“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

15
Ago 13

 

Se calhar é sinal da idade, não é que dantes fosse diferente, nunca foi de ânimo leve que enfrentei sítios que negam música, se é que me faço entender, mas como as minhas ressacas estão cada vez piores, ou melhor, sempre foram uma desgraça, já mal bebo e, consequentemente, já não é tão fácil abstrair-me da música de merda, o "restaurante" e tudo o que lá sucedeu foi sem mácula.

Então, ter oportunidade de ouvir Rammstein e Manson pelo meio das musiquinhas das rotinas, onde eles eram feios e delas aproveitava-se uma e, juntando-se as performances da Dita VonTeese nos ecrãs e os amiguinhos que se juntaram às nossas tarefas e à festa que encetámos, é, valeu mais cinco pontos. Gostei de toda a parafernália envolvida e do vermelho das paredes mas esqueçamos os demais porque dançarmos as três como nos velhos tempos, principalmente com a rapariga-que-tem-nome, ali…

Depois, confesso que não me importava de ficar apenas à beira-rio a beber vinho tinto e a contemplar a vista inigualável, sempre fui a gaja dos concertos e das noites privadas ou dos jardins e cemitérios à noite ou então estou apenas a ficar sem paciência.

A coisa boa disto tudo é que acordo fresca que nem uma alface, o que no meu caso significa as olheiras do costume, dores nas costas mas cabeça no sítio, se calhar foi ele que me pôs assim, mostrou-me o outro lado e agora tudo me parece fosco, reparar que o banquete ficava a dez passos de tudo o que foi há umas semanas... as aparentes coincidências matam-me.

Faltam dois dias, encomendei uma tela de presente, espero que goste, falta-me decorar a cesta e ir à caça de pétalas, ela quer que seja eu a vesti-la, a laçar-lhe o corpete e eu quero também, a de cabelos de trigo estava nostálgica, chorou, abraçamo-la e sentimos que não tinha passado tempo nenhum desde o ramo de couves à mesa da cozinha mas, ao mesmo tempo, passaram levadas de água e bebidas que se tornaram demasiado doces.

publicado por Ligeia Noire às 12:21
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22
Mai 13


Estava a gostar das conversas que tinha com ele, gajo interessante, para onde é que ele foi?

Se calhar foi porque lhe disse que não achava piada ao BD²S²M, piada é pouco, acho ridículo, se calhar ainda mais que ridículo mas isso daria uma longa conversa, conversa essa que não me apetece ter agora. Pior, é quando se vê esta cena associada a certas subculturas só porque há o negro em comum, nada mais errado quando nessa mesma subcultura a liberdade de dois seres se olharem ao mesmo nível é imprescindível, pronto bacano, não posso fazer nada, como diria o Lord de terras nenhumas: práticas hospitalares…

Disse-lhe que, às vezes, me odeio à la Cobain e que preciso de me castigar, se calhar foi isso que o assustou, caricato, se calhar tomou-me a pulsação e pensou que era uma cortadora de pulsos ou alguma merda similar, claro, que se me conhecesse saberia que alguém que desmaia até em mesas de café se a conversa desalinha para essas bandas, ou que nem sequer consegue medir a tensão arterial sem cair para o lado, só poderia estar a falar de castigos no sentido primário da palavra.

Era outra coisa sim, deixa-me explicar.

Há dias em que está muito frio, então uso apenas uma blusa, está a chover muito, não abro o guarda-chuva (às vezes faço-o por prazer), depois há as ocasionais intoxicações até não saber onde estou, ou a conquista e o envolvimento com pessoas de quem não gosto e, às vezes, nem sequer desejo.

Há, também, as ocasionais violências controladas em comportamentos rotineiros, nada de mortes pequenas e imundícies.

O que mais prezo em mim é o cabelo, prezar é dizer pouco mas se falarmos de castigos, este estaria no top five, há um ano, mais ou menos, as coisas andaram um pouco mais negras do que o costume, saúde principalmente e eu precisava de uma fresta, estás a ver aquela cena que se faz nos filmes quando não há tempo, nem hospitais e se precisa de atalhar a respiração e vai logo com uma bic?

Ora aí está, moi estava a entrar em ebulição, demasiados pecados, madeira demasiado pesada, a da cruz que o Supremo me pôs às costas digo, e lá vem o castigo.

