“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

03
Nov 13

 

Noite quase em claro com medo de que acontecesse alguma coisa como da outra vez, só tinha o outro amiguinho do outro lado para tentar fingir que nada se passava, não podia falar com o cavaleiro por vergonha, não quero que ele saiba destas coisas, não são coisas minhas, não são humilhações advogadas por mim, não podia falar com nenhuma delas porque não e pronto. Estava ali, aquele homem que toca bateria e escreve e fala coreano e é leal e desabafei com ele, enquanto esperava que o inferno subisse mas felizmente não aconteceu e os olhos agora pesam-me, gostava de sair deste medo, desta inquietude mas deixar para trás, inseguros, os que amo devolve-me ao poço.

Gostava de ser normal e ter uma vida normal.

Tenho o Elizium a rodar na aparelhagem, já sinto o cheiro da lareira acesa e penso que ele tem razão, comporto-me de igual forma quando vou para a cama, a sensação inigualável de ter algumas horas de solidão, de sono e de conforto pela frente…. É o mais próximo da morte.

Anteontem, enviei-lhe o presente, junto com ele uma caixinha, caixinha preta com floreados brancos na tampa. Enchi-a de rebuçados e vim com um sorriso tolo até casa.

Está a ser difícil chegar com a embarcação a este porto longínquo, a derradeira prova.

Quanto às outras coisas, tento fugir-lhes, falar-lhes mais alto, agarrar uma corda que de quando em vez me chega perto, de resto, de tampa fechada, continuo lá dentro, à espera de ser desembrulhada e, pode ser o Cavaleiro-das-Terras-Brancas a etiquetar-me o sabor.

 

publicado por Ligeia Noire às 12:35
música: "Elizium" dos Fields of the Nephilim
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