“We are like roses that have never bothered to bloom when we should have bloomed and it is as if the sun has become disgusted with waiting”.

10
Dez 14

I went looking for trouble
And boy
I found her...

She's in love with herself.
She likes the dark
On her milk white neck.
The Devil's mark.

It's all Hallows Eve.
The moon is full.
Will she trick or treat?
I bet she will.

She will.

Happy Halloween.

She's got a date at midnight
With Nosferatu.
Oh baby, Lilly Munster.
Ain't got nothing on you.

Well, when I called her evil
She just laughed.
And cast that spell on me.
Boo Bitch Craft.

Yeah you wanna go out
'cause it's raining and blowing.
You can't go out
'cause your roots are showing.

Dye 'em black.
Dye 'em black.

Black black black black No. 1
Black black black black No. 1.

Little wolf skin boots
And clove cigarettes.
An erotic funeral
For which she's dressed.

Her perfume smells like
Burning leaves.
Everyday is Halloween.

Yeah you wanna go out
'cause it's raining and blowing.
You can't go out
'cause your roots are showing.

Dye 'em black.
Dye 'em black.

Black black black black No. 1
She dyes'em black
Black black black black No. 1
Black No. 1.

Loving you
Loving you,
Love loving you
Was like loving the dead.

Loving you
Loving you,
Love loving you
Was like loving the dead.

Loving you
Was like loving the dead,
Loving you
Was like loving the dead.

Loving you
Was like loving the dead,
Was like loving the dead
Was like loving the dead.

Was like loving the dead
Was like loving the dead.

Loving you
Loving you,
Love loving you
Was like loving the dead.

Was like fucking the dead.

Loving you
Was like loving the dead,
Loving you
Was like loving the dead.

Loving
Was
Was

Loving you
Loving you
Loving you,
Loving you
Loving you
Loving you
Was like loving the dead.

Was like loving the dead
Was like loving the dead.

Black black black black No. 1
She dyes'em
Black black black black No. 1
Black No. 1.

Black black black black No. 1
Black black black black No. 1.

 

Type O Negative

publicado por Ligeia Noire às 15:43
etiquetas: ,

15
Set 13

 

Sabes que ferro e despedaço a qualquer momento, quando estiveres descansado a beber das águas plácidas e serenas que correm por aqui, estraçalhar-te-ei a garganta de um trago por ter sede também: brinco.

Saudades minhas?

Eu tinha, e muitas, sinto-me bem hoje e sentir-me bem é sentir as costelas, os nós dos dedos, esticar as pernas, desnudar a cintura e contorná-la, em suma é ter meneios e delicadezas de carniceiro por roupas finas.

Mãos rugosas, sim mãos rugosas a contarem-me as costelas é bom, acalmia e vai buscar a faca e beija-me.

Que fome tenho, que vontades aguçadas e desejos acres se me desaguam destas unhas rosadas.

Ia falar de Black Sabbath e o quanto gosto da simplicidade do finado Dio à circense efígie: Ozzy, talvez concluir com as minhas preferências quanto ao novo dos meus NIN mas olha quem chegou a casa de uma viagem de mochila às costas para fodas e noitadas em carpetes alheias?

Quando aquela voz daninha bate, eu só tenho é de abrir e morder-lhe as bochechas.

publicado por Ligeia Noire às 11:32
etiquetas: ,

28
Jun 13

 

Às vezes, tenho pensamentos megalómanos, como o de ser capaz () e tudo, e esse tudo ser um todo audacioso mas provocante ao cubo.

Já tenho mais dois gatos que nasceram da gata e, provavelmente, do gato preto que anda pra aí a rondar de quando em vez.

São uma mistura de preto e cinzento. Dizemos sempre que já temos muitos, que é preciso isto e aquilo mas depois ah e tal mais dois, menos dois deixa-os lá ficar, é para juntar ao resto da comandita composta pelo Tripoli, pelo A4 e pelo 3D.

Ontem esteve um calor dos diabos, e como sou uma filha-da-puta bem mandada, a minha prima arrastou-me, depois do trabalho, para comprar um vestido pro casamento da não sei quantos.

O outro, se soubesse português, se soubesse disto aqui, haveria de dizer que sou uma mentirosa e que tinha razão em achar que daria uma exemplar submissa, já lhe atestei ser um gato, não há cá condescendências, com certeza que se não estivesse nesta espécie de exiguidade, lhe mostraria o alcance dessa expressão.

