“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

31
Ago 12


Tens um nome, aqui, feito de um não-nome.

Conheço-te há…. E beijo-te crescente.

O branco adorado, como gostaria de te compor uma ode, nela falaria do teu corpo perfeito, dos teus rosários:

-cabelos-

do teu sangue de réptil, daquela que só a mim mostras.

Cantaria as tuas mãos longas e casadas, a boca, a boca.

Calculada, fria e doce a preceito, meu mistério branco e sei que nem ele te sabe, precisamente ele e percebo porquê e tu sabes que eu percebo e gostas e não é que mintas é porque é assim.

É por não ser necessário, é por não seres estanque, é por seres difusa e longilínea entre junquilhos.

És toda tua e tens loucura certeira.


If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her


São poucos, agora, os instantes para despertar a que um dia disseste ser de minha responsabilidade ter nascido.

Gata bravia.

Bela de dia com completudes à noite.

E foi a tua mão no ombro meu e a tua boca a perguntar-me se continuava a deixar rosas esfaceladas e a sugar glicose de noites brancas, queria contar-te, queria congregar poder suficiente para volver o tempo ao círculo aberto.

Mas foi-se a que encerra o segredo dos celestes que dormem na cama dos malditos.

Estarei lá, de negro rendado vestida, a usar o meu mais belo sorriso e abri-lo-ei em leque para ti, pela rainha calculada que és.


It's still getting worse after everything I've tried

What if I found a way to wash it all aside

What if she touches with those fingertips

As the words spill out like fire from her lips

 

If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her

I am justified

I am purified

I am sanctified

Inside you


Heaven's just a rumor she'll dispel

As she walks me through the nicest parts of Hell

I still dream of lips I never should have kissed

Well she knows exactly what I can't resist

 

If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her

I am justified

I am purified

I am sanctified

Inside you

 

I'm just caught up in another of her spells

She's turning me into someone else

Every day I hope and pray that this will end

But when I can I do it all again


If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her

I am justified

I am purified

I am sanctified

Inside you

 

As surely as the blade's course is run

Maybe my kingdom's finally come

 

lyrics from Sanctified by N.I.N./Letra dos N.I.N.

 

publicado por Ligeia Noire às 12:18
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24
Ago 12


Maybe I should cry for help

Maybe I should kill myself (…)

Maybe I’m a different breed

Maybe I'm not listening.

 

Estão a querer despontar, não sei se desta vez resulta, não sei se se sustentam fora da placenta…

Achas que tenho dormido bem?

Não sei, hoje acordei com pouca fome mas a dália fulva e a rosa cor-de-rosa não sabiam disso.

Não é que chova... queres que pinte para ti o que vejo da janela?

Não tenho nenhuma fonte luminosa que queira acender mas vejo as folhas grandes e recortadas e verdes de um plátano que segura, de mansinho, uma imensa folhagem labiríntica, também ela verde, de videiras.

Vejo cachos por apronçar e, lá ao fundo, vislumbres de carvalhos.

Acho que enrijeci desde ontem porque consegui depositar-me naquela gaveta entreaberta.

Lá não sinto nada mais que neutralidade.

Não tem muita tinta este quadro que te pinto, aliás, apenas grafite de um lápis de dorso preto e amarelo, é a cinza do cinzento.

Ando a escavar os Cocteau Twins, acho que não vão entrar para nenhuma gaveta comigo mas também não lha deixo impossível de abrir.

E vou falar do Aristocrata, pois sim, aquele que sorri como os sardões e da maçã do jardim do Éden que a rapariga que o servia à mesa, pura que só ela, lhe pedia sem pedir

Sem desmerecimento para o papel intrépido da moça, aqui, aliás, ela foi outra Eva, quase, mas este Adão já tinha nascido a conhecer o bem e o mal.

Não as vou conseguir organizar agora, as linhas que serão de lápis cinzento, não neste bocado de dia, não hoje.

Olha lá para cima, são os três estágios outra vez, alinhados de forma indecorosa por percepções mágicas.

Isto não são coisas novas, nunca são, aliás... mas também não são ideias arcaicas, são assim como o tempo, a gravidade e a glacial orbicular dos anéis de Saturno, naturais e existem porque sim.

Não gosto de falar daquelas coisas que estás p´ra aí a pensar, só queria poder entrar, estar e sair sem ter de abrir a boca.

E, como vês, mudo de assunto a cada linha delgada, não sou ambígua, sou de sabor a mantrastos.

Um jorro de desesperança que se transformou em qualquer coisa que, às vezes, é bem bonita.

Vamos ali, ao centro, buscar um bocadinho de sensações e desejos rodados a pálpebras fechadas:

E o cavalo era negro de azeviche, montado pelo Salvador.

