Tive de gramar com duas horas de não-música e gente feia para ouvir e baloiçar pela ambiência de, menos de meia hora de acordes agradáveis tocados por senhores barbudos.
Fomo-nos sentar na escadaria onde já estava a rapariga de cabelos loiros e o outro que a quer papar, depois, do nada, chegou o oficial da dita e, aí credo, lá fui eu lançar folhinhas de oliveira e lembrá-lo de quão estrelada e agradável estava a noite.
Resultou lá, agora, talvez, se tenha desnudado a oliveira toda...
Bem, na verdade, até foi divertido, pouco me importei, ah que má sou.
Ainda estás aí?
Estou a ficar triste, estão a acorrer as gotas de chuva para dentro dos casulos verdes.
E aquele rapaz que anda por aqui, por certo mais novo do que eu mas que belo, mas que belo sim.
É tão belo na sua certeza, no mundo de terra firme do qual se rodeia, a sua segurança e altivez ainda o fazem mais belo e olha como um gato desconfiado para mim, o rosto de barba tenra e as mãos de pianista que aposto nunca terem tocado num piano.
Como se eu quisesse saber daquilo que o faz por dentro, só me interessa a pele de narciso que o veste e, interessa-me ainda mais, porque ele a sabe e a coaduna com olhos de violência e braços capazes de oferecer colisões em paredes gélidas a horas docinhas.
Sim, porque seriam horas irrepetíveis e na orla do penhasco.
Atesto, pois.
O mancebo inspira-me e instila-me à loucura da, outrora vienetta em corpos femininos, no jogo do "perdes sempre".
Ora vamos lá ver se consigo lapidar:
É apenas e só o desejo puro e animalesco de luxúria que não quer ser presa ou continuada.