“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

01
Mar 10


Às vezes, pensamos que se mantivermos a porta fechada o vento manter-se-á do outro lado, sem sequer o conhecermos.

Acontece que, as rajadas têm sido fortes e, hoje, a porta abriu-se mesmo.

O futuro deveria ser embrumado mas, às vezes, o passado parece-me mais obtuso do que o porvir.

Desde o meu despertar, que a música tem sido a minha corrente de suspensão.

Começa mesmo a ser um mundo à parte.

Como se estivesse enrolada no colo de Deus e tivesse um lírio vestido.

Meto-me dentro dela e o mundo desaparece ou pelo menos esbate-se.

E consigo vomitar o excesso de asco, a dor incrustada, a raiva violácea, o cansaço comatoso.

Para, enfim, poder chorar o meu corpo inteiro e deixar a alma em ferida.

Há dias em que lá fora, nada interessa.

Tenho a cabeça alagada de coisas mas ainda não estou preparada para as transformar em palavras.

Hoje voltei a sentir aquela tristeza descontrolada e espontânea.

Tão silvestre que o movimento da urbe me fazia chorar por dentro.

Já não posso dizer que estou cansada disto porque o adjectivo se desvalorizou.

Talvez esvaziada sirva melhor.

publicado por Ligeia Noire às 23:01
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