Casa-de-banho, tesouras, cabelo seco, preso e penteado, para ofender mais, e zás!

Lá ficou pelo meio das costas, para ti pode não parecer castigo mas se me conhecesses saberias o quanto de desconsideração este acto estava pejado.

Bem, na verdade, senti-me bem, mais ou menos como se tivesse matado, como se eu fosse duas e estivesse a rir de mim mesma, que se fodesse, é o lema, porque essa ira permitiu-me respirar.

Eram estes os castigos de que falava, limpos e requintados.

E, agora, nem de propósito, um docinho para vossa mercê, parece que foi escrita para si, hã?

 

Am I still tough enough?

Feels like I’m wearing down

Is my viciousness

Losing ground?

Am I taking too much?

Did I cross a line?

I need my role in this

Very clearly defined

I need your discipline

I need your help

I need your discipline

 

You know once I start I cannot help myself

And now it's starting up

feels like I'm losing touch

Nothing matters to me

Nothing matters as much

I see you left a mark

Up and down my skin

I don't know where I end

And where you begin

I need your discipline

I need your help

I need your discipline

You know once I start I cannot help myself

Once I start I cannot stop myself

  

Discipline lyrics by N.I.N./Letra dos N.I.N.

publicado por Ligeia Noire às 13:33

29
Abr 13

 

Ante Scriptum: Oiço a Venus in our blood do Dark Light, não gostei daquele álbum a princípio, queria lentidão, peso, dor pesarosa, queria a atmosfera da For you, a lascívia da Our diabolical rapture, no entanto, fomos fazendo as pazes.

Não é de longe o meu preferido e, sendo melhor que o Screamworks e o Tears on Tape, partilha-lhes duma característica que tenho vindo a notar desde essa altura, as letras.

É curioso reparar que, à medida que a composição musical foi ficando mais up-tempo, sing-along e directa, as letras vão em sentido oposto, complexas, cheias de metáforas, simbologia religiosa, mitologia grega, referências a Poe e Baudelaire, fundura e requinte, se os álbuns inicias eram banquetes de um perfeito amor e morte enlaçados mas com letras relativamente simples e monocórdicas, estes últimos que, musicalmente não me agradam, liricamente são pérolas.

Como se fosse tudo uma piada, como se se estivesse a vê-los sentados em tronos barrocos de uma qualquer torre de pontas aguçadas, onde provam que a voz cavernosa não morreu, nem o baixo lascivo ou a guitarra arrastada, acompanhada de um piano funéreo mas não nos dão a bênção porque não querem, porque não e pronto e eu aceito, se o livre arbítrio foi o único causador, eu aceito.


Intro


Sonhei que o vestido era verde lima e amarelo limão que os sapatos eram sandálias que não serviam e que, por não querer ninguém a pôr as patas no meu cabelo, não tive tempo para o arranjar. A noiva ia descalça e de cabelo aguado, estava sol e o sono nunca mais terminava

Um pesadelo fora do meu comum.

Parvoíces de meia-noite, diga-se em abono da verdade.

O vestido será vermelho e será um fecho de ciclo.


O imbróglio de fitas e atilhos e feixes de vime onde me delibero.


Sexta-Feira:


Doía-me a cabeça mas tive de ir, só conhecia uma ou duas pessoas mas ela ia embora e eu não podia dizer que não. Quando lá chegámos, apercebemo-nos de que não era só um jantar mas uma festa de despedida, até lhes vendaram os olhos, andando com elas às voltas para que não descobrissem o sítio.

Deslocada, ya como sempre mas lá me fui acomodando.

O álcool foi fazendo as honras da casa e consegui viajar para Venus não a que decompõe mas a que está no sangue e, depois, havia aquele gajo, pois claro, já o tinha visto umas duas vezes e já ouvira falar dele trezentas.

Não era o ilustre desconhecido mas os danos e as raparigas que não deveriam ter ficado danosas com ele já compunham uma boa maquia.

Confesso que a culpa também foi minha, vem-me sempre à memória a sacada nocturna de um baile onde a dama de vestido longo abre o leque para esconder o sorriso e realçar os olhos, e fi-lo várias vezes, é o meu desporto favorito, se me desafiam e prevejo algum mérito no opositor/a, não falto ao duelo.

