Houve uma altura em que, admito, ter pensado que até escrevia umas coisas interessantes, com nexo, engraçadas.
Nessa altura ousei achar-me relevante, igual mas a vida segue lá fora e, lá fora, não houve uma altura, houve sim uma infinidade de tempo no qual me achei obsoleta, aberrante, fraca, ignorada.
Esse tempo foi passado, é presente e será futuro, pelo menos assim o tem sido e temo que o vá ser para sempre.
Por vezes a vontade que impera cá dentro é a de me esbofetear, a de me obrigar a gostar, a viver sem lamúrias, sem choradeiras…
A de perguntar porquê?
Por que raio não consigo gostar de nada, por que tudo por vezes perde o pouco sentido que lhe consigo atribuir?
Por que é que as poucas coisas de que gosto me fogem?
Por que raio a realidade que gostava de viver fica no planeta ao lado?
Por que não consigo fazer chorar estas palavras?
Por que sou assim tão insatisfeita?
Não tenho respostas, não sei a quem perguntar, dói tanto cá dentro, tanto que a minha visão se turva por ter de suportar todas estas lágrimas.
Não posso deixa-las crescerem, não aqui, não agora.