Há-de passar, colmata com ódio.
Violência e muita raiva.
Escancara o crânio e procura por entre a porcaria.
Vês? Está sempre ali à mão... que imberbe.
Asco.
Crava-lhe as unhas, prova-lhe o fel e guarnece os lábios ressequidos.
Cospe-lhe as entranhas num esgar de agonia.
Rasga-lhe as costas e cobre-o de purpurina.
Desata-lhe as articulações e brota-o de muito alto.
Estragada, desumana e de coração cristalizado, perdido entre costelas adelgaçadas e de esterno inexistente.
Sinto-lhe a saliva toda nas mãos e os dentes vivos tentam abrasar-me os dedos mas a minha carne apodrece-lhe o gosto.
Achas que fui longe?
Parece-me, deveras, que o longe se esbateu.
Eu quero mais um bocadinho de ti, quero a pele desbastada de carne.
Alinha-te, eu coso e remato a gosto.
Eu espero, eu espero aqui, não saio de onde estou, espero que voltes do limbo onde te escondes da minha compleição de bicho.
Abro-te os olhos à força apenas para que eles me olhem muito e bem dentro, depois… depois… adormecê-los-ei.