor e humilhação.

O poder consiste em desagregar a mente humana para reconstituir numa forma nova, a forma que entendermos dar-lhe.

Queres uma imagem do futuro?

Pensa numa bota a pisar o rosto humano, para sempre.

  

in 1984 de George Orwell

 

Post Scriptum: texto apanhado de ouvido da narração de Jorge Carnaxide no programa "Argonauta" da Antena 2.

publicado por Ligeia Noire às 00:19

13
Abr 11


Come into these arms again

And lay your body down 
The rhythm of this trembling heart
Is beating like a drum 

It beats for you - It bleeds for you
It knows not how it sounds
For it is the drum of drums
It is the song of songs...

Once I had the rarest rose
That ever deigned to bloom.
Cruel winter chilled the bud 
And stole my flower too soon.

Oh loneliness - oh hopelessness
To search the ends of time
For there is in all the world
No greater love than mine.

Love, oh love, oh love... 
Still falls the rain... (still falls the rain) 
Love, oh love, oh, love... 
Still falls the night... 
Love, oh love, oh love...
Be mine forever.... (be mine forever)
Love, oh love, oh love.... 

Let me be the only one 
To keep you from the cold 
Now the floor of heaven's lain
With stars of brightest gold 

They shine for you - they shine for you 
They burn for all to see 
Come into these arms again
And set this spirit free

 

Lyrics by Annie Lennox/Letra de Annie Lennox


Post Scriptum: Conde, Conde, Conde... tenho de te pôr em palavras. Não sei dizer mais nada por agora.

publicado por Ligeia Noire às 16:52
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12
Abr 11


Bolachinha extra-saborosa hum… ah!

Isto é uma competição?

Descobri hoje, melhor, acreditei hoje.

Mas não precisais tirar as luvas para mostrardes as cicatrizes de noites e noites de incomensurável sofrimento e percepções lúcidas.

Eu nunca (lede!), nunca vos olhei nos olhos.

Nunca vos quis, nunca vos ambicionei.

Sabeis qual é o meu desejo?

Que chova demasiado no vale do desterro para que possa rebolar-me na lama e, que correndo, me esvaia em coisas de bicho.

Para vosso conhecimento, eu gosto de sal, muito.

Gosto de guardar namesinha-de-cabeceira uns cristais para ir deglutindo, gosto de vinagre vermelho, muito.

O meu êxtase jaz na delícia de os misturar com tomates frescos.

Nunca vos quis a coroa que infantilmente segurais na cabeça, fingi que ouvis, é tudo vosso.

Vós nunca chegastes a perder, vós sois a bolachinha das bolachinhas.

Eu não rivalizo com ninguém, apenas ergo o braço e digo que estou com sono e que a abundância e a lisonja não me interessam e sim, nem mesmo o reconhecimento.

Sou mulher de alma negra, quero flores, copos de vinho, Fields of the Nephilim e paz.

Todavia, vós pertenceis aqui, enquanto eu pertenço numa campa florida.

(Ah! Isto está a dar-me gozo!)

Cuidado! Não vos aproximeis.

Sou restos, sou suja, retalhada.

Se olhardes de perto a minha nuca, não vereis código de barras e do meu coração não saem coisas formosas.

Não sei ler nem escrever.

Não quero as vossas frases eloquentes, nem os vossos detalhes, nunca me apeteceu foder-vos.

E se vos pareço um pouco irritada, não sorrides, é apenas uma leve comichão nos meus pés de campónia analfabeta.

E se decidi escrever-vos, esse pobre facto advém da guerra declarada por entre curtos cruzamentos de espaço, as mulheres são exímias em guerras não declaradas.

Mas bolachinha, apenas vos escrevo para dizer que a vossa guerra é masturbação e não sexo, sabeis porquê?

Porque é vossa mercê que está assanhada.

E, portanto, como é referido na citação com que intitulei este devaneio, eu não quero ser salva, eu não me esforço por me agarrar à varanda, sou preguiçosa, a minha alcunha diz-me toda desde os dezassete anos.

Vós, bolachinha, fazeis demasiado, tentais demasiado, é como se estivésseis eternamente numa fotografia.