Mas, falava das trivialidades ao cubo que andei a gramar com o bando de aves migratórias, sem falar no voluntariado…

Confesso que continuo a surpreender-me com a capacidade espectacular de obediência estratégica, vassalagem e dissimulação que inculco nos meus olhinhos e sorrisinho treinados, cresci bem e saudável, dei uma bela e casadoira moça, tornei-me num ser humano exemplar, capaz de ir para a guerra e oferecer a outra face no mesmo dia, vá bate-me lá palmas Supremo e toma lá um ósculo.

Hoje estou irrequieta, não tive de levantar cedo mas acordei cedo na mesma, sonhei que a bolsa medieval que mandei fazer era cor-de-rosa e fiquei zangada, trivialidades não é?

Estou com o Devotional dos Depeche Mode lá ao fundo e não consigo escrever em condições, tenho de parar porque dou por mim a menear a cintura e a escancarar os olhos quando o impossível Dave dança, há lá homem mais poderoso do que o que sabe o que faz e quando faz?

É que, sabes como é... é mais raro que diamantes, encontrar um homem a sério que saiba dançar e não pareça amaricado ou circense…

Que seja gay, hétero, bi ou o caralho, não é disso que se trata, falo daquele que sabe glorificar a essência da masculinidade, assim como, há uns séculos, os cavaleiros o faziam de espada em riste e cabelos presos em fitas.

O que já não é tão difícil de encontrar no mulherio,uma moça que saiba dançar... mas poucas o fazem elevando aos píncaros a essência da feminilidade, fazem-no sim para ritual de acasalamento, esvaziado de sangue, suor e lágrimas, é corriqueiro e lembro-me sempre de putas de berma, de olhos vazios e que fazem borlas por um risco.

Lembro-me de um amigo me ter dito que ficou estacado, estacado do tipo voyeur, a contemplar, não sei se uma, se duas, asiáticas a prenderem o cabelo meticulosa e gracilmente, é disso que falo, da colisão dos extremos, o metal e a música clássica, a morte vestida de branco, deve ser por isso que a Dita me deslumbra, desde os seus filmes soft porno de espartilho, saltos que tocavam o céu, cabelo de azeviche a consumir e a ser consumida por outras mulheres mas sempre como se estivesse a fazer a bainha de um vestido, até ao seu mais recente espectáculo opium de franja imaculada.

Mas estávamos a falar do Dave Gahan, pois é, não há ninguém que dance como ele, principalmente na fase Songs of Faith and Devotion…

Ok, ok lá vem a minha preferência por cabelos compridos e barba, os acordes da Personal Jesus ecoam e todo ele se corresponde em meneios urgentes à música que vai soando, sensualidade que lhe nasce de todo o lado, é assombroso.

Quando era adolescente, não os conhecia muito bem, sabia quem eram claro: Can’t get Enough, Enjoy the Silence, ah e pois a Personal Jesus versão do meu Marilyn Manson.

Ainda hoje não sei de qual gosto mais, até porque aquele teledisco do Manson é qualquer coisa de perfeito, muito sim.

E, a bateria e tom blasé que o Manson confere aos vocais, tornam a canção deles mas sabes como é isto da rebeldia, as papilas gustativas vão procurando os mesmos sabores mas em embrulhos mais ruins de abrir e vão-se tomando caminhos pouco comuns para pessoas que se arrastam e comem pó por negros atalhos conhecidos, mais e mais e mais... há os que precisam de ser descobertos com outro nível de maturidade, há os de amor à primeira vista, há os one night stand, ou fodas de uma noite, os blind dates e os que se desenlaçam com graça, assim como a Dita faz ao espartilho em noite de inspiração dobrada.

 

publicado por Ligeia Noire às 15:45
etiquetas: ,

24
Mai 13


Acontece que nós, seres humanos, felizmente ou infelizmente - não sei - somos da família dos primatas poligâmicos. Isto é, somos naturalmente, biologicamente, instintivamente poligâmicos. A ararinha do Brasil, o pombo, o joão-de-barro são naturalmente monogâmicos, mas nós não! Nós somos poligâmicos! Em outras palavras, o casamento monogâmico, construção da cultura judaico-cristã, é, para o homo sapiens, absolutamente antinatural!

