“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

08
Dez 09

 

Sentada na cama.

Perdi as horas lá fora e fixei-te com força, podia tentar.

Concebi que existias.

É só o que me apraz.

Amo-te.

Amo-te.

Amo-te.

E não percebo como estas palavras se sentaram na minha boca e fizeram um ninho espesso.

Estarei lívida?

Não existe ninguém.

Mas dói aqui dentro.

Dói muito.

Como se fosses feito de coisas vivas e me quisesses chamar sem barulho.

No entanto afiguro ouvir gritos e salmos desesperados e delapidados de graça.

E não posso fazer nada.

Não tenho os olhos que precisas para que te possa alcançar.

E preciso morrer, morrer, morrer.

Queres morrer comigo?

Dar-me a mão e partir comigo?

Talvez assim me saibas encontrar.

Eu permanecerei deitada, bem quietinha à tua espera.

Já nada me desarma aqui.

Respiro e imagino que existe o meu protector.

Porque hoje eu sou de vidro e todo o resto é neve.

Preciso que me adormeças, preciso que me feches as pálpebras e me apertes contra tudo o que fizer parte de ti.

Contigo posso ficar assim.

Contigo, que só existes na minha cabeça, posso imaginar que para lá deste chão não existe mais nada.

Sinto-me bêbada, sinto-me completamente anestesiada, assim como, se tivesse ópio até aos ossos.

Sinto isto a nadar cá dentro e só quero dizer que te amo.

Eu amo-te.

E no entanto não és.

Não existes.

Não te posso descrever porque às vezes és homem e outras vezes és mulher.

Às vezes tens bocadinhos de coisas que nem sequer sei.

Tinha-me esquecido disto.

Do sentir coisas desiguais.

É extremo porque não é por ti, por ele, por ela, por vivos ou mortos.

Não há altar para oferendas, se não houver a quem consagrar.

Se existisse, seria eu a oferecer-me às minhas mãos.

Não acordei assim.

Eu sei que não acordei assim.

Não sei o que se passa comigo, às vezes, sinto que expludo de nada.

Hoje, se explodisse, daria à luz um lírio branco.

publicado por Ligeia Noire às 00:11
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O amor é hype.
NegroDeMente a 17 de Dezembro de 2009 às 01:25

Tens razão mas fode-nos a todos. Mesmo quando nem existe ninguém o amor é uma puta cheia de filhos...e repleta de faces.
falling a 17 de Dezembro de 2009 às 11:47

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