“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

30
Jul 12


Put your arms around my neck

just like a pathetic lace of death
displays like a tarot deck
I am the card of the hanged man

and here I stand
with a flame on my hand
do you understand?

If there is hope for me
she is flirting with the breeze
on a peculiar choreography
with the dead arms of some old southern tree

silently, lips sealed against me
silently, want to walk with me?

And it makes you want to know
if in all the stories the
truth is really told

And it makes you want to reborn
and like a snake crawl every warm season
Into a different form

When you can still kill me,
when you can still cure me: cure me.

 


Put your lace around my face
just like a fairytale
through the blank of my closed eyes
you can foresee the rope within

And it makes you want to know
how deep have you truly flown

And it makes you want to ride
through the fake suicide of someone
already dead inside

Still you walk with me, silently

and it makes you want to disclaim
something you had really never learnt

and it makes you want to stay
forever tangled in the pale
arms of some hanged man

Here I stand.

 

To understand.
Violently.

 

I have you with me.

 

Letra de Moonspell/Lyrics by Moonspell


publicado por Ligeia Noire às 12:01
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21
Jul 12


You see

I grew up in a hole

Squeezing diamonds out of coals

I'm the seventh son

I’m the only one

And I’m...

On the rise


Sei lá, parecia tão simples, tão certo, tão coisa que deveria ser feita e seguida, tão solução dos fracos e oprimidos mas, agora que saltei para dentro da bolha de sabão rosa, só quero que ela expluda e, se comigo na sua barriga, então supimpa!

Sou tão dissimulada, não sou mentirosa, não minto, acho que mentir é demasiado fraco, é outra coisa.

Eu não falo, ou falo metades ou encubro inteiras partes completas.

Que poderia eu fazer, que posso eu fazer, senão acometer-me às bolhas de sabão que pululam à roda dos meus sopros vitais.

Lá vem o pobre rato de bigodes encarquilhados, refém das suas urgências pelo descontentamento eterno.

As coisas em que eu me enovelo…

Jesus das barbas compridas e de vermelho sangue, às vezes gostava de foder o mundo e ser por ele fodida: And I’m about to drink your blood…


Well, is it true what they say about it?

They say it's new, but I have to doubt it
And then they tell you everything about it
Had enough?
I got some people saying this way
I got some people saying that way
I got some people saying there's no way
Ain't it tough?

See the idiot walk
See the idiot talk
See the idiot chalk up his name on the blackboard
See the robot walk
See the robot talk
See the robot write up his name on the ballot
They say, this is all I need to get by
The truth is, baby, it's a lie.


Excertos dos The Hives/Excerpts by The Hives


publicado por Ligeia Noire às 12:39
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17
Jul 12


Não conseguia distinguir muito bem os rostos que se sentavam à frente, seria noite portanto.

Madrugada não, de madrugada voltámos nós: eu, a rapariga-que-tem-nome, o rapaz de óculos e o meu ex-namorado.

A estrada ia-se deixando usar, devagar, e o ponto b era a escadaria à luz da lua.

I’m not living I’m just killing time.

E, na viagem, o rapaz de óculos colocou a creep que, naquela altura, era o muito que eu conhecia desses senhores, embora, esta fosse a versão que consta no My Iron Lung, faixa oito e nem preciso de utilizar o Google para saber que estou certa, a acústica… só a voz e a guitarra… o que é que aconteceu?

Pedimos que voltasse a pôr e voltasse e voltasse até o rapaz do resgate de rapunzeis referir algo sobre o enfado…

Provavelmente chegámos ao destino e, acho que consigo desfechar sobre mim a memória da cidade lá ao fundo, a noite dava a ideia de existir um mar de chumbo a envolver-lhe as extremidades, nós sentados nas escadas… não, não estávamos sentados, já me lembro, estava frio, estava vento, a rapariga-que-tem-nome  ficou na escadaria com o rapaz dos óculos e eu estava na muralha, tentando com muita força ser uma donzela enamorada mas perdida ainda nas muitas coisas pequeninas que se aninhavam lá ao fundo.

Na verdade, eu queria estar com ela e ressuscitar a nossa tradição de, em momentos de pressão inabalável, ir a um sítio abandonado e escuro gritar a plenos pulmões.

Fazíamos, sim isso.

Gritávamos numa ponte por cima de uma auto-estrada que levava os muitos carros, carrinhas e camiões para a cidade do nevoeiro.

