Na minha Alma há um balouço
Que está sempre a balouçar
Balouço à beira dum poço,
Bem difícil de montar...
E um menino de bibe
Sobre ele sempre a brincar...
Se a corda se parte um dia
(E já vai estando esgarçada),
Era uma vez a folia:
Morre a criança afogada...
Cá por mim não mudo a corda,
Seria grande estopada...
Se o indez morre, deixá-lo...
Mais vale morrer de bibe
Que de casaca... Deixá-lo
Balouçar-se enquanto vive...
Mudar a corda era fácil...
Tal ideia nunca tive...
Da autoria de Mário Sá-Carneiro
Post Sriptum: que saudades, que saudades disto. Deste outro mundo, destes sentimentos verdadeiros feitos de pessoas verdadeiras.
Que saudades desta liberdade de caminhos, deste amor às coisas belas, já tinha saudades de poder encontrar-me com a poesia a horas perdidas depois de anestesias diversas, é... Que saudades do sentir e quem melhor do que o senhor acima para me adormecer?
Já tinha saudades dele mas com ele... ah, com ele só me consigo encontrar quando estou assim: crescida e a olhar para as marionetas.