“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

18
Jun 12


Tive de gramar com duas horas de não-música e gente feia para ouvir e baloiçar pela ambiência de, menos de meia hora de acordes agradáveis tocados por senhores barbudos.

Fomo-nos sentar na escadaria onde já estava a rapariga de cabelos loiros e o outro que a quer papar, depois, do nada, chegou o oficial da dita e, aí credo, lá fui eu lançar folhinhas de oliveira e lembrá-lo de quão estrelada e agradável estava a noite.

Resultou lá, agora, talvez, se tenha desnudado a oliveira toda...

Bem, na verdade, até foi divertido, pouco me importei, ah que má sou.

Ainda estás aí?

Estou a ficar triste, estão a acorrer as gotas de chuva para dentro dos casulos verdes.

E aquele rapaz que anda por aqui, por certo mais novo do que eu mas que belo, mas que belo sim.

É tão belo na sua certeza, no mundo de terra firme do qual se rodeia, a sua segurança e altivez ainda o fazem mais belo e olha como um gato desconfiado para mim, o rosto de barba tenra e as mãos de pianista que aposto nunca terem tocado num piano.

Como se eu quisesse saber daquilo que o faz por dentro, só me interessa a pele de narciso que o veste e, interessa-me ainda mais, porque ele a sabe e a coaduna com olhos de violência e braços capazes de oferecer colisões em paredes gélidas a horas docinhas.

Sim, porque seriam horas irrepetíveis e na orla do penhasco.

Atesto, pois.

O mancebo inspira-me e instila-me à loucura da, outrora vienetta em corpos femininos, no jogo do "perdes sempre".

Ora vamos lá ver se consigo lapidar:

É apenas e só o desejo puro e animalesco de luxúria que não quer ser presa ou continuada.


publicado por Ligeia Noire às 22:07

10
Abr 12


Não havia muito espaço na minha mochila e apenas coloquei a agenda e uma caneta, instintivamente.

Tenho de ter sempre um caderno comigo.

Sempre que escrevo em páginas brancas e transponho para aqui, nada mais sou que uma tradutora.

Há coisas que não se podem ver sem roupa.

Era de noite, não há data nem hora mas há muito sangue e preciso de o verter para que este caderno medicamentoso não fique partido.

Há uns meses, durante a noite, num quarto sacro e branco:

Nunca pensei que conseguisse fazer isto, estar tão perto de tudo e, todavia, o mais longe que poderia conseguir.

Seria suposto serem apenas os meus lábios a abrirem-se em sorrisos e não, verem-se fechados e humedecidos, por gotejamentos em torrentes cálidas.

Acho que mais uma vez preferi enganar-me a suportar o insuportável, pensei ainda existir alguém que me conhecesse.

Estou sozinha, estive sozinha desde que me lembro de estar encostada ao muro no pátio da escola primária enquanto que, uma matulona, agreste e feia… (falha de tradução).

E dizia alto e a rir que...

Acho que nunca tive tanta consciência de estar sozinha como hoje.

Não é aquela solidão de que gosto, refiro-me à velha solidão de entendimento.

A solidão de saber que ninguém existe, ninguém me sabe e abrir os olhos para isto e matar a esperança é indescritível.

Estou rodeada de estrangeiros para quem o português é língua intransponível.

Estou no quarto de... (falha de tradução) apenas um andar, coisas que se esperavam, coisas que chegaram e que agora se espalham, como vidro esmigalhado e isso faz-me ter pena de mim.

Faz-me ter pena da rapariga pequena e cheia de retalhos que pensava que quando crescesse iria ser alguém e conseguir dar (falha de tradução) e isso… ninguém sabe.

Estou neste quarto e sinto pena de mim, estou neste quarto e a ela e à amizade que lhe sinto... não sei, perco-me toda.

Tudo isto foi perdido nos ontens que só podem ser ontens e que jamais sairão de ontem.

E, penso na flor-selvagem, também, e penso que há um ano lhe disse que tinha saudades e pensei e depositei e esperei que fosse ele, o alguém aonde os meus olhos fossem desaguar, era a esperança Supremo, era essa que me tinha à espera.

Ele disse que estava comigo, que gostava muito que… mas eu tive medo e hoje são tudo rosas esfaceladas, as rosas da rainha Isabel que aqui nunca chegaram a ser pão.

E fui eu Supremo, fui eu que não quis repetir, fui eu que saí, fui eu que fugi e me escondi debaixo de pedregulhos musgosos.

Jamais pensei ter coragem para fazer o que fiz, jamais sonhei que a minha força de vontade fosse tamanha, não porque o ame mas porque era ele a minha última corda para saltar, a última esperança de me ver derrotada.