Pronto, às vezes sou assim, uma boneca de querer, de manejar e aprontar para Domingos consagrados.

Apaga a vela por mim, enquanto, do lado de lá, substituo o cavalo de desejos donzelescos por caminhos opacos fustigados pelo vento do Norte, assim como o salvador pelo meu Frankenstein a quem concederias o sopro... para me fazeres as vontades.

Aquele… ai espera…. Mas esse cavalheiro é feito de Um e o meu é Legião.

publicado por Ligeia Noire às 20:20
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18
Ago 12

 

I 

 

Já não desce e já não fica e não fica porque não desce, apenas e só.

São pressões no crânio, dores de interferências divinizadas.

Que bela sim continuas, que bela e amenizada em todos os teus traços delgados rapariga-que-tem-nome, e que poderia eu dizer-te, que poderia dizer-te eu?

És a escolhida, sempre foste dentre todas, já o disse, eu sei.

Hás-de de branco vestir-te e hei-de ficar doce de tão feliz por te ver o sorriso aberto. Prezada. 

 

II

 

(...)Yes, shall we take a spin again in business?
This time is fixed, let's sweeten our facilities
It took all the man in me
To be the dog you wanted me to be

Shall we take a spin again, no witnesses?
This time is fixed seven three seven is
You won't feel a thing
Begging until you give it up insane

Fish like little silver knives
Make the cuts on my inside
Yeah, let him feast my heart is big, my heart is big
My blood will slide in metal studs (...)


Agora tu:

Queria, ora pois que tudo em ti fizesse força para que as saliências dos teus dedos se desenvolvessem em garras cheias, pejadas de fomes que não se matam com pão branco.

Aliás, eras tu e o outro tu, e a maioria desses tu, porque ao meu Frankenstein jamais lhe concederia o pó animado, se todo ele não fosse um cão raivoso: o meu licantropo de noites uivadas.

Sei lá porque assim foi... o bloco de notas tem várias linhas que me vão surgindo em dias ocos, ora em noites cheias, linhas que preciso clarear, desenvolver, conter no caderno medicamentoso mas que, por estes dias de coisas de polpa, têm-se recorrido do que guardo nos casulos do crânio macerado.

Houve dois sonhos esta semana de que me lembro, no primeiro estava eu com... numa ponte que abarcava todo um ribeiro pedregulhoso.

Era muito, muito alto, como não poderia deixar de ser, e caiu-me o sapato, o meu preferido, lembro-me disto porque mais uma vez os meus sonhos de preto e branco deixaram mostrar as pinceladas carmíneas que adornavam o sapatinho cinderelesco.

O outro foi hoje, ou ontem, sonhei com aquele mancebo conhecido, gosto dele, havia aproximações reclusas quando um indigente surgiu limpando o rosto a um lenço de pano que ia tingindo de sangue quente.

O lenço metamorfoseava-se em imundície, mancha pecaminosa, doença e coisas de atravessar a rua para o outro lado.

Atirou-o para o caminho de pedrinhas acasaladas e foi-se.

As aproximações não continuaram porque o lenço fazia, agora, as honras da casa.

Canta 3D... os segredos todos: 

 

Atlas Air

 

Yes, shall we take a spin again in business?
This time is fixed, let's sweeten our facilities
It took all the man in me
To be the dog you wanted me to be

Shall we take a spin again, no witnesses?
This time is fixed seven three seven is
You won't feel a thing
Begging until you give it up insane

Fish like little silver knives
Make the cuts on my inside
Yeah, let him feast my heart is big, my heart is big
My blood will slide in metal studs

Tourniquet will hold its groove
Tourniquet will keep its grip
It took all the man in me
To be the dog you wanted me to be

Yeah, let him feast my heart is big
My heart is big, my blood will slide
You let him feast my heart is big
My heart is big, my blood will slide

Got nothing to lose but my chains
Internet feeds on my brains
Head in the sand, feet in the clay
And time is still like grease it slips
Sucking in, spitting pips, yeah, spitting pips

Nothing to lose but my chains
Internet beats on my brains
Head in the sand, feet in the clay
A place to piece, a place to pray

A little money should get me on my feet
This gun of smoke is slaying me
And time is still like grease it slips
Sucking in, spitting pips, yeah, spitting pips

My heart was big and like my pride
Let them feast on my insides
And when the filled had spilled its guts
Gently open then it shuts

I'm in the hole three thousand days
A buried soul
They live the dream in terminal
No war too mean

I know the drill, got cells to burn, I'm dressed to kill
A mortal coil and time is still on secret soil
Yeah, pay the bills, cells to burn, mouths to fill
On Boeing jets in the sunset make glowing threats

 

Letra dos Massive Attack/Lyrics by Massive Attack

publicado por Ligeia Noire às 15:42

14
Ago 12

 

E se um dia ou uma noite um demónio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse:

«Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há-de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!».

Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demónio que te falasse assim?

Ou viveste alguma vez um instante descomunal em que lhe responderias: «Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!»

Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e, talvez te triturasse a pergunta diante de tudo e de cada coisa: «Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?»

Pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?

 

Friedrich Nietzsche in Gaia Ciência

 

A temperatura média do universo diminui à medida que se expande. Alguns autores afirmam que a partir de um determinado momento, quando universo for totalmente arrefecido, começará a diminuir de tamanho novamente, voltando à sua primeira forma, a do átomo inicial.

 

in Gamow, a explosão e a teoria da expansão

 

Ambos os excertos fornecidos com a cortesia da senhora Wikipedia.


publicado por Ligeia Noire às 16:02

13
Ago 12


Qual das três a mais profícua?

O primeiro estágio, a dor da menina acabada de nascer.

O segundo que invoca a necessidade de se aprender a viver com unhas cortadas, garras decepadas em vitórias que jamais existiram.

Já o terceiro é a irrealidade a comandar uma vontade de abandonar a sacada e fingir que está tudo bem.

Nós ouvimo-la nos filmes a todo o instante, a frase, o epíteto de uma existência em que as pálpebras comandam os olhos, uma miserável e triste caminhada por entre rosas só de caule.

Que mistura hã?

Eu sei, eu sei, ah eu sei, eu sempre soube.

 

Epilogue:

 

So here he lies at the last, The deathbed convert.

The pious debauchee.

Could not dance a half measure, could I?

Give me wine, I drain the dregs and toss the empty bottle at the world.

Show me our Lord Jesus in agony and I mount the cross and steal his nails for my own palms.

There I go, shuffling from the world.

My dribble fresh upon the bible.

I look upon a pinhead and I see angels dancing.

Well, do you like me now? 

 

Excerpt from The Libertine/Excerto do filme "O Libertino".

 

publicado por Ligeia Noire às 15:24
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10
Ago 12


D'où je viens le temps n'existe pas,

Les secondes deviennent des heures,

Les années de courts instants sitôt envolés

Et nos mots trompeurs sont remplacés

Par la musique et les couleurs

Qui flottent comme des parfums dans l'air ambré

«N'aie crainte, à présent tout est fini

Brise les chaînes de tes peurs mortelles

Pour à jamais en être libéré

Et retrouver la quiétude passée.

N'aie crainte, à présent tout est fini

Laisse couler tes larmes une dernière fois

Pour à jamais en être libéré

Et rejoins le monde d'où tu viens.»

 

Letra de Alcest/Lyrics by Alcest 

publicado por Ligeia Noire às 13:07
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01
Ago 12


Foi ontem.

Sim, foi ontem que quis ser o teu brinquedo e é hoje, sim, é hoje que deixo o nevoeiro do torpor dopamínico, que deixo de saltar à corda de meias de linho que prendem nos joelhos com laços turvos.

E, enquanto abríamos a garrafa na mesa de madeira do jardim principal, lá longe, grupos de rapazes e raparigas inundavam o orvalho leitoso de cannabis e sons de rua madrasta.

Eu pensei, eu sim, de que gostava muito que tu me pudesses ou conseguisses ou quisesses ver como coisa de brincar.

Um objecto ornamental, quebrável, bonito, de pôr na arca aos tombos, na beira da lareira hirsuto, ou na madeira escura e envernizada de uma mesinha-de-cabeceira quando se tem um corpo crescido.

Pensei, também, que ser bailarina de sapatilhas finas numa caixinha de música seria bonito, às vezes... mas que, também, me faço de extremos geografados onde qualquer objecto pequeno de atirar, rodopiar, vestir despindo ou construir desmembrando, seria uma escolha feliz.

Tu, especialmente, tu serias o apenas Homem a quem as palavras rudes e desinteressadas, de quem veste casacos negros e camisas de punhos laçados com o efeito secundário de desviar os desatentos, me interessava ouvir.

Não gostei do que se bebia e acordei a horas indecentes para perceber que não és dos que brinca ou dos que brincou.

Quase que vejo todos os teus brinquedos cheios de pó e por partir em caixas pelas quais não te interessas, caixas por abrir ou, então, nem sequer existem, se calhar as caixas estão vazias, se calhar até sei o que lá está dentro.

Tenho uns sapatos novos, de preto imaculado e brilham, brilham, brilham, sapatinhos de menina, com fivelas e presilhas prateadas, e, por altos serem, me prenderam a distâncias calculadas.

publicado por Ligeia Noire às 11:22
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