Era numa casa e havia o carrossel da doninha a tocar na aparelhagem:

o bilhete é só de ida -

não há regresso no carrossel

e a starlight dos ingleses, depois um house repetitivo, mais um Bob Marley a preceito e ainda um Michael Jackson caído não sei de onde, ele roubou-me do meio e dançámos, as minhas mãos no rosto dele, contornavam-lhe a boca, as mãos dele na minha cintura, subiam e subiam porque o vestido abria nas costas em lágrima e era preto, pois claro.

Os olhos, foram sempre os olhos que não deixavam o mesmo nível e, pareceram muitos minutos, quando possivelmente terão sido apenas uns segundos.

Havia gente que espreitava como as hungry black eels do Gundersen porque ele não é propriamente livre.

E eu, estou presa?

Não estou presa mas deveria estar porque já prendi o cavaleiro há muito, inconscientemente sim, mas prendi.

Eu gosto dele, eu gosto dele sim, mas sou um gato.

Fomos daquela casa de escadaria de pedra com música mais ou menos audível para uma discoteca mais ou menos odiosa, mais ou menos escorregadia.

Dançar liberta a alma, mesmo que a música não seja a ideal, se fecharmos os olhos podemos imaginar que passa a Head like a hole, ou a Bind, torture and kill e, dentro de mim passava.

Ia ajudando um rapaz doce, amigo da minha amiga a libertar a alma, dançando como uma menina de vestido cor-de-rosa e via-o lá longe por entre os outros e as outras, sentei-me para procurar, como de costume, o elástico do cabelo que me tinha caído, estavam todos bastante alterados, a minha rapariga de cabelos de trigo tinha o cabelo molhado, não me lembro porquê... pouco depois estava no carro com elas, ele conduzia, ia levar-nos a casa.

Durante a viagem ia sentindo a mão dele nos meus tornozelos, ali no meio delas, quando chegámos ele saiu do carro não sei para quê, já não me recordo sei que fui embora e eles foram embora.

Já no quarto ouvi o carro deles a regressar, tive de voltar a descer porque me esqueci do telemóvel, não sei como, a minha mala estava fechada…

Ele saiu do carro, outra vez, e, por entre frases atropeladas e rápidas e o corpo a pressionar o meu, beijou-me as bochechas, comigo fixando os olhos que lhe retribuíam a passividade, beijou-me o lábio superior, meio beijo, meia mordida.

Pareceram muitos minutos mas foram segundos, ou então era o álcool a nublar-me a rapidez do tempo.

Sabia que elas estavam lá dentro, por detrás daqueles vidros do carro e, enquanto o cabelo se desprendia pela milésima vez do único gancho que tinha, desenrolando-se pelas costas, dizia para irem com cuidado e virei costas, fazendo o resto do caminho a correr até chegar à porta de minha casa.

Todo o meu cabelo tresandava a tabaco, tirei a roupa, pus o aparelho no modo aleatório com a minha música, finalmente, e, pela altura em que ela disse que tinha chegado bem, já o sono me roubava altura às pálpebras.


Sábado:


O sol abriu a porta mas esteve fraquito a cama e eu e as missivas de um cavalheiro que me encontrou nem sei como, foram o meu entretimento. Que sentido de humor delicioso, corrosivo, sarcástico, no Domingo foi pela mesma linha, como é doce conversar a sério, com pontos e linhas entendidos na medida inteira.


Domingo:


E, esta madrugada, a flor-selvagem despertou também, levantei-me, encostei a cabeça à almofada.

Algo aqui é mais do que acaso.

É uma informação para ti rapariga do vale fundo, isto tudo mostra-te que estás a usar mais do que um espartilho, estás a enovelar-te toda.

Isto aqui veio dizer-te pelo caminho do capuchinho vermelho que, se calhar, não consegues fazer o que prometeste, se calhar gostar não chega, o Cavaleiro-das-Terras-Brancas vem aí e tu perdeste-te de sentido. Dizias ao das missivas, o do sentido de humor de banquete que, às vezes, precisas de te castigar, não sei o que ele terá entendido, mas os meus castigos são sempre duros e limpos.

Esta continuo a ser eu, livre e só eu, livre e selvagem, livre animal de montes e, só assim, deixo que me tenham.

Não precisas de espinhos e reconsiderações, digo-me, está tudo na mesma, o vestido vermelho com preciosidades negras.


Her heaven's a lie to those who threw away the key
Her god is alive and well in the heart of her beliefs
Will you condamn the river of her dreams,
Or understand the divine word she speaks?

