Não creio em ti Deus-Padre omnipotente,
Criador desse espaço constelado,
Que do Caos e o Nada conglobado,
Arrancaste o Universo refervente;
Não creio em ti, Deus-Filho em cuja mente
Foi o Bem inefável feito e nado;
E não creio no Espírito, gerado
Do eterno Amor, como uma chama ardente…
Saibam-no a terra e os céus: do Credo antigo,
Cheio de Graça e Fé, refúgio e abrigo,
Bênção da noite e prece da manhã,
Só creio no Pecado inelutável,
Na Maldição primeira inexplicável,
E no eterno reinado de Satã!
Antero de Quental
Para o cavaleiro das Terras Brancas