Tanto é assim que quando nos casamos, seja no civil, seja no religioso, temos que prometer fidelidade, e diante de testemunhas. Prometemos porque ser fiel não é natural! Alguém precisa prometer que vai beber água todos os dias ou que vai comer quando sentir fome? Não. Ninguém duvida que o faremos!


In Vivamvs: Instituto Interdisciplinar para Saúde Mental, blog de Graça Oliveira

 

Hoje acordei com o coração a ouvir-se por fora dos cobertores mais um pesadelo, presumo.

Não consigo conceber, aliás até me assusta, o comprometer-me com alguém, soa-me sempre a estar presa de algum modo, limitada, circunscrita, sujeita a um determinado comportamento.

Sempre detestei responsabilidade, o meu emprego ideal seria aquele incógnito do staff de uma banda, exactamente, aquele tipo que anda no palco a ligar cabos e a arruma-los no final do concerto, de sonho diria.

O mais cómico disto tudo, é que sempre fui a menina responsável, a que tomava conta dos outros.

E porquê?

Por não falar muito? Por ter boas notas? Por me pôr a ler colunas de revistas cor-de-rosa aos sete anos, na rodoviária, para as velhotas?

Foda-se, as pessoas são tão facilmente ludibriáveis.

O que mais gosto nestes rituais, os de galanteio digo, é exactamente isso, a corte, sempre o estágio primeiro, a sedução, o jogo, o desejo, o nunca saberem o suficiente de mim e eu não querer saber o suficiente dele/as, o fantasiar com o que está para lá dos olhos, a passionalidade, o que não se controla, o enquanto jorra é porque jorra naturalmente, depois tudo o que está para lá disso não tem interesse, absolutamente nenhum, para mim.

Aliás, não é mais do que um repelente.

A individualidade não funciona a dois, claro que consigo esquecer-me disso tudo durante o período passional, enquanto dura o feitiço, no entanto, todo o socialismo que vem a seguir, é-me impossível.

O ser humano é enredado, já se sabe, se eu disser que sou quatro pessoas, como já o fiz, não me refiro apenas a mim mas sim ao facto de que, enquanto ser humano, assim o sou.

Não quer dizer que esteja a dissimular a minha imagem de acordo com a pessoa que está a olhar para mim, estou apenas a adaptá-la.

Usando a domino.

Há a escolhida para os amigos, para a família, para os amantes, et cetera e tal.

Todas estas meninas são fieis, são minhas e sou eu, mas não podem viver juntas aos olhos alheios, não as posso reunir à mesa, qual Santíssima Trindade.

E, às vezes, penso se quero mesmo que isso aconteça, que haja alguém a quem possa mostrar o negro e o carmesim, o sorriso escarninho e as lágrimas quentes e, sendo possível, só poderia ser um amigo, nunca um amante porque desses, não quero saber como lavam os dentes, ou vê-los a escolherem a roupa, ou ir às compras com eles, andar de mão dada, respeitar datas, usar alianças, apresentar a x e y ou ter de, o ter de mata-me!

Não e não e não.

Eu gosto do aparece porque quer, do apeteceu-me, ou o quero e quero agora, do não saber muito bem se comportamentos extremos ou romantismos de cavaleiro medieval se revolvem por detrás daqueles olhos.

A paixão e o amor ficam tão bem misturados com o por desvelar e a vontade e nós sabemos que tudo o que abandona a escuridão e o segredo da noite é feio, chato, obrigacional e vendido e, na verdade, não, não quero que exista.


publicado por Ligeia Noire às 14:50
música: "Physical" versão dos N.I.N. do original de Adam & Ants
etiquetas: ,

10
Mar 13

 

Qual não foi a minha surpresa quando, ao esgazear os olhos, descubro que sonhei com o meu amigo, não vou descrever o lugar.

Populoso era e sentado estava.

E, eu, com pressa de ir não sei onde, beijei-lhe a bochecha, à Lolita, e fui pela chuva, ultrapassando o portão para o sítio que não sei, o sítio que me apressava ou que eu queria que me apressasse.

É estouvado da minha parte falar disto nesta altura, a tão pouco tempo de experimentar o vestido vermelho, de voltar a trazer felicidade ao cavaleiro e, talvez, depois, com elas, no tempo das uvas, matar umas outras honras e perder a realidade.

Sou uma vergonha.

