“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

27
Set 12


In a sea of faces, in a sea of doubt

In this cruel place your voice above the maelstrom
In the wake of this ship of fools I'm falling further down
If you can see me, Marian, reach out and take me home...

I hear you calling Marian
Across the water, across the wave
I hear you calling Marian
Can you hear me calling you

 

To save me, save me, save me from the grave...

 

Marian 

Marian, there's a weight above me
And the pressure is all too strong
To breathe deep
Breathe long and hard
To take the water down and go to sleep
To sink still further
Beneath the fatal wave
Marian I think I'm drowning
This sea is killing me

Was ich kann und was ich könnte
(What I can do and what I could do)
Weiss ich gar nicht mehr
(I just don't know anymore)
Gib mir wieder etwas Schönes
(Give me something beautiful again) 
Zieh mich aus dem Meer
(Drag me out of the sea)
Ich höre dich rufen, Marian
(I hear you calling Marian)
Kannst du mich schreien hören
(Can you hear me screaming?)
Ich bin hier allein
(I am here alone)
Ich höre dich rufen, Marian
(I hear you calling Marian)
Ohne deine Hilfe verliere ich mich in diesem Ort
(Without your help I lose myself in this place)

 

Lyrics by The Sisters of Mercy/Letra da autoria dos Sisters of Mercy

 

Post Scriptum: Como vos tinha saudades, sois como encontrar o caminho p'ra casa depois de passar pelo Inferno descalça.

Ah Marian... abre os ouvidos!

publicado por Ligeia Noire às 13:22
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20
Set 12


Não há, não há um céu assim, deves estar por aí Supremo, no abismo ao contrário que é isso aí para cima.

No outro dia ouvi um fotógrafo dizer que a fotografia permite tocar naquele espaço, aquele espaço sem linhas que fica entre duas almas, aquele espaço sem palavras, o espaço em que se estão a cruzar… entidades, talvez.

Olhos, sim, pois, há os olhos e há as mãos também mas há algo de diferente, há o espaço que antecede e sucede o tempo e nem é bem espaço é… não sei… o que está no meio, no por acontecer ou na simbiose do acontecendo, há essa feitiçaria daninha aqui e agora mas não sei de fotografia e não quero nada mais do que este firmamento cheio de noite onde tudo mora de eterno a eterno, sempre.

É aqui, assim como me descontinuo, que me abro para o que sou, o que quero e o que o silêncio de pedras de quartzo incolor significa para mim.

Não há esperança mas há isto e isto é e sempre será mesmo que eu não seja.

Ainda não é muito de noite mas um céu assim, ainda em botão, com todos aqueles bocadinhos luminosos a que chamamos estrelas, e que podem muito bem ser olhos, faz-nos pensar em nada e em tudo sem distinção e ao mesmo tempo.

É o apogeu do absurdo, faz-nos querer que a noite não adormeça de sol, faz-nos dosear os olhares perdidos que deixamos cair para tomar atenção a conversas que se marulham sem ondas.

É tudo mau, pois com certeza mas o céu estrelado e a noite assim tão de amor, tão puros e sapientes, tão unos a este espaço que os cinge, não deixam de ser o príncipe vestido de cetim azul funéreo e a mulher de negro, a quem estrelas, provavelmente já mortas, ofertam mil beijos estilhaçados.

Com um céu assim, seria capaz de me apaixonar para poder ter combustível capaz de me elevar às suas vestes compridas, onde ofertaria carícias com as pontas dos dedos das duas mãos estendidas e bem abertas.

É tudo mau, pois sim mas aqui, assim, quietinha e adocicada é quase como se me conseguisse lembrar do segredo para voltar, da verdade única, do existir sendo ou do voltar para ser sem existir.

São tantas as estrelas, são mesmo muitas e as árvores são muitas também e o cão deita-se debaixo delas e o pequenino, de orelhas pequeninas, procura os gatos que estão a saltar da mesa… além.

É por saber que isto é tudo menos idílico que aprecio o seu valor e repenso em não pôr um pé à frente do outro.

Talvez seja esta a sensação de estar sozinho com o mar, o mar selvagem de terras gélidas de que falam os que moldam os sons e as palavras ao seu choro de dentro.

Escrevo a ouvir Alcest, é como beber, é como beber a fada verde sem parar para querer pôr um pé e depois o outro.

E era o meu corpo que dava se pudesse fazer da minha vida este momento entre o que aqui está dentro e este céu caiado de estilhaços de muitos olhos mortos.

publicado por Ligeia Noire às 10:17
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09
Set 12


Abre a tua boca e côa-me a alma, não interessa que o amanhã não exista para nós.

Não interessa que eu:

0, 3, 7 caia compassada a toque de sopros e animares de pó e tu apareças sempre para fotografar os destroços.

Eu gosto da petulância da violência, da tua não conformidade.

Não importa que eu saiba de tudo isto, agora que te olho dentro dos olhos, esses que andejam dentro de pó estelar.

