“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

03
Jan 13

 

Sabes quando te sentes abafado, posicionado num formato que não podes alterar?

Se estás num quarto: sais, se estás no meio de muita gente: vais embora.

Isso do quarto e da gente, acontece-me muito e sei o que fazer.

Mas o raro e que dói até ao peito, não.

Vamos lá ver se consigo explicar... há momentos, em que me sinto sufocada pelo tempo, pelo aqui, pelo dentro.

Para mim, presentemente, o mundo é um quarto de pensão… no mundo e do mundo não posso simplesmente abrir a porta e sair ou esperar que a multidão se esvaia e isso deixa-me doida e exausta, também.

Ai hoje, agora, neste momento, sinto-me assim, ansiedade desmedida, desespero que se me descai em lágrimas…


Uma pipeta verte uma pequena gota do alto do que um braço consegue sustentar, para dentro de uma caixa de ferro.


Mais um ano, mais um ano e hoje acumula-se-me na zona média da garganta o quão tudo é penoso.

Eu estou ali e eles estão além, não quero ir, eu sei que falta muito, fiquei honrada mas ao mesmo tempo senti-me terrivelmente aberrante e abandonada.

Não quero continuar na zona do milagre, não quero que passem a fronteira, especialmente a rapariga-que-tem-nome… tive ciúmes dele, sim, ela costumava ser minha.

Não me interessa o que vos interessa e ao mesmo tempo queria saber como era, compreender porque quereis vínculos e sofás com almofadas, o que vedes quando me olhais?

Foi também aquela frase dele, deslocada para os que estavam alheios mas apunhalada para a que escreve agora.

Foi aquela tasca cheia de gente eufórica e perdida do horizonte e o "tens 19, tens 20, tem de ser!" e foi giro mas depois sou eu.

Foram todos os problemas de sangue dos quais nunca escrevo.

E também os das nove às cinco…

E a mentira grande que está quase na adolescência, não a esqueçamos Supremo.

E a rapariga bonita que dançava com o rapaz bonito.

O convite embrulhado numa rosa que fechava o passado.

Já não sei se dá para continuar a remar contra a maré, se posso continuar nesta de "sou eu e quero que tu te fodas".

Não quero ser específica, quero ser embalada, quero ficar sozinha.

Isto se estivesses calado, se fosses embora de manhã…


publicado por Ligeia Noire às 01:13
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