Quero sangue!
Quero sangue coagulado.
Líquido.
Sofrido.
Quero-te em sangue, podre e miserável
Vais ser tu e eu, tu e eu.
São raios de lava que vês nos meus olhos.
São venenos brancos que se vertem como saliva pela boca ressequida.
É a fome de um mundo inteiro.
Ah o ódio... é desfeito e fatiado nos teus braços.
Já mencionei o quanto te amo?
Não consigo controlar-me e os dentes abrasam-me a língua.
Deixa os pés juntos e desbravados para que te possas dobrar sem partir a campânula.
Vinagre e adagas no teu dorso.
Vestir-te de urtigas e ungir-te o peito com carvão.
Já te mencionei o meu amor?
Lodo.
Já te dispus no circo, dança e não abras a boca, ninho de sardões.
Tu ali disposto, indefeso, tu, pequenino rebento da incansável e comedida insanidade.
Regam-te todas as drogas do mundo, nunca sabes, tu nunca sabes.
Contempla como os teus olhos se revolvem e esgazeiam com os abutres que te acham deleitoso.
E elas?
Que terão elas a dizer?
Como cabem todas elas nas tuas mãos?
Elas, donzelas, putas, meninas e de desejos e prazeres rendadas.
Abrem cortinas e corpos e enchem-se de mirra, salva e enxofre.
A Babilónia é o teu regaço.
Às vezes mata-me a dor e serve-me a anestesia num vassalo dourado.
E acusas-me de demência e outros predicados bem indecorosos.
Como elas te olham e salivam e eu olho e cuspo.
Então, não é assim tão penoso, é? Meu amor?
Espancada e esmiuçada, esgrimi uma longa batalha com o pó e a terra seca mas estes não se demoveram. Quebraram-me a traqueia e derrubaram-me os pulmões.
Decresceu a quantidade de pele e os ossos das mãos ficaram-me mais notórios.
Achas que tenho medo?
Esmigalhada, só quero sangue quente e jorrado e estendido como azeitonas negras e lustrosas neste chão que piso.
Quero encher vários vasilhames e embebedar-me toda, toda, para assistir no meio de ratos à queda do império.
(...)You fucking touch me I will rip you apart
I'll reach in and take a bite out of that
Shit you call a heart...
*Excerpt of My Plague by Slipknot/ Excerto do tema My Plague dos Slipknot