Aqui a indigente, é assim e o Inferno, só lhe exige a vida.

publicado por Ligeia Noire às 21:06

11
Abr 11


Escrevi eu um dia num caderno:

nunca me falaste da morte em vida


publicado por Ligeia Noire às 23:42
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07
Abr 11


Instintivamente, acho que acabei por fazer aquilo que outrora me aconselharam, aprender com os gatos e não confiar em ninguém.

Todavia, ainda não fui buscar as palavras para lapidar esse assunto.

Enquanto a cabeça rodopia e rodopia em valsas continuadas, lembro-me que não tenho tido comportamentos de ser humano, há muito tempo.

Hoje está calor, a noite está quente, fui passear-me e raptar umas flores mas o tempo continua enferrujado.

 

Pessoa A


Eu também quero estar contigo, quero ver o que vai suceder, quero saber se fazes parte do sangue, quero saber se sinto tudo ou se o tempo e a lonjura foram ceifeiros das nossas vontades.

 

Pessoa B


Cada vez que vejo algum bocado do meu Frankenstein, lembro-me que ainda pertences. E, enquanto escrevo, vens para ao pé de mim e é bom.

És tão diferente de todos, acho que jamais deixarei de gostar de ti.

Simples.


Frankenstein


Fundamentalmente, és uma aberração e não me parece que o Supremo te deixe existir aqui... mas hoje vi-te umas brechas.

Como se o teu mundo andasse no meio do meu, atravessaste a rua e tive de continuar para a masmorra.

 

Trasladação


As minhas mãos hoje cheiravam a aguardente, já os olhos andaram o dia todo desmaiados.

Na noite pairava açúcar, estou enjoada, nauseada, cansada e maltratada.

Sinto falta daquele quarto com duas camas, uma mesa-de-cabeceira, um guarda-vestidos e uma varanda.

Sinto falta da sua neblina de haxixe e uns tantos pós cândidos e éteres maléficos.

Sinto falta das garrafas que pesavam na mesa, sinto falta de transviar pessoas, sinto falta de ti, rapariga-que-tem-nome.

De todos foste a mais bela, a totalidade, o fogo e o gelo, a loucura, a trindade.

Para ti, lembras-te?

 

O mar em Fevereiro


Éramos ainda o que somos.

E tenho saudades de saber ser o que fui.

Eles, que nos acompanhavam, não nos sabiam.

Talvez esperassem comer-nos a carne mas temo que ela fosse demasiado extra-sensorial para os seus dentes e língua de leites mornos e de pacote.

Éramos leite ainda no úbere.

Éramos rosas selvagens e suicidas de tão vermelhas.

E levaram-nos para o mar.

Fazia frio, a noite estava de veludo e o céu, vestido das suas mais formosas estrelas, ondeava.

Tirei o casaco negro, as botas e olhei calada, tu olhaste calada.

"Vamos?" e sorriste como só tu sabes.

Os teus sorrisos dos olhos e da boca são só teus.

Acharam-nos dementes mas que diferença fazia, não nos achavam já?

Estavas tão liberta e tão perigosa.

O mar provou-nos o corpo inteiro até ao êxtase.

Tu rias e ias mais longe, lembras-te do rapaz engraçado?

Ele acabou por se juntar à celebração.

A minha camisa branca, a camisa do Crisma, a mesma que me cobria o peito quieto.

Tinha o cabelo inundado, as calças ensopadas e a camisa virginal tinha sido assolada pela água gelada.

O corpo sabia a sal e a lua terna.

Lembras-te do outro rapaz?

Aquele para quem deveria exibir o meu olhar e a minha compleição de enamorada?

Estava sentado na areia de olhos incompreensivos.

O mar jamais lhe provaria a pele mesmo que ele se tivesse afogado nele.

Podias ensinar-lhe o perigo, o gosto, a liberdade de não ter corpo, de não ser deste mundo, talvez assim eu o quisesse.

E riste, tu riste quando me viste a sair da água em direcção ao rapaz irritado que se plantava como junco nas conchas.

Tu rias porque me sabias e eu dizia-te "sim" sem falar.

Há poucas coisas que me assustam e há poucas coisas, aliás, muito poucas, que me amansam e depois, depois há ainda menos coisas que me dão gozo, que me enleiam o espírito.

