“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

29
Jun 12


Deveria estar a dormir, não queremos que a rapariga russa nos veja o sono, pois não?

Estava aqui à procura da lua mas não lhe encontrei, sequer, uma nesga…

Há bocado, por momentos, achei ter visto o rapaz ruivamente belo, seria uma bela despedida, uma bela imagem para guardar no coração mas era apenas um anónimo a conversar com outros anónimos.

Nem ele nem o Cavaleiro-das-Terras-Brancas.

Foram-se todos e, espero, não os encontrar jamais, não quero.

Terei noites mansinhas para os decorar nos sonhos que, perpetuá-los assim de perfeição, é apanágio meu.

Houve e há larvas nojentas, bifurcadas, que proliferam pelas pisaduras que infligem, apenas me fizeram reparar que para encontrar o paraíso preciso de as esmagar a todas.

Afinal nada podeis, nada, vácuo, vazio, nada sois.

Continuai, rastejai mas prossegui imaginando que por cima da comum mortalidade esvoaçais, pois no dia do juízo final, beberei à vossa nudez impossível de encovar.

Não me esqueci das luas cheias e das mais escalifraditas e rebuçados e abraços de rosas e beijos de lírios e amanhecerá depressa preciso de acelerar o passo.

Vejo o barqueiro, de tricórnio mais negro do que a noite, parado.

Traz alguém na barca, espero conseguir saltar desta vez.

É tempo de calçar os sapatos e colocar o capuz, o dia amanhecerá num instante.

publicado por Ligeia Noire às 01:49
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