Demorou algum tempo até que tivesse, não sei, o orgulho arrumado, a displicência, o arrojo de voltar ao assunto mal desinfectado.

Aliás, a maior parte das minhas purgações acontece anos depois de me distanciar do epicentro, quando já troquei de posição na cerimónia da Ligeia, represento?

Não.

Mas curto distâncias seguras.

Tenho de ser muito cautelosa e ao mesmo tempo induzir o pensamento incómodo, talvez, a outrem, porquê?

Porque sou assim, calculada, rabina e atiçadora.

Só dei por mim a pensar no denominador explícito da nossa, já cúmplice, mistura quando mo mostrou aos olhos com sol.

E olha que não foi tarde ou cedo, se até ali nunca me tinha passado pela cabeça, depois de confrontada, corei e não mais me consegui despir do fato de traça à roda do luzeiro ou de voltar ao momento anterior, se me fosse possível fazê-lo.

A maldição de quem sabe o que instila e onde instila.

Eu sei, eu sei sim, mas até os criminosos têm algumas normas, alguns recatos, pelo menos eu tenho, não vale tudo.

Ou será que vale?

A reacção seria adversa mas não foi por isso que deixei de enrolar o cabelo a pensar na falta de preceitos ou de remoer gestos esfumaçados, censurando as naturalidades que se insurgiam dos meus dedos.

Era exaustivo tudo o que tinha de perpendicular, de controlar.

Não se tratava de crença ou confiança porque não o cria, nem confiava, o que não me impediu de entrar, sabendo que tudo se empolava pelo cálculo de quem gosta de encarnar o principezinho com as docs à mostra.

Eu sabia, soube e continuei a saber que era assim e ignorei os danos aos outros porque não eram meus, porque não era de minha responsabilidade olhar por eles.

Difícil, foda-se, se foi... caminhar sob aquele olhar de milhafre e cordeiro agregados... mas eu também sei do tamanho do negro.

Gosto dele, nada calculado, nunca foi e sorrio e pisco o olho esquerdo, o do lado venial, porque sei que isso o desconcerta.

Ah e ambos temos segredos que não são nada bonitos.

Só que eu não lhe contei os meus e os dele, segredos ou não, afundar-se-ão comigo.

O tempo que demora o negrume até ao acender do fósforo.

 

publicado por Ligeia Noire às 23:01
etiquetas:

09
Jan 13


Não há nada de bom em envelhecer, exceptuando a proximidade da morte, isto se já não te tiveres matado primeiro.

 

Ya White Pony, é outra delícia, só conhecia o Around the Fur, que me foi dado a conhecer pelo resgatador de rapunzeis, ou então foi aquele disco que gravei do da rapariga que era Joana e não Maria mas compunha as duas na ordem inversa.

Não era dela, era do namorado, claro que era do namorado mas beijei-a na mesma.

Há quem entre no negro só pela pinta e pelo perigo mas tudo volta ao sítio, tarde ou cedo, não me compete a mim mas White Pony não era?

Sim bom, muito, é mais sexo, I feel like more, é nisso, é disso.

 Não sei se os conhecia até aí, não me recordo, há muitas zonas cinzentas por essa altura, álcool.

Eh pá conhecia sim, apetece-me rir agora, porque conhecia sim, a change, a tal da casa das moscas que é precisamente deste álbum e estava num disco que a minha menina, para quem não há nome que caiba, me gravou, afinal o álcool não encobre tudo.

E nas bebedeiras prosseguimos, nesta última vez corrigiu-se, ficámos por lá e bebi bastante, a ressaca foi… foi.

Acordei apenas com o pensamento de que se há algo que tenha em comum com o Bukowski é o ódio de estimação pelos bebedores de fim-de-semana, os da paisagem, quem diz bebedores diz os que se vestem de negro caro por fora.

Não jantei, comi azeitonas pretas e dancei muito, sim muito, já te contei que nunca tinha fumado?

Pois bem, nunca tinha sequer posto um cigarro -tabaco- aceso na boca em todos estes anos de (inserir aqui prefixo que invalide o substantivo seguinte) vida, desta vez estava tão lá que quebrei a virgindade patética.

Deixo sempre as coisas mais fáceis pro fim.

Foi engraçado, a rapariga-que-tem-nome trazia qualquer coisa de diferente, não estava tão serena desta vez, tão delicada, tão bela, quis não gostar dela, porque estava aborrecida com o que já disse nas páginas anteriores.

