Simples e pequenas são as palavras, para tão grandes e elevadas dores.
Tenho saudades.
Muitas.
E imensas.
E tantas...
E tão densas.
Nunca mais te sonhei e nunca mais te quis fantasiar.
Seguro as pontas para que não me acorras.
E, às vezes, sei que estás e cubro a cabeça mais um pouco, para que nenhuma réstia de luz se embrenhe no meu leito e, assim, possa enganar o corpo.
Sei que estou aqui porque as pessoas me vêem e falam comigo mas ainda não sei por onde me tenho.
Não sei falar-lhes e diminuem as minhas vontades.
Já não gosto deles, não sei se algum dia gostei, o gostar deles demorou o tempo de lhes ler os olhos, cansam-me, aborrecem-me, magoam-me.
Apenas cinzelam um pouco mais aqueles que me têm.
Saudades.
Muitas.
Tantas.
E tão só minhas.
Não posso querer-te assim, ainda, depois e agora e não sei mais nada.
Não te assustes, isto que profiro não passa de melancolia de Inverno tardio e acabrunhado.
Posso continuar a gostar de ti?
Aqui, assim, quietinha?