Venus denies your seven towers above dark waters
You can't quench her thirst with the fear hiding away from the day
Venus denies you in your dark waters
The moon kissed the sun and now we hold her in our blood

Her saviour was never on a 
cross pierced with nails
Thirty pieces of silver never retraced her mistake
She'll always be free from the arms of your sins
That made you weak as your world started crumbling

Venus denies your seven towers above dark waters
You can't quench her thirst with the fear hiding away from the day
Venus denies you in your dark waters
The moon kissed the sun and now we hold her in our blood

(She's in our blood)
Venus denies your seven towers above dark waters
You can't quench her thirst with the fear hiding away from the day
Venus denies you in your dark waters
The moon kissed the sun and now we hold her in our blood
In our blood
In our blood
In our blood
(She's in our blood)

 

Lyrics by H.I.M./Letra dos H.I.M.


publicado por Ligeia Noire às 12:22

12
Fev 13


Well, here's my new address
6 6 5 oh
I confess
there's all your evidence
now, take it home and fuck with it.



publicado por Ligeia Noire às 22:52
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09
Jan 13


Não há nada de bom em envelhecer, exceptuando a proximidade da morte, isto se já não te tiveres matado primeiro.

 

Ya White Pony, é outra delícia, só conhecia o Around the Fur, que me foi dado a conhecer pelo resgatador de rapunzeis, ou então foi aquele disco que gravei do da rapariga que era Joana e não Maria mas compunha as duas na ordem inversa.

Não era dela, era do namorado, claro que era do namorado mas beijei-a na mesma.

Há quem entre no negro só pela pinta e pelo perigo mas tudo volta ao sítio, tarde ou cedo, não me compete a mim mas White Pony não era?

Sim bom, muito, é mais sexo, I feel like more, é nisso, é disso.

 Não sei se os conhecia até aí, não me recordo, há muitas zonas cinzentas por essa altura, álcool.

Eh pá conhecia sim, apetece-me rir agora, porque conhecia sim, a change, a tal da casa das moscas que é precisamente deste álbum e estava num disco que a minha menina, para quem não há nome que caiba, me gravou, afinal o álcool não encobre tudo.

E nas bebedeiras prosseguimos, nesta última vez corrigiu-se, ficámos por lá e bebi bastante, a ressaca foi… foi.

Acordei apenas com o pensamento de que se há algo que tenha em comum com o Bukowski é o ódio de estimação pelos bebedores de fim-de-semana, os da paisagem, quem diz bebedores diz os que se vestem de negro caro por fora.

Não jantei, comi azeitonas pretas e dancei muito, sim muito, já te contei que nunca tinha fumado?

Pois bem, nunca tinha sequer posto um cigarro -tabaco- aceso na boca em todos estes anos de (inserir aqui prefixo que invalide o substantivo seguinte) vida, desta vez estava tão lá que quebrei a virgindade patética.

Deixo sempre as coisas mais fáceis pro fim.

Foi engraçado, a rapariga-que-tem-nome trazia qualquer coisa de diferente, não estava tão serena desta vez, tão delicada, tão bela, quis não gostar dela, porque estava aborrecida com o que já disse nas páginas anteriores.

A dos cabelos de trigo foi brincando com o Rosé e comemos azeitonas pretas e ela contou-nos da poeira estelar e eu fiquei a gostar ainda mais dela, passou à frente, passou sim.

Achei que a rapariga-que-tem-nome fosse mais audaz do que ela e eu sei que no fundo é.

É que ela escolheu outro caminho.

Não questiono o sucesso do percurso, sei que sim mas fiquei desiludida e a gatinha de vestido continuava, e a outra admoestava-a da altitude a que estão as estrelas e eu ria, não sei se pela bebedeira, se pela periculosidade da minha vontade.

Continuámos esperando pela ceia, havia muita coisa à volta e falava-se que era mais fácil despires-te, foderes com alguém de quem gostasses, conhecesses bem, do que o oposto.

Bem, em suma com quem tivesses uma relação, eh pá juro que desta vez não queria estar na outra margem, juro que não queria mas nisto estou e sempre estive.

Já tive esta conversa com mais duas pessoas e chego sempre à mesma conclusão.

