Noite quase em claro com medo de que acontecesse alguma coisa como da outra vez, só tinha o outro amiguinho do outro lado para tentar fingir que nada se passava, não podia falar com o cavaleiro por vergonha, não quero que ele saiba destas coisas, não são coisas minhas, não são humilhações advogadas por mim, não podia falar com nenhuma delas porque não e pronto. Estava ali, aquele homem que toca bateria e escreve e fala coreano e é leal e desabafei com ele, enquanto esperava que o inferno subisse mas felizmente não aconteceu e os olhos agora pesam-me, gostava de sair deste medo, desta inquietude mas deixar para trás, inseguros, os que amo devolve-me ao poço.
Gostava de ser normal e ter uma vida normal.
Tenho o Elizium a rodar na aparelhagem, já sinto o cheiro da lareira acesa e penso que ele tem razão, comporto-me de igual forma quando vou para a cama, a sensação inigualável de ter algumas horas de solidão, de sono e de conforto pela frente…. É o mais próximo da morte.
Anteontem, enviei-lhe o presente, junto com ele uma caixinha, caixinha preta com floreados brancos na tampa. Enchi-a de rebuçados e vim com um sorriso tolo até casa.
Está a ser difícil chegar com a embarcação a este porto longínquo, a derradeira prova.
Quanto às outras coisas, tento fugir-lhes, falar-lhes mais alto, agarrar uma corda que de quando em vez me chega perto, de resto, de tampa fechada, continuo lá dentro, à espera de ser desembrulhada e, pode ser o Cavaleiro-das-Terras-Brancas a etiquetar-me o sabor.