Vai demorar dama de paus, vai demorar até o sol cair de cansaço.
Barba cerrada e agreste, por pulsos e mãos pequenas, abertas e de dedos estendidos.
Vale a pena enquadrar o obreiro?
As mãos grandes e rugosas constrangendo as mãos claras e obedientes.
Colheu-lhe o queixo com a boca e segurou-lhe as pernas brancas junto aos braços de muitos anos.
Cabelos densos e escuros, os cabelos dele... compridos e doseados a cada movimento coordenado.
Recolheu, da cesta de palha velha, duas pedrinhas de sal e, com unhas compridas e aguçadas, depositou-lhas nos lábios que ela apressou a sorver.
Haverá o dia de amanhã?
Sabes quando comes um rebuçado de mentol e ficas com as vias respiratórias demasiado limpas e susceptíveis?
0,3,7 Pescoço flagelado e dentes acamados nos lábios de zimbro.
Com os dedos compridos e gelados contou-lhe todas as costelas, enquanto ia proferindo os números em voz assaz monocórdica.
Langorosamente deixou que todo o seu peso se depositasse no recebimento que ela lhe mimoseava.
Tomou-lhe as tranças, as tranças de rapariga e desviou-lhas do peito, parou.
Os dias de afogamento em lagos sujos.
Olhos, olhos grandes e fundos e de pestanas compridas, olhos escuros, olhos sem cor, ali parados como águas doentes.
O que é que foi? Perguntou, baixinho, a rapariga de tranças que caiam pelas costas.
E inclinou-se, as tranças caíram-lhe pelo ventre, inclinou-se mais e com as mãos juntas guardou o rosto severo dele junto à boca.
Desceu-lhe até aos lábios fechados, depositando um beijo morto, como quem deposita um lírio roxo, numa campa fresca, numa campa que não conhece, só pelo leve prazer de observar a flor que explode de cor, no mármore frio e anoitecido.
Os braços de mãos rugosas tomaram-lhe o corpo pequeno e deitaram-no no colo, o obreiro escondeu a rapariga como se fosse uma gaveta de madeira de cedro.