Então não é mais espontâneo o mistério, o desconhecido, alguém que, de preferência, não voltes a ver, esteja no mesmo plano espiritual ou com quem não precises criar qualquer tipo de ligação, alguém a quem não tenhas de agradar para além da vontade?

Vêem o que tu deliberas que eles vejam de ti, controlas o que mostras.

Sei lá, aqueles que estimas, que conheces… há sempre coisas a cumprir, a respeitar, rituais… estão sempre ali, as expectativas que tens de preencher, além do mais, a consciência só estorva, há o medo do desapontamento, há o life is short and love is always over in the morning o que valida o desconhecido e o meu pavor de manhãs que se liga ao pavor de relacionamentos porque abolem a individualidade, quer queiramos quer não e manhãs + nove às cinco + expectativas + caminhos sem inebriamentos a granel…

Parou.

Não é regra mas é a abundância.

Deu-me tanto gozo lapidá-la, se calhar ela não é tão parecida comigo como achei que fosse, está a voltar ao plano dos planos.

Cometi o erro de pensar que estava com ele por segurança, fui demasiado obstinada em pensar que ela não tinha vontade de se apaixonar.

E é uma mistura de irritação, de confusão, de saudade que me toma mas que passa porque no fundo ela continua a ser a Mulher Escarlate, tem é medo de a voltar a vestir.

 

Go get your knife and kiss me.

 

publicado por Ligeia Noire às 01:02

28
Dez 12


You're so sweet

Your smile
Your pussy
And your bones
You're on fire
You move me
Like music
With your style

Let me think (and you think about what?)
About girls (and what else?)
And money and new clothes (and what do I get?)
Thirty nights (uh huh)
Of violence (yeah)
And sugar to love

Come here, come here
Closer to the lung
So I can, I can
Shove her over railing

You're sweet
But I'm tired
Of proving
This love
See, you're a bore
But you move me
Like a movie
That you love

Let me think (and you think about what?)
About girls (and what else?)
And money and new clothes (and what do I get?)
Thirty nights (uh huh)
Of violence (yeah)
And sugar to love

Come here, come here
Closer to the lung
So I can, I can
Shove her over railing

Let me think (and you think about what?)
About girls (and what else?)
And money and new clothes (and what do I get?)
Thirty nights (uh huh)
Of violence (yeah)
And sugar to love

Come here, come here
Closer to the lung
Close, too close
Closer to the lung
Shove her over railing



Lyrics by Deftones/Letra dos Deftones




Mais uma estreia por aqui.

Acho que apareceste numa página, no devaneio sobre os portões do Inferno, acho que te descrevi, brevemente, como o cavalheiro por apronçar, o carinho sobrepôs-se ao que sentia na altura, muito por culpa… bem não importa.

E, é esta voz de sexo, a que anda por aqui há semanas, que me vai guiar por entre os teus meandros.

Não te procurei, foste tu.

Não te conhecia, tu sim.

O que mais gostava em ti era esse atrevimento de provocar, de menino novo que quer coisas grandes sem saber se as consegue comportar inteiras.

O teu bom gosto, não porque me querias foder mas porque escolhias bem e sabias o que pensavam e o que dar a pensar e porque foste o primeiro que, sendo mais novo do que eu e assim tão delicado me convenceu a demorar-lhe as pestanas nas bochechas…

Sabes, são características que até agora nunca me aliciaram.

No entanto, vejamos: não sei se tas perdoei ou se elas, em ti, faziam sentido porque as usavas direitinhas.


-porque ele quer e senta e indaga com segundos sentidos.-


Sempre achei que a delicadeza superficial te vinha da casa em que o sol rebentou quando nasceste, disse-to várias vezes mas sempre deixei o esclarecimento para depois, assim como todo o resto.

Isso amofina-me.

Como perceberás, não podia explicar-to assim desta maneira.

Não sei se ainda estávamos em caleiras diferentes ou se não queria estragar o teu galanteio e a minha conquista matreira.

 Apanhei-te a meio do teu caminho e agora posso dizer que meia parte de mim te queria brincar e a outra parte deixar que brincasses.

Chegaste perto do cabelo a primeira vez.

Sim, eu lembro-me.

Deixa-me embrulhar-te numa palavra bonita...

A maior parte das vezes em que falavas eu não conseguia erguer a atenção acima da tua boca.

Acima de tudo, o sorriso que me rasgavas sem que eu quisesse, só porque aparecias ali, perfazia o chocolate que me derretia na boca.