Tudo se acabou em manhãs de dias de nevoeiro e, hoje, estou aqui, neste quarto, à espera dela e da anestesia para poder descansar um pouco de todas estas pequenas agulhas que me cobrem as costas.

Debaixo dos meus olhos toda a paisagem é triste, silenciosa e impossível.


publicado por Ligeia Noire às 14:02

27
Mar 12


Estás triste?

Deita a cabeça nas conchas das minhas mãos.

Sabes o que me tem apetecido em quantidades industriais?

Abrasar a garganta e domesticar pessoas.

Vontades incomensuráveis de conspurcar o cetim e decorar o junco verde com chantilly fresco.

É que tem sido muito complicado manter o demónio do lado de lá.

Acho que se compenetrar todas as minhas partes em golfadas circulares, consigo mais uns meses de avanço.

Não vou dizer as palavras mágicas por mais que o queira fazer, por mais que a saliva me abrase os dentes, as unhas mantêm-se em profícuo crescimento.

Quero muito levar-me guardada e usar uma de mim para toldar dois e duas.

Há, pois claro que haveria, tenho de guardar uma noite florida e deglutir tudo de um trago.

Quero muito.

Preciso demasiado.


publicado por Ligeia Noire às 23:00
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02
Mar 12


Já é Sexta-feira e reparo que as coisas se tornam cada vez mais complicadas, como se isso fosse possível.

Pergunto-me se chegarei ao final deste ano.

Disse um adeus rápido para não prolongar conversas embaraçosas e fiquei à espera do autocarro, mais uma vez, sou abordada por um homem que me diz não me ir assaltar, sorrio e digo não o ter acusado de nada e ele retorque dizendo que as pessoas, por causa do seu aspecto, o tomam como um larápio.

Eu volto a sorrir e ele diz que vai ser sincero, está a ressacar e precisa da dose mas faltam-lhe quatro euros.

Digo-lhe que também serei sincera e que apenas tenho uma nota, ele diz que me dá troco, se eu quiser.

E eu quis e fizemos contas.

 Ele não estava à espera e encosta-se ao muro, diz-me que já tentou várias vezes mas que não consegue e eu digo-lhe que imagino o quão difícil deve ser e ele pergunta de onde sou, respondo e ele diz que conhece.

Enumera algumas terras minhas vizinhas e acrescenta que trabalhou na associação x… diz que as pessoas da aldeia não são tão agressivas e arrogantes como as da cidade que, sempre que batia à porta de alguém, não lhes mentia e elas agradeciam a sinceridade, tornando-se seu conhecido.

 Diz-me que foi futebolista profissional que trabalhou no estrangeiro e que ganhava bem e eu acabo a frase dele dizendo o óbvio "depois perdeste-te…" e ele assenta com um sorriso e uns olhos encovados.

Queria encorajá-lo a tentar mais uma vez mas não conseguia lembrar-me de um motivo pelo qual valesse a pena erguer-se, tudo o que lhe poderia dizer só o faria descer, ainda mais, pelo musgo.

Desejei-lhe sorte e sorri, ele prosseguiu o caminho em direcção ao sítio do costume.

publicado por Ligeia Noire às 17:08

16
Nov 11


Por isso preparai-vos majestade.

Quero sugar-vos o sangue pelos dedos.

Quero abranger o vosso pescoço cálido nas mãos.

Cravar as unhas de leite nos vossos cabelos.

Quero tudo e não ter de voltar à vossa companhia, jamais!

Quero beber-vos a integridade e possuir o amor que tendes por mim.

Perdoai-me alteza, mas se não me é permitido encontrar quem me saiba navegar os olhos, navegarei aqueles que de mim esperarem predilecção, até o barco rasgar o casco no fundo do mar. 

Cerrai os vossos lábios, não vos quero ouvir, já vos sei de cor.

Indolente e detestável, é verdade sou toda assim majestade mas escutai, não quero palavras, nem ternuras, dai-me receptáculos e deleite. 

 

Tempted white eyes
Blinded by the night
Hollow like the towers 
On the inside
Laura's a machine, she's burning insane
Laura's a machine

For a menace in disguise behold this night
Four walls are furnished now she's alive

No one ever helped poor Laura
No one ever helped poor Laura
She's rabid in ecstasy
She's rabid in ecstasy
She's rabid in ecstasy
She's rabid in ecstasy

She's on the line to cut it all
She's on the line to drop and fall
She's on the line to cut or fall
She's on the line
Line to fall

People laughing, an awful sight
Please leave Laura
'Tis her night
Laura can you see?
Laura can you say?
Laura can you see?
From the light of the Catherine wheel 
She spins from above
Haunted by these times
My European love

No one ever helped poor Laura
No one ever helped poor Laura
She's rabid in ecstasy
She's rabid in ecstasy
She's rabid in ecstasy
She's rabid in ecstasy

She's on the line to cut it all
She's on the line to drop and fall
She's on the line to cut or fall
She's on the line
Line to fall

 

Laura da autoria dos Fields of the Nephilim/Laura by Fields of the Nephilim

publicado por Ligeia Noire às 19:41

25
Out 11

I

 

Isto é apenas aquilo que é, nada.

