Como os antípodas se juntam… porque se encimar a cabeça no parapeito vejo tudo a perecer, a esperança, a estabilidade, os amigos, o dinheiro, o futuro e o caralho a quatro mas se me guardar e fechar a janela… hmm é delicioso, é bonito, é génesis de mim e do espaço que ocupo.
Grey view, o Herbst para além dos seus Lantlôs e Líam, tem ainda mais um lado, LowCityRain, post punk, cá para nós aquilo cheira a gótico certeiro, à semelhança dos UltraNoir mas confinemos essas observações a esta página, não vá arranjar chatices...
Bem, acontece que o projecto finalmente debutou na cena musical e com um homónimo do qual já se conhecia duas canções.
Enquanto se espera pelo sucessor do Agape, ouve-se e reouve-se esta novidade que quase parece anacrónica porque cheira a negro e fumo de cigarro e noite de nevoeiro lá das bafientas caves urbanas oitentistas.
Fico contente que ele tenha decidido tomar as rédeas dos vocais, tanto nos já mencionados LowCityRain, como nos Lantlôs porque é perfeitamente capaz de vocais agressivos, quanto barítonos melodiosos, tenho pena, apenas, que assim tenha perdido a única oportunidade de voltar a ouvir o Neige em registo mais agressivo, visto que o gajo se vai deixar disso no Shelter.
Nada que não se esperasse, o francês não é de medos ou de convocar esperanças infundadas.
Depois de toda esta ladainha, olho para cima e não restam dúvidas de que não mudei, queres saber a melhor?
Tenha um colega, amigo ao qual vou ao casamento daqui a uns dias, que cada vez que me via a usar uma espécie de ushanka preto e felpudo sem orelhas me chamava de Nevruska, e nem ele sabia bem porquê, o destino é rato.
Só falta lançar o cabelo da janela da torre e partir.