Sempre me conheci a escrever, sempre me conheci melhor pelo que escrevo.
Ora, vamos lá, ao ponto de situação.
Possivelmente, o Frankenstein apareceu na janela mas numa janela que só existia na minha cabeça… não podia ser ele ou então é uma besta e isso significa exactamente o mesmo.
O tema deste devaneio veio ter comigo em boa hora e, hoje, fiquei a olhar para o título uns bons minutos.
E a verdade é que, as quatro pessoas que sou, estão a mirrar, uma delas até vê uma teia de aranha num dos olhos, teia essa que foi responsável pela descida, a pique, novamente.
O senhor de barbas, nos braços do qual eu desfaleci, disse para fingir que não existia mas é assaz complicado para uma moça como eu.
O senhor de barbas brincou comigo, fez-me sorrir.
Talvez, mais tarde, fale da teia que uma das minhas pessoas vê, ou talvez não.
O senhor de barbas fez-me lembrar outros senhores de barbas, por exemplo, o meu antigo professor de geometria descritiva, ambos cheios de livros nos anos que os compõem mas, também, cheios de palavras simples e olhos que vêem.
Gosto de senhores de barbas, fazem-me sentir junto de ti Supremo, fazem-me pequenina e comporto-me como tal, involuntariamente.
Essa minha pessoa prefere a escuridão mais do que nunca porque, a teia de aranha que lhe assusta a vista, esbate-se ao entardecer... a ironia.
Essa minha pessoa violou um dos seus mais sagrados adornos.
Hoje, olhou-se e já não sabe se está, do lado de cá ou do lado de lá, da linha vermelha.
A segunda pessoa de mim, aquela que usa a domino, assentiu que não gosta de ninguém mas como isto ainda agora acabou de ver a luz do dia, cobrindo-se ainda de sangue, tem de se esperar e limpar com cuidado, para não cair no erro de se usar de demasiada violência e, claro, apurar a metáfora.
A minha terceira, aquela que me acho, está preocupada com a perfeição do corpo e por isso dá passeios ao luar por entre constantes vislumbres do que poderá vir a segui-la.
A minha quarta pessoa, deve foder as contas ao diabo e foder as percepções aos que a querem navegar nos olhos.
Às vezes, é doloroso percebermos que nos distanciamos tanto, mas tanto dos outros, que eles deixam de falar a nossa língua.
Hoje, enquanto ia a correr com todas as minhas pessoas, senti uma tristeza do tamanho das coisas por medir e senti medo, medo misturado com saudade, saudade de não ter consciência daquilo que sou e daquilo que sonhei ser quando tinha tranças e meias de renda branca.
Ainda uso tranças mas nunca mais pude sonhar ser mais nada.
A dor de pensar, a puta da dor de pensar.
Curar as feridas com beleza e quão bela é esta composição, sangra beleza e sangra coisas simples, coisas humanas, coisas da dor de pensar:
And all that could have been
Breeze still carries the sound
Maybe I'll disappear
Tracks will fade in the snow
You won't find me here
Ice is starting to form
Ending what had begun
I am locked in my head
With what I've done
I know you tried to rescue me
Didn't let anyone get in
Left with a trace of all that was
And all that could have been
Please
Take this
And run far away
Far away from me
I am
Tainted
The two of us
Were never meant to be
All these
Pieces
And promises and left behinds
If only I could see
In my
Nothing
You were everything
Everything to me
Gone.. fading..
Everything...
And...
All that...
Could have been...
All that could have been.
Please
Take this
And run far away
Far as you can see
I am
Tainted
And happiness and peace of mind
Were never meant for me
All these
Pieces
And promises and left behinds
If only I could see
In my
Nothing
You were everything
Everything to me
Letra da autoria de Trent Reznor/Lyrics written by Trent Reznor