“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

01
Set 13

 

Ainda não o ouvi, estou no Aenigma, ainda, eu sei.

Já o ouvi tantas vezes e não me canso, estes sim, são os In Vain do Latter Rain, tenho para mim que a forma melódica como entoam os refrães, por si só, faz milagres.

São verdadeiros cânticos dos cânticos e desculpem lá a associação religiosa que eu sei que detestam.

A fotografia da capa do Teethed Glory & Injury deixa-me fora de mim.

É àquilo que eu chamo sensualidade exacerbada.

Primeiramente porque é uma mulher e as mulheres são mais bonitas do que os homens, depois porque não há cores, depois porque os cabelos são senhores de si e por fim a forma ofertada como ela concebe o corpo aos deuses... as palmas das mãos viradas para cima... parece um casulo, não sei como explicar melhor.

A fotografia chama-me, tanto sexualmente, como em toda a pureza que me resta e a forma como estes irlandeses, agora terminados, falaram aquando do Mammal no ritual funério de lamento devotado ao morto, oiça-se para isso a canção: When The Sun Drowns In The Ocean, casa-se como oiro sobre azul com esta glória dentada e ferida.

Não consigo esquecer a parte do cabelo por pentear: The woman’s hair would be un-brushed and let hang down over the corpse to symbolize the disarray of death.

E, por falar em funerais, ontem fui à missa de sétimo dia e nem sei bem porquê, ao visitar a campa não senti nada e, na capela, só senti calor e dor nos pés por ter ficado de pé com saltos de centímetros demasiados para a ocasião mas eu sou demasiada em demasia e demasiada mesmo às colheres, perguntai ao cavaleiro, não é Supremo, perguntai-lhe.

Dizer que já sabia que estes rasgões se iam mostrar a qualquer altura pela estrada, seria desnecessário, dizer-te que gostam de gatos mas depois não sabem lidar com eles, seria duplamente desnecessário também porque tu sabes e, subsequentemente, sei-o eu também.

E dizer-eu- sabe-me pela vida, porque convocar o eu, é convocar uma entidade com ninho próprio.

Eu não gosto de coleiras, nem correntes, eu gosto da moça enclausurada em si mesma como se estivesse na cerimónia da luz do Luciferismo ou da forma como o corpo da modelo do Ghanem se parece com um animal quando este lhe veste o corpete negro que mais parece uma gaiola mas é isso, assim; não me obstruas o caminho porque eu não reajo bem a ataques infantis de vontades autoritárias.

Nunca deixei de ser a opositora, a rapariga de camisola negra até às unhas de olhos pelo meio do cabelo, pronta a golpear tentativas néscias de aproximação.

Não, não vou sair da elegância dos saltos altos negros, não tenho medo, tenho apenas pena que, talvez, a partir daqui seja sempre a descer mas, como bem sabes, o meu nome é falling e tenho o novo álbum dos NIN para degustar.

 

publicado por Ligeia Noire às 09:09
música: "Hymne Til Havet" dos In Vain

mais sobre mim
Setembro 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

16
17
18
19
20
21

22
23
24
26
27
28

29
30


Fotos
pesquisar
 
arquivos
subscrever feeds