A dos cabelos de trigo foi brincando com o Rosé e comemos azeitonas pretas e ela contou-nos da poeira estelar e eu fiquei a gostar ainda mais dela, passou à frente, passou sim.

Achei que a rapariga-que-tem-nome fosse mais audaz do que ela e eu sei que no fundo é.

É que ela escolheu outro caminho.

Não questiono o sucesso do percurso, sei que sim mas fiquei desiludida e a gatinha de vestido continuava, e a outra admoestava-a da altitude a que estão as estrelas e eu ria, não sei se pela bebedeira, se pela periculosidade da minha vontade.

Continuámos esperando pela ceia, havia muita coisa à volta e falava-se que era mais fácil despires-te, foderes com alguém de quem gostasses, conhecesses bem, do que o oposto.

Bem, em suma com quem tivesses uma relação, eh pá juro que desta vez não queria estar na outra margem, juro que não queria mas nisto estou e sempre estive.

Já tive esta conversa com mais duas pessoas e chego sempre à mesma conclusão.

Então não é mais espontâneo o mistério, o desconhecido, alguém que, de preferência, não voltes a ver, esteja no mesmo plano espiritual ou com quem não precises criar qualquer tipo de ligação, alguém a quem não tenhas de agradar para além da vontade?

Vêem o que tu deliberas que eles vejam de ti, controlas o que mostras.

Sei lá, aqueles que estimas, que conheces… há sempre coisas a cumprir, a respeitar, rituais… estão sempre ali, as expectativas que tens de preencher, além do mais, a consciência só estorva, há o medo do desapontamento, há o life is short and love is always over in the morning o que valida o desconhecido e o meu pavor de manhãs que se liga ao pavor de relacionamentos porque abolem a individualidade, quer queiramos quer não e manhãs + nove às cinco + expectativas + caminhos sem inebriamentos a granel…

Parou.

Não é regra mas é a abundância.

Deu-me tanto gozo lapidá-la, se calhar ela não é tão parecida comigo como achei que fosse, está a voltar ao plano dos planos.

Cometi o erro de pensar que estava com ele por segurança, fui demasiado obstinada em pensar que ela não tinha vontade de se apaixonar.

E é uma mistura de irritação, de confusão, de saudade que me toma mas que passa porque no fundo ela continua a ser a Mulher Escarlate, tem é medo de a voltar a vestir.

 

Go get your knife and kiss me.

 

publicado por Ligeia Noire às 01:02

28
Dez 12


You're so sweet

Your smile
Your pussy
And your bones
You're on fire
You move me
Like music
With your style

Let me think (and you think about what?)
About girls (and what else?)
And money and new clothes (and what do I get?)
Thirty nights (uh huh)
Of violence (yeah)
And sugar to love

Come here, come here
Closer to the lung
So I can, I can
Shove her over railing

You're sweet
But I'm tired
Of proving
This love
See, you're a bore
But you move me
Like a movie
That you love

Let me think (and you think about what?)
About girls (and what else?)
And money and new clothes (and what do I get?)
Thirty nights (uh huh)
Of violence (yeah)
And sugar to love

Come here, come here
Closer to the lung
So I can, I can
Shove her over railing

Let me think (and you think about what?)
About girls (and what else?)
And money and new clothes (and what do I get?)
Thirty nights (uh huh)
Of violence (yeah)
And sugar to love

Come here, come here
Closer to the lung
Close, too close
Closer to the lung
Shove her over railing



Lyrics by Deftones/Letra dos Deftones




Mais uma estreia por aqui.

Acho que apareceste numa página, no devaneio sobre os portões do Inferno, acho que te descrevi, brevemente, como o cavalheiro por apronçar, o carinho sobrepôs-se ao que sentia na altura, muito por culpa… bem não importa.

E, é esta voz de sexo, a que anda por aqui há semanas, que me vai guiar por entre os teus meandros.

Não te procurei, foste tu.

Não te conhecia, tu sim.

O que mais gostava em ti era esse atrevimento de provocar, de menino novo que quer coisas grandes sem saber se as consegue comportar inteiras.

O teu bom gosto, não porque me querias foder mas porque escolhias bem e sabias o que pensavam e o que dar a pensar e porque foste o primeiro que, sendo mais novo do que eu e assim tão delicado me convenceu a demorar-lhe as pestanas nas bochechas…

Sabes, são características que até agora nunca me aliciaram.