Folias de gargalhadas anestesiadas.

Fazes de conta?

Se fizeres, eu também faço.

Fazemos de conta… de conta que somos nada mais que albergues de uma beleza sem partes podres.

 

II

 

Fez-lhe tranças, colocou-lhe as pernas junto aos braços e perfumou-lhe a parte interior das mãos com sementes.

Guardou-a na arca.

Arca aberta, olhos escancarados.

Os olhos eram… não sabe.

Pobre criança mirrada.

Ele ficou estacado.

Ele ficou quieto.                   

Ele ficou sem coisas e sem sentido.

Recolheu-lhe o sal da língua e antes de lhe esconder o sol perguntou:

Have you ever seen God?

publicado por Ligeia Noire às 22:16
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19
Set 11


Pratos e copos: Dia 1


Ao entrar no quarto anti-séptico, foi como se tudo o que se passou fosse parte daquilo que faço para adormecer.

Como se nunca daqui tivesse saído e isso deixa-me claustrofóbica e irritada.

Já sinto falta de poder beber e lavar os cabelos na fontana fria.

Mais um ano nesta vida desvalida, mais um em que procuro respostas de noite e uso a domino de dia.

Ainda sinto as costas pesadas da noite perigosa de Sexta-feira, o cabelo ainda cheira a tabaco e o rosto ainda não acordou.

Trabalhámos juntas e por momentos virei as costas e desci para esfregar os olhos… dispersar lágrimas de fragilidade excessiva.

A realidade estava à porta e eu sorri-lhe de desdém e mandei-a p'ro caralho.

Quando me apercebi, os meus lábios cobriam-se de vermelho e negro e os corpos delas floresciam ao espelho.

Descemos, como outrora o fazíamos na escadaria da casa de outrem, e deixámo-nos embriagar pela noite.

Pessoas que não conhecia, pessoas que não me faziam diferença.

Foram tantos e tão diferentes os copos, que poderia ter prolongado o exercício mas para minha surpresa os olhos continuavam acordados.

Esperava encontrar o rapaz que me lembrou de que poderia brincar mas foi o que me interpelará primeiro,

quem acabou por abrir o lenço e escondê-lo atrás das costas.

Chamara-me de agressiva e acabou por cortar-se na vontade.

Ooopsss!

Eu confesso que encetei o jogo e abri o leque, ele não entendeu e eu, que estava ali, estava ao lado também.

Foi mais uma daquelas ricas valsas em que sou perita.

Sorri-lhe e dançámos, envenenei-o e, quando rogava nas minhas mãos pelo antídoto, disse-lhe que fingisse que tinha sonhado e que o álcool iria ajudá-lo a que o amanhã parecesse cortina de ferro para o ontem.

Não gostava dele, não lhe sentia desejo, só me apeteceu brincar e desatar os laços do meu cabelo à sua frente, como prova de que regressei há muitos anos, do sítio para onde o senhor se dirigia.


Flor-selvagem: dia 2

 

Odeio quando o mar se vai chegando ao pescoço, talvez tenha sido por isso que, mesmo sem pinga de sono, continuei a forçá-lo aos olhos e te interpelei.

Não era segura e com a cabeça cheia de reticências e bocados de rochas que costumava ouvir-te e falar-te.

Mas, ontem, foi e percebi que tinha terminado.

Foi-se o corpo que tremia, foi-se o encantamento, talvez.

Agora que estás mais aqui e mais em mim eu estou mais além e mais fugidia.

Acho que forcei demasiado, acho que quis muito e, tudo o que se quer muito, termina quando se consegue.

Acho que não sei quem és, conheço aquilo que imaginei e queria que fosses.

Espero que tudo isto se dissipe, espero estar enganada.

Se calhar és apenas mortal, afinal.

publicado por Ligeia Noire às 21:12


When she walks down the street,

She knows there's people watching.
The building fronts are just fronts
To hide the people watching her

But she once fell through the street
Down a manhole in that bad way
The underground drip
Was just like her scuba days

Days
Daze
Days
Daze

She was all right because the sea was so airtight, she broke away
She is all right but she can't come out tonight, she broke away
She was all right, yeah the sea was so tight, air tight
She broke away, broke away

At the bottom of the ocean she dwells
At the bottom of the ocean she dwells
From crevices caressed by fingers
And fat blue serpent swells


Stella,

Stella,

Stella,

Stella

Oh Stella

Stella, I love you


Well, she was my catatonic sex toy, love-joy diver
She went down, down, down there into the sea,
Yeah she went down, down, down there, down there for me, right on

So good, oh yeah, right on


(There's something that's invisible,
There's some things you can't hide,
Try detect you when I'm sleeping,
In a wave you say goodbye...)