Gosto de brincar.

Tenho-me medo, aos outros não, os outros são extra-compreensão à qual não me entrego.

Como a loucura não chega para todos, o rapaz (que sempre me fez lembrar aqueles cavaleiros que necessitam de resgatar Rapunzeis mas que na sua senda existencial, se esquecem de que a gaja não quer ser salva porque a salvação é como ver as soluções no final do livro) olhava-me zangado.

Estaquei-me à sua frente, a camisa pingava-lhe pequenas gotas salgadas nos pés calçados e os olhos pousavam-me no corpo, que se transparecia.

Deixei o meu peso pesar-lhe no colo e fechei-lhe as mãos nas minhas.

Não se lhe ouviam palavras, beijei-lhe a boca.

Ele era fome e intenção, deu-me a mão e pediu que o acompanhasse na sua contemplação amorosa mas corri para a prata e ele não quis tirar as botas.

Quando olhei para trás, já estava longe, nas rochas. 

 

I'm Looking Forward To Joining You, Finally

 

As black as the night can get

everything is safer now
there's always a way to forget
once you learn to find a way how


In the blur of serenity
where did everything get lost?
the flowers of naivet
é
buried in a layer of frost

The smell of sunshine
I remember sometimes

Thought he had it all, before they called his bluff
found out that his skin just wasn't thick enough
wanted to go back to how it was before
thought he lost everything
then he lost a whole lot more

A fool's devotion
swallowed up in empty space
the tears of regret
frozen to the side of his face

The smell of sunshine
I remember sometimes


I’ve done all I can do
could I please come with you?
Sweet smell of sunshine
I remember sometimes


Lyrics by Trent Reznor/Letra de Trent Reznor


Voltámos os três e fomos descalços em direcção a um rol de palavras azedas.

Percebi, naquele instante, de que não valia de nada fazer força, tentar... e ri, ri e ri contigo, filha da Estrela-da-manhã, e fomos livres e anestesiadas e salgadas como carne vermelha presa pelo ápice à vista de todos.

Subir ao teu cavalo rapaz, foi como beber água inquinada deliberadamente.

Quiseste a boneca e a caixa...


publicado por Ligeia Noire às 22:20
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04
Abr 11


Tens?

Quero, preciso.

Vai ser duro, my little piggy needed something new.

No teu quarto ou na ponte?

Nothing can stop me now because I just don’t care anymore.

Sabes que esse é o estado mais perigoso, quando já não temos medo?

Ajuda-me, fodi o meu mundo, tenho as mãos sujas.

God is dead and no one cares

If there is a hell I'll see you there.

 E sabes disto tudo, prende-me o corpo e eleva-o.

-É o teu Deus que está morto?

-Sou um buraco negro nasci para apodrecer aquilo em que toco. Sou um ácaro, sou pele morta, sou um feto raquítico e escanzelado que só vive da fome.

-É justo, assaz justo. Custa-me olhar-te, esconde o coração, fecha as costelas.

Help me, I broke apart my insides 

Help me, I've got no soul to sell
Help me, the only thing that works for me
Help me to get away from myself

-Sabes o que vem a seguir?

-Estás muito vazia.

 -Coloca-me as mãos no pescoço e pressiona, entra e destrói. Uma, duas, três, dez vezes. Faz-me em ti e dá-me o copo gelado aos lábios, entorna-o e deixa-me em coma.

Rasga-me o peito, corta-me, prepara e doseia-me.

É tarde nunca foi cedo.

A vossa compreensão faz-me vomitar.

How did you get so big?

How did you get so strong?

How did you get so hard?

How did it get so long?

 -Como chegaste até aqui? Não gostas deles? Não ouviste as dores deles? Queres mesmo condenar-te?

-Olha para mim anjo do desterro.

-Toma e escolhe o que melhor te aprouver.

Foi disso que me apercebi, é isso que sou, e é isso que faço.

Asco, asco, asco.

Jamais quero ver isto sem ter os olhos baços.


All excerpts in this post are from Trent Reznor/ Todos os excertos contidos nest post são da autoria de Trent Reznor


publicado por Ligeia Noire às 20:59

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