Não importa que eu não te ame, que te odeie, te renegue uma e mais outra vez.

Vim dar no caminho do quero que te fodas e me fodas.

Abre-me a regressiva em estertores e cospe todo o esterco, desintegra-a, mata-a, salva-me.

É o dentro que conta, dentro sempre.

 

When I was surrounded by the world

You were the only one who came
And you were the only one astounded
Which kept me grounded
As the other girls thrashed my very name

Then I looked over
Just in time to see her smiling back at me
And saying everything's ok
As long as you're inside my blue veins

 

Your blue veins

Yeah and the feeling that you gave me
No matter what I do or where I go
It always will remain
And those who would enslave me to get to me, must get past you and will have no luck because you'll protect me from all pain

The most beautiful, yeah the most beautiful thing because anything else can't compare
Must be the blood that's running through your blue veins

 

Your blue veins

And I know you won't deceive me
Like the rest and there's nothing you need to explain
You always were the first one to believe me
When I said to you girl
I think it's gonna rain
But I could be wrong

Yeah... but all of these things
All these things
They're all truly nice but ain't nothing
Ain't nothing compared to the love that's running through your little blue veins

Your blue veins

 

Blue Veins by The Raconteurs/ Blue Veins da autoria dos The Raconteurs


publicado por Ligeia Noire às 10:02
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06
Set 12


Há nada.

Não sei.

Não quero.

Não posso.

Terei escolhido este mundo, nalgum canto da minha inconsciência?

Tudo é triste e negro.

Dormir a fingir.

Fechar os olhos.

A escarpa funda de negro.

Vogar como uma alma sem peso.

Mesmo não sabendo o propósito, a origem, acordo como se tudo estivesse inscrito, cinzelado, aqui por dentro.

Não consigo.

Não.

Nunca.

Nenhum.

E um não de negação cerrada que sabe, cheira e resplandece uma verdade que não pode ser apagada com circuitos de receptáculos.

É a tristeza por medir de algo que me acompanha desde o tempo primeiro.


publicado por Ligeia Noire às 13:00
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02
Set 12


The man I was seeking among other men, died in his bed like a royal prince.


Há coisas insuportavelmente feias nesta caixa de sapatos.

Tão asquerosamente feias que almejamos, apenas, pelo minuto desinteressado em que vivíamos antes.

Choro o medo que me inunda e me mostra que ainda continuo neste mundo torto ao qual fui atirada.

Há coisas impiedosamente desfiguradas desde sempre e para sempre.

Vivem e respiram enquanto comes de faca e garfo, vivem e respiram no mesmo espaço-tempo do lírio branco, da trança loira e cheia, do espreguiçar dos olhos do gato ao sol e do céu estrelado no veludo azul.

Eu sei que não há homem ou mulher com engenho suficiente para me volver ao estado primeiro porque, eu sei, eu sei que a felicidade é um êngodo.

O mundo negro que jamais deveria ter deixado o seu estado de esterilidade.

O medo aterrorizado que me nauseia é tao putrefacto que já não conheço mais o raiar da vida.

Tudo em mim são formigas de importância e ratos de possibilidade.

O mundo dentro de mundos, a ordem de coisas:

porca, desumana, podre, abominável, ah sai!

Hoje a alma coloriu-se de um rubor de verdura negra, hoje sou dois retratos finais de Dorian Gray.

Que a música, as flores e o amor vermelho me guardem a sanidade e mantenham fechada e inteira a carpideira que me tenta subir, aos bocados, pelas orbitas côncavas.

Houve um filme, uma vez, que depois de visto foi escondido, tão bem escondido que o seu esconderijo foi esquecido, já sabes o que poderia ter escrito nesta linha que vês agora…

Mário de Sá-Carneiro dizia algo como: uma dor tão insuportável que não há mais necessidade de morrer por já estarmos mortos.

Imagina uma dor tão... dura que faz regressar o individuo ao seu estado primeiro.

Jamais suportaria a dor e a tristeza de trazer um filho a este mundo.

Sou demasiado pequena, quebrável e pobre para o conseguir manter bom.

Não existe vidro suficiente para lhe construir uma campânula e ainda assim seria impossível turvá-lo sem lhe roubar os esgares de beleza da Gaia.

São coisas estilhaçadas, estas que não escrevo por temor de profecia realizável.

São dores que tremem, estas de me saber rato de bigodes encarquilhados perante os tesouros vivos sem asas que os alberguem.

Já é dor farta, acordar e isto e isto e é tudo isto…

Chega, pára de me insuflar os lóbulos, não quero.

Não.

Isto não é negro, é verde apodrecido e doseado.

Ah Divino... e quando as vejo, os vejo, concernidos com isto e aquilo e as coisas de armar em bolbos, só me apetece subir-lhes pelas pernas e braços e espancá-los até ser só eu.

Se fosse só eu, iria embora.

publicado por Ligeia Noire às 16:01
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