Maybe I should cry for help
Maybe I should kill myself (…)
Maybe I’m a different breed
Maybe I'm not listening.
Estão a querer despontar, não sei se desta vez resulta, não sei se se sustentam fora da placenta…
Achas que tenho dormido bem?
Não sei, hoje acordei com pouca fome mas a dália fulva e a rosa cor-de-rosa não sabiam disso.
Não é que chova... queres que pinte para ti o que vejo da janela?
Não tenho nenhuma fonte luminosa que queira acender mas vejo as folhas grandes e recortadas e verdes de um plátano que segura, de mansinho, uma imensa folhagem labiríntica, também ela verde, de videiras.
Vejo cachos por apronçar e, lá ao fundo, vislumbres de carvalhos.
Acho que enrijeci desde ontem porque consegui depositar-me naquela gaveta entreaberta.
Lá não sinto nada mais que neutralidade.
Não tem muita tinta este quadro que te pinto, aliás, apenas grafite de um lápis de dorso preto e amarelo, é a cinza do cinzento.
Ando a escavar os Cocteau Twins, acho que não vão entrar para nenhuma gaveta comigo mas também não lha deixo impossível de abrir.
E vou falar do Aristocrata, pois sim, aquele que sorri como os sardões e da maçã do jardim do Éden que a rapariga que o servia à mesa, pura que só ela, lhe pedia sem pedir
Sem desmerecimento para o papel intrépido da moça, aqui, aliás, ela foi outra Eva, quase, mas este Adão já tinha nascido a conhecer o bem e o mal.
Não as vou conseguir organizar agora, as linhas que serão de lápis cinzento, não neste bocado de dia, não hoje.
Olha lá para cima, são os três estágios outra vez, alinhados de forma indecorosa por percepções mágicas.
Isto não são coisas novas, nunca são, aliás... mas também não são ideias arcaicas, são assim como o tempo, a gravidade e a glacial orbicular dos anéis de Saturno, naturais e existem porque sim.
Não gosto de falar daquelas coisas que estás p´ra aí a pensar, só queria poder entrar, estar e sair sem ter de abrir a boca.
E, como vês, mudo de assunto a cada linha delgada, não sou ambígua, sou de sabor a mantrastos.
Um jorro de desesperança que se transformou em qualquer coisa que, às vezes, é bem bonita.
Vamos ali, ao centro, buscar um bocadinho de sensações e desejos rodados a pálpebras fechadas:
E o cavalo era negro de azeviche, montado pelo Salvador.
Pronto, às vezes sou assim, uma boneca de querer, de manejar e aprontar para Domingos consagrados.
Apaga a vela por mim, enquanto, do lado de lá, substituo o cavalo de desejos donzelescos por caminhos opacos fustigados pelo vento do Norte, assim como o salvador pelo meu Frankenstein a quem concederias o sopro... para me fazeres as vontades.
Aquele… ai espera…. Mas esse cavalheiro é feito de Um e o meu é Legião.