“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

02
Mai 12


Começo por detestar tudo mais um bocadinho, principalmente os que escrevem dores a fingir mas não me fico por aqui.

Hoje é dia de continuar o ódio e odeio tudo e um mais que tudo que ficou por odiar em todos aqueles dias nos quais me esqueci de fazê-lo ou em que pratiquei a condescendência como táctica desportiva de observação.

Uma saca transparente de tomates, de um vermelho amadurecido e de um aroma silvestre.

Vermelhos, vermelho, vermelho, como pode alguém tão morto gostar tanto de algo tão não-morto?

Pedrinhas de sal, pedrinhas de sal e as pedrinhas de sal.

O vermelho quente, pulsante que me emudece, provoca-me, acredita, eu tento, eu tento e pedrinhas de sal saltam por todo o lado.

Eu gritei por ti ontem e tu não vieste, atravessei.

Sabes quando nos arrependemos no minuto seguinte de algo que fizemos no minuto anterior?

Ou melhor, o minuto era o mesmo, eu gritei e tu não atravessaste.

Ele joga-te como tabuleiro estendido, público e unidimensional.

Mas não vou falar disso hoje, parece-me uma infantilidade.

E se eu for, que lhes vou dizer?

Se lho disser, irão provavelmente abrir-me a camisa, anelar-me o braço, rodar as mãos no pescoço, anestesiar-me, vão, provavelmente, olhar e olhar e olhar e dizer que preciso fazer isto e aquilo e depois voltar e deixá-los lerem-me e roubarem-me de todo o vermelho.


publicado por Ligeia Noire às 12:56
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