Voltando à escadaria, foi bonito, sim mas acho que o resgatador de rapunzeis não gostou muito da minha afinidade com o rapaz de óculos tocador de guitarra e degustador de música que não envolvia a usual movimentação compassada de cabelos que existem ou não.

Não gostou de que eu não fosse a usual rapariga que gosta das usuais músicas daquela usual tribo.

Quão cómico será dizer isto hoje, numa época em que a creep é considerada um erro (ai as pessoas analíticas) mas os erros deram frutos e os frutos sementes ou as sementes frutos.

E perguntei ao amigo se tinha mais alguma coisa da banda e ele disse que tinha tudo e mais alguma coisa.

E foram dias até ter tudo o que ele tinha e, literalmente, ter passado semanas, meses mergulhada naquelas canções…

Não era uma época muito tranquila, se te disser que estava triste, provavelmente irá soar a eufemismo.

Ter descoberto estes senhores, naquela altura, foi doentio e fez-me muito mal, tão mal que depois de meses mergulhada no negrume de carvões tive de deixar de os ouvir.

Como disse a menina ontem, são as depressivas que gosto mais.

Em raros, raríssimos momentos volto a limpar-lhes o pó, não são nem de perto nem de longe o meu cardápio mensal mas andam por aqui como se soubessem de uma espécie de segredo.

Se espera ou não, ainda não sei, ainda não passei a fase da existência.

Às vezes, pergunto-me como podem eles tocar sem desatarem a chorar…

Hoje estou com um vestido cor-de-rosa com o qual poderia dizer-te you and whose army?

Pois não chegues perto.


In pitch dark 

I go walking in your landscape 
Broken branches 
Trip me as I speak 

Just 'cause you feel it 
Doesn't mean it's there 
Just 'cause you feel it 
Doesn't mean it's there 

There's always a siren 
Singing you to shipwreck 
(Don't reach out, don't reach out 
Don't reach out, don't reach out) 
Steer away from each rocks 
We'd be a walking disaster 
(Don't reach out, don't reach out 
Don't reach out, don't reach out) 

Just 'cause you feel it 
Doesn't mean it's there 
(Someone on your shoulder 
Someone on your shoulder) 
Just 'cause you feel it 
Doesn't mean it's there 
(Someone on your shoulder 
Someone on your shoulder) 
There there! 

Why so green and lonely? 
Lonely, lonely? 

Heaven sent you to me 
To me, to me? 

We are accidents waiting 
Waiting to happen 

We are accidents waiting 
Waiting to happen

 

There there by Radiohead/Tema da autoria de Radiohead

 

E grandes rodas faz este vestido, de olhos que também olham como se soubessem de segredos.

publicado por Ligeia Noire às 11:01
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08
Jul 12


Preciso de escrever, tenho de escrever quando chegar ao escuro do meu quarto e quando todos os cérebros estiverem do outro lado.

Aqui o eu é e está.

Tic-tac

Não pude escrever, a dor de cabeça só passou com rodelas de coma white.

Hoje sinto aquela frustração de que falam os músicos, tenho tudo aqui dentro e não sei como fazer a trasfega para esta folha branca…

Como já me passaram as vontades de ser florista e nutricionista, há muito tempo que o meu almejo é o de

andar daqui para ali a enrolar fios e cabos de uma banda em concerto, ser simplesmente necessária sem

existir, nunca estar no mesmo sítio demasiado tempo, mover-me constantemente para que não possa ser nem

existir, como nas viagens de autocarro, não estou em lugar algum, o por acontecer.

Tenho um imenso bouquet de hidrângeas de azul arroxeado, que abalroam o amarelo de três ou quatro dálias, no quarto.

Enquanto lá estava e arrumava os vestígios que não eram meus, não senti qualquer nostalgia, na verdade só

queria ir embora. Toda eu era nada de pensar e de sentir, a bolsa não me pesava e o coração nem lá estava, acordou apenas o miolo do crânio para buscar a metamorfose.

Havia nas minhas mãos desejos de a levar para casa, nunca a li, tenho um grave problema, ou melhor, a minha lavra trouxe-me o grave problema de ler tudo fora de tempo.

Ora, quando estivermos a sós, espero ainda conseguir mergulha-la.

Foi o homem de tranças loiras e malmequer branco numa delas, que um dia me leu páginas da dita, sentado

num banco de madeira.

E sim, aqui não estou a traduzir, metamorfosear ou metaforizar nada, é o literal das letras juntas.