Adorava provocar-te e tu adoravas ser provocado, menino bonito de estufa, se te coroasse de flor não seria com intuito metafórico, como o outro.

Mas teria de pensar nisso quando estivesse com as veias mais vazias, qual delas?

 Qual dessas flores te poria na lapela do casaco… Amor.

Adoro chamar-te de amor, sinto a transgressão a acometer-me.

Sinto-te sério a ouvir-me dizê-lo, isto se a tua alcateia te rodear agora mas tu és assim duplo, espelhado.

Feito de uma vontade premente e um desejo de saltar o muro, sabes, a relva é mesmo mais verdinha do lado de lá.

Anda São Tomé.

Queria, acima de tudo, corromper-te, manchar-te a boca de dentadas calculadas.

E depois?

Conseguirias continuar nessa tua linha direita?

Amor?

Não era por causa delas, nem lhes queria saber das suspeitas, era apenas por ti e pelo desejo.

Colocar-te o meu corpo em segredo e depois ver-te a construíres mentiras em conluio com as tuas mãos ainda usadas.

O Homem tem o mimo de pressentir se há laços a criar, logo à primeira vista, nada de amor e essas bacoquices mas vontades, atracções só porque estão ali e, sim, só porque estão ali e houve e em grande soma.

Isto é tudo engraçado, há aqueles que estão apaixonados por mim ou melhor apaixonados por uma de mim e eu… resvalo-me para estes braços.

Acho-os e as, todos doces e, os que não estão cheiinhos de sacarina, também me tocam a vontade.

Mas estamos a falar de ti meu rapaz delicado a quem nunca olhei a proibições, estavas amuralhado mas eu não.

E tu gostavas disso em mim, da minha liberdade de ser, sentir, olhar, beijar, a minha liberdade de gata.  

 Ri com vontade e quis provar-te os pontos e as cruzes onde essa tua liberdade picava ponto, essa liberdade solta que aparentavas aos de olhos incautos.

Tiveste medo de mim, às vezes, eu sei.

Bem, não foi só provar-te que me querias mas deliciar-me também, nem tudo era pensado, às vezes parava nos teus olhos e havia coisas de alagar atrás deles.

Amor.

E fui eu que não quis e fui eu que não bebi do teu copo.

Lembrei-me de ti, sabes porquê, eu sei porquê.

Deixei-te a meio do caminho, ainda és novo.

 

publicado por Ligeia Noire às 03:17
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31
Ago 12


Tens um nome, aqui, feito de um não-nome.

Conheço-te há…. E beijo-te crescente.

O branco adorado, como gostaria de te compor uma ode, nela falaria do teu corpo perfeito, dos teus rosários:

-cabelos-

do teu sangue de réptil, daquela que só a mim mostras.

Cantaria as tuas mãos longas e casadas, a boca, a boca.

Calculada, fria e doce a preceito, meu mistério branco e sei que nem ele te sabe, precisamente ele e percebo porquê e tu sabes que eu percebo e gostas e não é que mintas é porque é assim.

É por não ser necessário, é por não seres estanque, é por seres difusa e longilínea entre junquilhos.

És toda tua e tens loucura certeira.


If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her


São poucos, agora, os instantes para despertar a que um dia disseste ser de minha responsabilidade ter nascido.

Gata bravia.

Bela de dia com completudes à noite.

E foi a tua mão no ombro meu e a tua boca a perguntar-me se continuava a deixar rosas esfaceladas e a sugar glicose de noites brancas, queria contar-te, queria congregar poder suficiente para volver o tempo ao círculo aberto.

Mas foi-se a que encerra o segredo dos celestes que dormem na cama dos malditos.

Estarei lá, de negro rendado vestida, a usar o meu mais belo sorriso e abri-lo-ei em leque para ti, pela rainha calculada que és.


It's still getting worse after everything I've tried

What if I found a way to wash it all aside

What if she touches with those fingertips

As the words spill out like fire from her lips

 

If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her

I am justified

I am purified

I am sanctified

Inside you


Heaven's just a rumor she'll dispel

As she walks me through the nicest parts of Hell

I still dream of lips I never should have kissed

Well she knows exactly what I can't resist

 

If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her

I am justified

I am purified

I am sanctified

Inside you

 

I'm just caught up in another of her spells

She's turning me into someone else

Every day I hope and pray that this will end

But when I can I do it all again


If she says come inside I'll come inside for her

If she says give it all I'll give everything to her

I am justified

I am purified

I am sanctified

Inside you

 

As surely as the blade's course is run

Maybe my kingdom's finally come

 

lyrics from Sanctified by N.I.N./Letra dos N.I.N.

