“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

06
Mar 13


Ante Scriptum: Vivo com obsessões, ando envolta na União Soviética e desta feita caminho por Chernóbil e lembrei-me deste filme do Ridley, o gajo que, para além de um cineasta que sabe o que faz, prova ser um letrista que escreve em condições.

E ao regressar ao âmago da trilogia veio esta avalancha de sentimentos que já tinha começado há umas semanas, senão meses... esta condição de sufoco, de impossibilidade, esta compaixão que só compreendi com o Kundera e de que falarei mais tarde.

Tudo isto intercede junto da minha índole virginiana de mãe estéril que amamenta todos.

Este hino à aberração, esta elegia ao desaparecimento baixinho, aquele em que nunca se existiu.

Este pedido de boca seca e coração empalado para que venhas e consertes estas dobradiças guinchantes, este medo do que não se vê, do que não se conta.

Houve uma professora que comentou, assim sem delongas, que estava morto, que a pós-modernidade era isto e aquilo e eu contei dois e pensei: um conjunto de nada e coisa nenhuma e ainda por cima sem graça é o que caralho é, na verdade.

Morto, disse a gaja, assim, e escrevi na cabeça e chorei em casa porque tenho medo e lembrei-me do outro também e como não sei de cor fui perguntar à senhora Wikipédia, sempre pronta a ajudar os oprimidos:

 

Deus está morto!
Deus permanece morto!
E quem o matou fomos nós!
Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes?
O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas.
Quem nos limpará desse sangue?
Qual a água que nos lavará?
Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar?
A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós?
Não teremos de nos tornar, nós próprios, deuses, para parecermos apenas dignos dele?
Nunca existiu acto mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste acto, de uma história superior a toda a história até hoje!

Nietzsche, A Gaia Ciência

Vês Supremo? 
Anda depressa, senão depois acontece-me como o gigante dos olhos verdes: too late: frozen.

Heartless

When I woke up this morning the trees didn’t work
bird song had turned to gunfire and the stars were in the dirt
The snow feels like a heatwave,
The sunshine feels like rain.
If a feather touches my skin, it causes me pain

Come back, come back
And make the world work again.
Come back and put an end to all this mess,
Come back and prove the world’s not heartless.
Come back and prove the world’s not heartless.

The air is thick as tar and my skin is bruised and stung
I try to talk but no one understands my tongue
With every passing second,
I age a million years
When I fall and graze my knees
The universe cheers

Come back, come back,
And make the world work again.
Come back and put an end to all this mess,
Come back and prove the world’s not heartless.
Come back and prove the world’s not heartless.

When I call your name out
it tends to shrapnel in my mouth
And the last time I looked up the north star was south.

Come back, come back,
And make the world work again.
Come back and put an end to all this mess,
Come back and prove the world’s not heartless.
Come back and prove the world’s not heartless.

 

Lyrics by Philip Ridley/Letra da autoria de Philip Ridley


publicado por Ligeia Noire às 21:47
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