No entanto, vejamos: não sei se tas perdoei ou se elas, em ti, faziam sentido porque as usavas direitinhas.


-porque ele quer e senta e indaga com segundos sentidos.-


Sempre achei que a delicadeza superficial te vinha da casa em que o sol rebentou quando nasceste, disse-to várias vezes mas sempre deixei o esclarecimento para depois, assim como todo o resto.

Isso amofina-me.

Como perceberás, não podia explicar-to assim desta maneira.

Não sei se ainda estávamos em caleiras diferentes ou se não queria estragar o teu galanteio e a minha conquista matreira.

 Apanhei-te a meio do teu caminho e agora posso dizer que meia parte de mim te queria brincar e a outra parte deixar que brincasses.

Chegaste perto do cabelo a primeira vez.

Sim, eu lembro-me.

Deixa-me embrulhar-te numa palavra bonita...

A maior parte das vezes em que falavas eu não conseguia erguer a atenção acima da tua boca.

Acima de tudo, o sorriso que me rasgavas sem que eu quisesse, só porque aparecias ali, perfazia o chocolate que me derretia na boca.

Adorava provocar-te e tu adoravas ser provocado, menino bonito de estufa, se te coroasse de flor não seria com intuito metafórico, como o outro.

Mas teria de pensar nisso quando estivesse com as veias mais vazias, qual delas?

 Qual dessas flores te poria na lapela do casaco… Amor.

Adoro chamar-te de amor, sinto a transgressão a acometer-me.

Sinto-te sério a ouvir-me dizê-lo, isto se a tua alcateia te rodear agora mas tu és assim duplo, espelhado.

Feito de uma vontade premente e um desejo de saltar o muro, sabes, a relva é mesmo mais verdinha do lado de lá.

Anda São Tomé.

Queria, acima de tudo, corromper-te, manchar-te a boca de dentadas calculadas.

E depois?

Conseguirias continuar nessa tua linha direita?

Amor?

Não era por causa delas, nem lhes queria saber das suspeitas, era apenas por ti e pelo desejo.

Colocar-te o meu corpo em segredo e depois ver-te a construíres mentiras em conluio com as tuas mãos ainda usadas.

O Homem tem o mimo de pressentir se há laços a criar, logo à primeira vista, nada de amor e essas bacoquices mas vontades, atracções só porque estão ali e, sim, só porque estão ali e houve e em grande soma.

Isto é tudo engraçado, há aqueles que estão apaixonados por mim ou melhor apaixonados por uma de mim e eu… resvalo-me para estes braços.

Acho-os e as, todos doces e, os que não estão cheiinhos de sacarina, também me tocam a vontade.

Mas estamos a falar de ti meu rapaz delicado a quem nunca olhei a proibições, estavas amuralhado mas eu não.

E tu gostavas disso em mim, da minha liberdade de ser, sentir, olhar, beijar, a minha liberdade de gata.  

 Ri com vontade e quis provar-te os pontos e as cruzes onde essa tua liberdade picava ponto, essa liberdade solta que aparentavas aos de olhos incautos.

Tiveste medo de mim, às vezes, eu sei.

Bem, não foi só provar-te que me querias mas deliciar-me também, nem tudo era pensado, às vezes parava nos teus olhos e havia coisas de alagar atrás deles.

Amor.

E fui eu que não quis e fui eu que não bebi do teu copo.

Lembrei-me de ti, sabes porquê, eu sei porquê.

Deixei-te a meio do caminho, ainda és novo.

 

publicado por Ligeia Noire às 03:17
etiquetas: , ,

18
Jun 12


Tive de gramar com duas horas de não-música e gente feia para ouvir e baloiçar pela ambiência de, menos de meia hora de acordes agradáveis tocados por senhores barbudos.

Fomo-nos sentar na escadaria onde já estava a rapariga de cabelos loiros e o outro que a quer papar, depois, do nada, chegou o oficial da dita e, aí credo, lá fui eu lançar folhinhas de oliveira e lembrá-lo de quão estrelada e agradável estava a noite.

Resultou lá, agora, talvez, se tenha desnudado a oliveira toda...

Bem, na verdade, até foi divertido, pouco me importei, ah que má sou.

Ainda estás aí?