 

publicado por Ligeia Noire às 12:18
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18
Ago 12

 

I 

 

Já não desce e já não fica e não fica porque não desce, apenas e só.

São pressões no crânio, dores de interferências divinizadas.

Que bela sim continuas, que bela e amenizada em todos os teus traços delgados rapariga-que-tem-nome, e que poderia eu dizer-te, que poderia dizer-te eu?

És a escolhida, sempre foste dentre todas, já o disse, eu sei.

Hás-de de branco vestir-te e hei-de ficar doce de tão feliz por te ver o sorriso aberto. Prezada. 

 

II

 

(...)Yes, shall we take a spin again in business?
This time is fixed, let's sweeten our facilities
It took all the man in me
To be the dog you wanted me to be

Shall we take a spin again, no witnesses?
This time is fixed seven three seven is
You won't feel a thing
Begging until you give it up insane

Fish like little silver knives
Make the cuts on my inside
Yeah, let him feast my heart is big, my heart is big
My blood will slide in metal studs (...)


Agora tu:

Queria, ora pois que tudo em ti fizesse força para que as saliências dos teus dedos se desenvolvessem em garras cheias, pejadas de fomes que não se matam com pão branco.

Aliás, eras tu e o outro tu, e a maioria desses tu, porque ao meu Frankenstein jamais lhe concederia o pó animado, se todo ele não fosse um cão raivoso: o meu licantropo de noites uivadas.

Sei lá porque assim foi... o bloco de notas tem várias linhas que me vão surgindo em dias ocos, ora em noites cheias, linhas que preciso clarear, desenvolver, conter no caderno medicamentoso mas que, por estes dias de coisas de polpa, têm-se recorrido do que guardo nos casulos do crânio macerado.

Houve dois sonhos esta semana de que me lembro, no primeiro estava eu com... numa ponte que abarcava todo um ribeiro pedregulhoso.

Era muito, muito alto, como não poderia deixar de ser, e caiu-me o sapato, o meu preferido, lembro-me disto porque mais uma vez os meus sonhos de preto e branco deixaram mostrar as pinceladas carmíneas que adornavam o sapatinho cinderelesco.

O outro foi hoje, ou ontem, sonhei com aquele mancebo conhecido, gosto dele, havia aproximações reclusas quando um indigente surgiu limpando o rosto a um lenço de pano que ia tingindo de sangue quente.

O lenço metamorfoseava-se em imundície, mancha pecaminosa, doença e coisas de atravessar a rua para o outro lado.

Atirou-o para o caminho de pedrinhas acasaladas e foi-se.

As aproximações não continuaram porque o lenço fazia, agora, as honras da casa.

Canta 3D... os segredos todos: 

 

Atlas Air

 

Yes, shall we take a spin again in business?
This time is fixed, let's sweeten our facilities
It took all the man in me
To be the dog you wanted me to be

Shall we take a spin again, no witnesses?
This time is fixed seven three seven is
You won't feel a thing
Begging until you give it up insane

Fish like little silver knives
Make the cuts on my inside
Yeah, let him feast my heart is big, my heart is big
My blood will slide in metal studs

Tourniquet will hold its groove
Tourniquet will keep its grip
It took all the man in me
To be the dog you wanted me to be

Yeah, let him feast my heart is big
My heart is big, my blood will slide
You let him feast my heart is big
My heart is big, my blood will slide

Got nothing to lose but my chains
Internet feeds on my brains
Head in the sand, feet in the clay
And time is still like grease it slips
Sucking in, spitting pips, yeah, spitting pips

Nothing to lose but my chains
Internet beats on my brains
Head in the sand, feet in the clay
A place to piece, a place to pray

A little money should get me on my feet
This gun of smoke is slaying me
And time is still like grease it slips
Sucking in, spitting pips, yeah, spitting pips

My heart was big and like my pride
Let them feast on my insides
And when the filled had spilled its guts
Gently open then it shuts

I'm in the hole three thousand days
A buried soul
They live the dream in terminal
No war too mean

I know the drill, got cells to burn, I'm dressed to kill
A mortal coil and time is still on secret soil
Yeah, pay the bills, cells to burn, mouths to fill
On Boeing jets in the sunset make glowing threats

 

Letra dos Massive Attack/Lyrics by Massive Attack

publicado por Ligeia Noire às 15:42

18
Jun 12


Tive de gramar com duas horas de não-música e gente feia para ouvir e baloiçar pela ambiência de, menos de meia hora de acordes agradáveis tocados por senhores barbudos.

