“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

08
Nov 13

 

Sabes quando tu sabes que não mas mesmo assim dizes que sim?

Ora bem, lá vamos descendo as caleiras até à gruta pestilenta e, sem se saber porquê, deliciosa.

Há este projecto novo do Chino, ou melhor, projectos, Palms e †††, gosto mais deste último, tem canções simples e bonitas e apesar de me estarem a puxar as pálpebras continuo e prossigo neste continuar circular.

Deviam ser umas cinco ou seis horas da manhã porque me lembro de acordar e me lembro de me ter lembrado que tinha sonhado, acho que é essa a hora preferida do meu cérebro se deixar levar.

Sonhei com uma pequena cidade que pouco gosto e que parecia outra cidade na qual nunca estive, dentro de um autocarro que vinha de longe, estávamos nós, e havia muita coisa, eu estava no fundo à procura do meu guarda-chuva que não via em lado nenhum e só me apareciam roupas e mais roupas, rendas negras, desfeitas, atrapalhando tudo e tudo… estava ali uma das minhas, já não, melhores amigas, porque sim, nunca tive boa pontaria para as amizades, todas as que considerei confidentes estariam melhor do lado da linha vermelha, agora tenho amigos descomplicados e juntamo-nos para comida e bebida em dias de festa, não há mais dias de "ora senta-te aí e dá-me uma caneta que eu escrevo para ti umas linhas cheias de podridão, depois abraça-me e depois, ainda, haverá tempo para que te dê a chave e tranques tudo com a fechadura que comportamos nós".

Estava lá e eu também e havia coisas a acontecerem e não sei se era de dia ou de noite, era como se fosse tudo normal e eu como na vida do lado de cá, só queria encontrar o guarda-chuva, que acabei por achar, e vir embora.

Depois disso fiquei a olhar pro escuro e a pensar...

Agora é tudo maduro e crescido e nómada e torres de marfim ou então até queríamos ajudar e abrir o fecho para lhes vermos onde dói mas não há, de parte a parte, coragem, há só orgulho e lassidão e frases que terminam e acabam dentro de nós.

Estas canções feitas de cruzes estão a deixar-me mal, estão a querer que repense, que admita, que me volte na cama e feche os olhos mais e mais e eu não sei se dá, se volto, se sei voltar.

Deve haver esta imagem em muitos filmes, a da pessoa que se olha ao espelho e que sem falar nos transmite onde chegou…

Odeio que o tempo passe assim, odeio que chova assim sem tréguas, sem dias em que o sol fure as nuvens e eu possa, ao final da tarde, à hora do lusco-fusco, fugir por umas horas, sem destino, sentar-me, sabe Deus onde, e falar contigo Supremo, sem abrir a boca, pousar os olhos no laranja do sol a adormecer e apertar mais o casaco, mais os cordões, mais a trança, mais os braços.

Levantar-me, já sem saber onde estou, e desejar que não exista Mundo mas, depois, vem aquela estrela grande, lá ao fundo, que não sei de onde ou quando mas está ali e eu fico a olhar para ela e penso muitas coisas, como o facto de estar aqui e isso não ser muito importante, como o facto de o tempo passar assim, muito depressa, mas isso não fazer muita diferença.

Quero continuar a ouvir †††, quero continuar a sentir-me sozinha.

 

publicado por Ligeia Noire às 15:15
etiquetas: , ,

mais sobre mim
Novembro 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
29
30


Fotos
pesquisar
 
arquivos
subscrever feeds