Estou a ficar triste, estão a acorrer as gotas de chuva para dentro dos casulos verdes.

E aquele rapaz que anda por aqui, por certo mais novo do que eu mas que belo, mas que belo sim.

É tão belo na sua certeza, no mundo de terra firme do qual se rodeia, a sua segurança e altivez ainda o fazem mais belo e olha como um gato desconfiado para mim, o rosto de barba tenra e as mãos de pianista que aposto nunca terem tocado num piano.

Como se eu quisesse saber daquilo que o faz por dentro, só me interessa a pele de narciso que o veste e, interessa-me ainda mais, porque ele a sabe e a coaduna com olhos de violência e braços capazes de oferecer colisões em paredes gélidas a horas docinhas.

Sim, porque seriam horas irrepetíveis e na orla do penhasco.

Atesto, pois.

O mancebo inspira-me e instila-me à loucura da, outrora vienetta em corpos femininos, no jogo do "perdes sempre".

Ora vamos lá ver se consigo lapidar:

É apenas e só o desejo puro e animalesco de luxúria que não quer ser presa ou continuada.


publicado por Ligeia Noire às 22:07

28
Mar 12


Vai demorar dama de paus, vai demorar até o sol cair de cansaço.

Barba cerrada e agreste, por pulsos e mãos pequenas, abertas e de dedos estendidos.

Vale a pena enquadrar o obreiro?

As mãos grandes e rugosas constrangendo as mãos claras e obedientes.

Colheu-lhe o queixo com a boca e segurou-lhe as pernas brancas junto aos braços de muitos anos.

Cabelos densos e escuros, os cabelos dele... compridos e doseados a cada movimento coordenado.

Recolheu, da cesta de palha velha, duas pedrinhas de sal e, com unhas compridas e aguçadas, depositou-lhas nos lábios que ela apressou a sorver.

Haverá o dia de amanhã?

Sabes quando comes um rebuçado de mentol e ficas com as vias respiratórias demasiado limpas e susceptíveis?

0,3,7 Pescoço flagelado e dentes acamados nos lábios de zimbro.

Com os dedos compridos e gelados contou-lhe todas as costelas, enquanto ia proferindo os números em voz assaz monocórdica.

Langorosamente deixou que todo o seu peso se depositasse no recebimento que ela lhe mimoseava.

Tomou-lhe as tranças, as tranças de rapariga e desviou-lhas do peito, parou.

Os dias de afogamento em lagos sujos.

Olhos, olhos grandes e fundos e de pestanas compridas, olhos escuros, olhos sem cor, ali parados como águas doentes.

O que é que foi? Perguntou, baixinho, a rapariga de tranças que caiam pelas costas.

E inclinou-se, as tranças caíram-lhe pelo ventre, inclinou-se mais e com as mãos juntas guardou o rosto severo dele junto à boca.

Desceu-lhe até aos lábios fechados, depositando um beijo morto, como quem deposita um lírio roxo, numa campa fresca, numa campa que não conhece, só pelo leve prazer de observar a flor que explode de cor, no mármore frio e anoitecido.

Os braços de mãos rugosas tomaram-lhe o corpo pequeno e deitaram-no no colo, o obreiro escondeu a rapariga como se fosse uma gaveta de madeira de cedro.


publicado por Ligeia Noire às 17:41
etiquetas: , ,

27
Mar 12


Estás triste?

Deita a cabeça nas conchas das minhas mãos.

Sabes o que me tem apetecido em quantidades industriais?

Abrasar a garganta e domesticar pessoas.

Vontades incomensuráveis de conspurcar o cetim e decorar o junco verde com chantilly fresco.

É que tem sido muito complicado manter o demónio do lado de lá.

Acho que se compenetrar todas as minhas partes em golfadas circulares, consigo mais uns meses de avanço.

Não vou dizer as palavras mágicas por mais que o queira fazer, por mais que a saliva me abrase os dentes, as unhas mantêm-se em profícuo crescimento.

Quero muito levar-me guardada e usar uma de mim para toldar dois e duas.

Há, pois claro que haveria, tenho de guardar uma noite florida e deglutir tudo de um trago.

Quero muito.

Preciso demasiado.


publicado por Ligeia Noire às 23:00
etiquetas: , ,

mais sobre mim
Agosto 2015
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


Fotos
pesquisar
 
arquivos
subscrever feeds