Novembro e meio
Olá,
Como tens andado?
Tens-me visto daí? Rido… pois com certeza, advertido, suponho mas já não equaciono o porvir, deixo que a água escorra pelos pingentes de gelo que me servem de gelados como ele diz que as pessoas fazem por lá.
Toca a Dying Song, surpreende-me a melodia açucarada e catchy de que se permeia, enquanto ele vai rasgando com palavras de poetas e de nevoeiro toda aquela toada de guitarras, teclas e batidas controladas.
Vou recordando este Screamworks: Love in Theory and Practise porque no outro dia ele me falou da genialidade de pormenores e melodias que eu, na minha tacanhez, não quis admitir, reconhecer, apreciar e que lhe iam alegrando os ouvidos no metro.
A minha vida está um novelo, uma confusão, um labirinto que não se pode sobrevoar… o que me remete para o curioso ditado do tem cuidado com o que desejas porque já o Manson dizia when all of your wishes are granted all of your dreams will be destroyed…
E não explicarei porque, mesmo sendo eu, esta rapariga sem caminho, sem futuro, sem cheta, sem porra nenhuma, tenho um gato laranja e um cavaleiro branco apaixonados por mim, de formas diferentes, de estórias e enredos díspares mas saídos do nada e caídos como Nefilins.
Aquele a quem pertenço ofereceu-me um disco dos Pink Floyd , dois discos dos Supertramp e um livro de poesias do Edgar Allan Poe de capa vermelho-sangue.
O meu coração carameliza com livros de capa vermelha, ainda por cima pequenos….
E o laranja, o gato laranjinha compôs-me o que te revelo a seguir:
I have a precious jewel
I keep it in my pocket
And it goes everywhere with me.
When the moon is out at night,
Its rays shine on it and
the stone talks to me
saying sweet starry things.
When the sun is out
and the clouds are rolling
They reflect on the stone and it
Shines for me
speaking loudly.
when the rain falls the drops
form on the stone and
tell sad stories but
always my precious jewel is
on my mind and
nearby.
she is so rare and
her name is…
Autoria de C.S.
O seu nome é, o seu nome é….
Dezembro e fecho
E é nesta profusão de novidades e de coisas que se irão equacionar no Verão quando o sol raiar porque ela estará com os caixões à espera, os dois refulgindo de negro azeviche ao sol.
E não é que volto pela ducentésima vez à estória da minha Ligeia, volto a deixar que o vento uive sem que me encontre atormentada e que a chuva caia sem se me molharem os olhos porque me doem as costas e as pernas por dias de trabalho escravo, deixo que o meu corpo descanse e deixo que todas as minhas vontades sensuais se desenrolem e acreditem e venerem apenas esta mulher, esta deidade.
Ligeia, Ligeia, é de sons conjuratórios que o vosso nome é feito.
Meu Deus como vos amo, como vos adoro e reverencio.