Se calhar é sinal da idade, não é que dantes fosse diferente, nunca foi de ânimo leve que enfrentei sítios que negam música, se é que me faço entender, mas como as minhas ressacas estão cada vez piores, ou melhor, sempre foram uma desgraça, já mal bebo e, consequentemente, já não é tão fácil abstrair-me da música de merda, o "restaurante" e tudo o que lá sucedeu foi sem mácula.
Então, ter oportunidade de ouvir Rammstein e Manson pelo meio das musiquinhas das rotinas, onde eles eram feios e delas aproveitava-se uma e, juntando-se as performances da Dita VonTeese nos ecrãs e os amiguinhos que se juntaram às nossas tarefas e à festa que encetámos, é, valeu mais cinco pontos. Gostei de toda a parafernália envolvida e do vermelho das paredes mas esqueçamos os demais porque dançarmos as três como nos velhos tempos, principalmente com a rapariga-que-tem-nome, ali…
Depois, confesso que não me importava de ficar apenas à beira-rio a beber vinho tinto e a contemplar a vista inigualável, sempre fui a gaja dos concertos e das noites privadas ou dos jardins e cemitérios à noite ou então estou apenas a ficar sem paciência.
A coisa boa disto tudo é que acordo fresca que nem uma alface, o que no meu caso significa as olheiras do costume, dores nas costas mas cabeça no sítio, se calhar foi ele que me pôs assim, mostrou-me o outro lado e agora tudo me parece fosco, reparar que o banquete ficava a dez passos de tudo o que foi há umas semanas... as aparentes coincidências matam-me.
Faltam dois dias, encomendei uma tela de presente, espero que goste, falta-me decorar a cesta e ir à caça de pétalas, ela quer que seja eu a vesti-la, a laçar-lhe o corpete e eu quero também, a de cabelos de trigo estava nostálgica, chorou, abraçamo-la e sentimos que não tinha passado tempo nenhum desde o ramo de couves à mesa da cozinha mas, ao mesmo tempo, passaram levadas de água e bebidas que se tornaram demasiado doces.