Hoje, para além da ansiedade da trasfega, também sinto a alegria do negro.

O privilégio de ter conhecido alguns valetes bifurcados, damas de corações e demais personagens a que dou

valor quando estou pelo meio de versões relvadas da humanidade.

Depois de andar a fugir a manhã do jovem cavalheiro que conheço de obrigatoriedades sociais e a quem já não

quero roubar o sustentáculo, as minhas sete partes de limão tornaram-se dobradas em negatividades de

açúcar.

E, de um momento para o outro, vi-me moderna aia de domino e olhos opacos.

Haverá dias em que o terei de ser para coleccionar o vil metal que aos meus olhos brilha como o sol que evito.

E para ti minha cara, o sumo de tomate não era bom mas para não te provar a razão bebi-o como se de

nectarinas das Terras Brancas se tratassem.

E sim, eu gasto dinheiro em tabletes de chocolate, as inutilidades dizes tu.

Ainda não entendeste, nem nunca vais entender que prezo o poder do dinheiro, não o dito em si, nunca fui de

o armazenar, bolas, não te gosto.

Ah Deus... que cansativo será ter de fingir horas diurnas de sono roubado a escutar o que não ouço, o ruído da

inutilidade.

Os quadradinhos de chocolate versus o ruído que expeles: salvação quadrilátera.

Шлем ужасa Cavaleiro-das-Terras-Brancas, está quase aqui, em cima da cómoda, por debaixo do molho de

hidrângeas que se calhar já terão secado quando o acariciar com os meus dedos de unhas.

Devia ter ido, eu sei, mas havia tantas cordas atadas nos pulsos e nos tornozelos... até no pescoço!

Eu não sou uma pessoa má.

Sim, isto é mil novecentos e oitenta e quatro e é por isso que as rosas vermelhas se proliferam como aradeira

pelas paredes amuralhadas dos meus dois lados, mitigam as ruas ao sol para que não lhes veja nada mais do

que uma massa informe de podridão.

Eu sou uma pessoa amuralhada.


publicado por Ligeia Noire às 11:52

04
Jul 12


Ninguém tira o pecado do mundo.

Ontem, ao finalmente terminar de ler O Castelo de Otranto, senti-me como a Hipólita, uma idiota que se conforma com a idiotia que lhe puserem no prato porque gosta da onda de prazer que lhe advém da martirização.

-Minha cara, acho por bem fatiarmos-lhe os dois braços porque Looks like it's gonna be another one of those rainy days again...

E, sem gastar a balança ou lhe usar os pratos já sabe de antemão que o melhor é conformar-se.

Sem meter pés ao caminho, já lhe fareja a inutilidade.

Há um esconderijo muito escondido cá dentro e enquanto o mantiver jamais conseguirei sentir-me toda limpa.

Não estava à espera desta carta, palavras desenhadas como as desenharia o Cavaleiro-das-Terras-Brancas que o cavalheiro é.

Todavia, enquanto os meus olhos ainda ensonados iam descendo pelas linhas ornadas de traços fortes e precisos via-me virgem casta cada vez mais elevada, tão elevada me mantém, que acho nem ele mesmo me conseguir tocar.

Não gosto, eu não fico bem de branco, nem de diadema mas partilho-te das saudades, meu querido.

Ainda não consegui perceber qual de mim vê ele…

Tenho por certo, que nenhuma das quatro merece tamanhos e tão longos afectos.

Ah, é verdade, a flor-selvagem secou.

Sempre soube que o que lhe devotava era uma forçada vontade de me ver enamorada e, não fui assim tão desventurada, consegui uma paixão menina na sua orla mas bravia no miolo.

Tomei-lhe a boca e o corpo e as mãos nas pálpebras, desenhei mesuras e sofrimentos, enlacei-lhe fitas rosa nos pulsos.

Foram demasiados anos de inutilidades pequenas e beijos sôfregos.

Chorei-lhe algumas lágrimas, minto, muitas.

Era necessário que toda eu me acreditasse na devoção que pensei conseguir cultivar, para que ao estádio de fruto chegasse mas dou-me conta de que o caixão onde me acho continua com espaço apenas para mim e para o meu cabelo enlaçado.

Ainda há duas ou três contas de rosário negro de vidro para desfiar mas preciso voltar para dormir.

For in the back of my mind I always thought I'd find my way to paradise

publicado por Ligeia Noire às 12:38

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