Fomo-nos sentar na escadaria onde já estava a rapariga de cabelos loiros e o outro que a quer papar, depois, do nada, chegou o oficial da dita e, aí credo, lá fui eu lançar folhinhas de oliveira e lembrá-lo de quão estrelada e agradável estava a noite.

Resultou lá, agora, talvez, se tenha desnudado a oliveira toda...

Bem, na verdade, até foi divertido, pouco me importei, ah que má sou.

Ainda estás aí?

Estou a ficar triste, estão a acorrer as gotas de chuva para dentro dos casulos verdes.

E aquele rapaz que anda por aqui, por certo mais novo do que eu mas que belo, mas que belo sim.

É tão belo na sua certeza, no mundo de terra firme do qual se rodeia, a sua segurança e altivez ainda o fazem mais belo e olha como um gato desconfiado para mim, o rosto de barba tenra e as mãos de pianista que aposto nunca terem tocado num piano.

Como se eu quisesse saber daquilo que o faz por dentro, só me interessa a pele de narciso que o veste e, interessa-me ainda mais, porque ele a sabe e a coaduna com olhos de violência e braços capazes de oferecer colisões em paredes gélidas a horas docinhas.

Sim, porque seriam horas irrepetíveis e na orla do penhasco.

Atesto, pois.

O mancebo inspira-me e instila-me à loucura da, outrora vienetta em corpos femininos, no jogo do "perdes sempre".

Ora vamos lá ver se consigo lapidar:

É apenas e só o desejo puro e animalesco de luxúria que não quer ser presa ou continuada.


publicado por Ligeia Noire às 22:07

27
Mai 12

 

I


É preciso saber gerir a sede, pelo menos a percepção que os outros têm dela, é preciso parecer lilás aos olhos do dia para ser digna da mais negra bênção no desaguar da noite.

É por isso que jamais gostei de vampiros espalhafatosos.

Não quero que me saibam as vontades, os detalhes, as doses, a ruína das necessidades e dos desejos.

Se descobrir que é a dama de paus que seguras junto à boca, com essas unhas inumadas e, mesmo assim assumir que quero ser jogada em tabuleiro aberto, o que faz isso de mim?

Se eu me quiser talhar, dessubstanciar, recortar, terei direito ao anonimato nos teus dias?

A Maria vestida de vermelho, como não poderia deixar de ser, estava ajoelhada na erva do pastoreio com um cordeiro bem branquinho ao colo. 

II

 

"Vais sempre menina. Vais sempre e eu só tenho de esperar que voltes, eu uivo"

Aprazi-te assim?

Foi do teu gosto que me deixasse espalhada e confundida no meio de malmequeres bravos?

Não há perfume igualável.

É dali que se sobe e é dali que se começa.

Percebi a oferta não pronunciada e aceitei-a sem to dizer.

Já oiço o teu escárnio daqui, já oiço os teus olhos a derramarem risos absurdos para cima de unhas ao nível dos lábios…

"Não estavas absorta pelos vales e silvados do sujeito demorado? Não era ele a tua musa, o teu espaldar de racionamento?" 

Ah Sangue bravio... não foi, não foi, não poderá jamais coadunar-se comigo.

Sou suja demais para ele, continuo a mergulha-lo mas não o posso beber.

Somos substâncias imiscíveis.

Pranteio mas não posso refazer-me para que ele me consiga afagar o cabelo.

Continuo e prossigo no negro azeviche do meu ninho.

Reconheces-me e reconheço-te dentro da mais pura negritude porque somos bichos de beiradas de precipícios.

O meu arco também é vermelho. 

 

Drink up sweet decadence
I can't say no to you
And I've completely lost myself and I don't mind
I can't say no to you 


(...) So take care what you ask of me... 

 

Excerto de Good Enough dos Evanescence/Excerpt from Good Enough by Evanescence

publicado por Ligeia Noire às 18:32
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