   

Lyrics by Interpol/Letra dos Interpol

publicado por Ligeia Noire às 20:01
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01
Jun 11


We are so young

our lives have just begun

but already we are considering
escape from your world

And we've waited for so long
for this moment to come
we're so anxious to be together
... together in death

Would you die tonight for love?
Baby, join me in death
would you die?
I want you to join me in death

 

Its none of your kind
and my wrists are open wide for you
turning paler, oh, I’m dying just to be with you
and there is no way now (no way we can lose)
so before life tears us apart now, let death come to you

Would you die tonight for love?
Baby, join me in death
would you die?
I want you to join me in death

Because you're all I want
And you're all I have
So let this be the end
The world is a lonely place for us


Would you die tonight for love
Baby, join me in death
Would you die?
I want you to love me in death
would you die tonight for love
Baby, join me in death                                                                                                                                

 

I want you to join me in death

This life ain’t worth living

 

I want you to join me in death 
So, would you join me in death?
Join me in baby...


Join me in death


Letra da autoria de Vie Valo/Lyrics by Ville Valo


Post Scriptum: relembrando o passado... Letra original do tema Join me in death posteriormente alterada devido a pressões por parte da editora, uma vez que, segundo os executivos, seria um convite ao suicídio.

Vamos todos rir em conjunto e censurar Romeu e Julieta também?

Ou melhor, por que não retiram das prateleiras o Justine ou Les Malheurs de la vertu do Sade? Aí sim, não há beleza.

publicado por Ligeia Noire às 18:16
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03
Mai 11


Quero escapar-me.

Se me perguntassem qual é o meu desporto favorito, eu diria escapismo.

Pratico-o sempre que posso mas de preferência quando estou à luz do sol e à luz dos outros.

Acho que posso considerar-me uma profissional, tendo em conta os meus longos anos de experiência.

Às vezes, adiciono-lhe violência porque, como não gosto do perigo desequilibrado, me desato pela certeza do castigo em ambiente controlado e higienizado.

E isto é por mim e em mim, uma vez que não gosto de correntes e autoridades alheias, mecanizadas e planeadas.

As flores da Páscoa, que estavam sobre uma toalha de linho na mesa da sala, estão agora e ainda no meu quarto.

São rosas que picam a cada milímetro do seu caule e, não sei como dizer a cor, porque o vermelho, o cor-de-rosa e o roxo podem misturar-se.

Ainda não estão secas mas já não estão vivas.


Breathe the air through the water


Neste fim-de-semana descobri que:

- O meu sangue não é açucarado;

- A minha mãe pensa que tudo o que tem sucedido em catadupa já saiu do domínio das leis da Física.

 Tenho voltado aos pesadelos de coisas que me varrem a cabeça de um lado ao outro e, sinto-me um cão ou neste caso, uma cadela, vadia e inquinada com raiva.

Um bicho desregrado e desconsolado que se atira contra as grades do seu ambiente controlado deixando-as cobertas da saliva seivada que lhe escorre do focinho, até às garras embrutecidas.

E tudo isso é provado pelos factos pequeninos, como o de pegar naquele instrumento prateado e querer cortar todo este cabelo.

Este espécimen que aqui presenciam, sabe-se alterado quando viola aquilo que lhe é sacro.

Não me vai fazer sentir melhor mas a que tenho dentro de mim, quer me fazer ver que sim, para depois vir de dentro, sentar-se na minha garganta e rir-se da minha vontade utópica de perfeição na devastação.

O poeta é um fingidor mas eu sou uma pessoa.

Ainda faltam tantos dias para saber…

E como se me quisesses afagar a fronte fizeste acordar aquilo que melhor me adormece, a flor-selvagem.

Tenho que agradecer-te.

Como me sabes tão bem…

Ele é o escapismo em correnteza de rio precioso.

Pensei que… não, não pensei.

E que palavras ele me trouxe e de que palavras me encheu.

Sei que a estória das gavetas ainda é cal fresca mas não estou zangada.

Ele é teu filho, não o admite, não te conhece conscientemente mas é tão teu filho, por isso, nunca espero que fique e nunca guardo amarguras, porque sei que ele e eu somos de sempre e isso é melhor que ser de agora.

Foi tudo isto e é tudo isto que me escorre dos dedos enquanto tento escapar-me ao saco negro e industrial que se aproxima a passos largos.

publicado por Ligeia Noire às 01:08

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